Trabalho, que estreia no dia 28 de junho, no Teatro Francisco Nunes, leva para o palco a mineiridade, suas tradições e seus conflitos contemporâneos. A montagem parte do poema de Drummond, que dá título a encenação, para discorrer sobre o que é ser mineiro a partir de temas que permeiam a história de Minas Gerais.
O Maior Trem do Mundo
Local: Teatro Francisco Nunes
Endereço: Av. Afonso Pena, 1321 – Centro, Belo Horizonte/MG
Data: 28 de junho a 02 de julho (quarta-feira a domingo)
Horário: Quarta a sábado às 20h30 / Domingo às 19h
Entrada Gratuita
Classificação: 14 anos
Informações para o público: (31) 3236-7400
A turma da noite do Curso de Teatro do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart apresenta o espetáculo de formatura “O Maior Trem do Mundo”. Escrita e dirigida por Vinícius de Souza, a peça entra em cartaz dia 28 de junho, às 20h30, no Teatro Francisco Nunes. O trabalho, que traz uma mescla de drama, mistério e cultura popular, apresenta a história de uma cidade ficcional do interior de Minas Gerais, onde um grupo de moradores se organiza para retomar a Folia de Reis, que foi interrompida nos últimos anos devido a um trágico acontecimento na vida deles. Com direção de Vinícius de Souza, a montagem segue em cartaz até 02 de julho. A entrada é gratuita e a classificação indicativa é 14 anos.
Para o diretor do trabalho, “O Maior Trem do Mundo” é uma montagem que leva à cena o interior de Minas e apresenta os traumas e as partilhas resultantes de uma tragédia vivida por todos da localidade. “Não são todos os interiores, mas aquele que está entre a roça e a cidade grande. Regiões que ainda tem características rurais, mas que já sentem o impacto da urbanização, da virtualidade e da presença de grandes indústrias. Falamos da vida desses lugares a partir de um ponto de vista bem popular”, conta o dramaturgo Vinícius de Souza.
Para chegar ao enredo, Vinícius conta que o grupo partiu do questionamento do que é ser mineiro e carregar dentro de si a definição própria da etimologia da palavra, que evoca aquele que trabalha com a terra e retira dela minerais. Outro ponto de partida é o poeta itabirano Carlos Drummond de Andrade, que influenciou toda a concepção do projeto, inclusive no nome que dá vida ao trabalho. “Drummond esteve muito presente no processo. O seu modo de escrever sobre Minas foi o ponto de partida do espetáculo. A poesia dele adentra uma profundidade que só os mineiros sabem, incluindo os grandes dilemas do nosso povo, a colonização, a escravidão, e a exploração. O poema que dá nome ao espetáculo fala de um trem que passa por Itabira e leva tudo da cidade, inclusive o coração do poeta. O texto funciona como uma síntese da peça”, explica Vinícius.
A encenação é o resultado de muita pesquisa e estudo sobre a cultura e história de Minas Gerais. O “Maior Trem do Mundo” mistura cenas realistas, onde a história das personagens se desenvolve, com imagens mais misteriosas e poéticas, trazidas à cena pelos elementos mágicos da Folia de Reis, sua musicalidade, seus palhaços e suas máscaras.
O texto do espetáculo, escrito especialmente para a turma de formandos, possui aspectos do realismo social, termo usado nas artes para designar obras que tratam de questões sociais de modo realista. Como o termo em geral remete a trabalhos europeus do início do século XX, o dramaturgo tem usado a expressão “Realismo Tropical Contemporâneo” para designar montagem, já que a encenação trata de contextos latino-americanos da atualidade. “O espetáculo é, no fundo, uma reflexão sobre os impactos da colonização na história de Minas. A colonização que se firmou na exploração do ouro e segue até os dias de hoje. Na peça, vemos esses impactos na história da comunidade e na vida íntima de cada personagem”, afirma o dramaturgo.
FICHA TÉCNICA
Concepção geral, direção e dramaturgia: Vinícius de Souza
Elenco/Formandos:
Adriano Junior
Heitor Flausino
Isis Lucas
Joana Luz
Lelé Ribeiro
Maria Moreira
Ravik Oliveira
Thiago Dutra
Ator convidado: Artur Rogério
Assistência de direção: Amora Tito
Dramaturgismo: Guilherme Diniz
Identidade visual e interlocução artística: Filipe Lampejo
Produção: Fabiana Brasil
Assistência de produção: Heitor Flausino e Lelé Ribeiro
Preparação vocal: Rainy Campos
Preparação corporal e direção de movimento: Bruno Maracia
Cenário: Lúcio Honorato
Figurino: Luiz Dias
Assistência de figurino: Carol Manso
Maquiagem: Gabriela Domingues
Trilha sonora original: Davi Fonseca
Músicos: Aldo Bibiano, Davi Fonseca, João Machala, Pedro Mota e Yuri Vellasco
Operação de som: Eletromago
Iluminação: Jésus Lataliza
Montagem de luz: William de Paula
Operação de luz: Veec Santos
Estágio em Iluminação: Vitor Augusto
Audiovisual: Pedro Lanna
Vídeo Teaser e fotos para cartaz: Mateus Lara, Vinícius de Souza e Filipe Lampejo
Ator no Vídeo Teaser: Artur Rogério
Garoto na foto do cartaz: Isaac Ferreira
Direção do Ensaio fotográfico com elenco: Filipe Lampejo e Vinícius de Souza
Fotos do Ensaio fotográfico com elenco: Alexandre Hugo
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FICHA TÉCNICA CEFART
Direção: Priscila Fiorini
Gerência de Extensão: Fabrício Martins
Gerência de Ensino: Tatiana Correia
Coordenação de Extensão: Guilherme Brant
Secretaria Escolar: Felippe Werneck
Orientação Pedagógica: Claudia Fonseca
Coordenação da Escola de Música: Camilo Christófaro e Gustavo Machado
Coordenação da Escola de Dança: Sarah Lignani e Patrícia Werneck
Coordenação da Escola de Teatro: Paulo Maffei e Bruno Maracia
Coordenação da Escola de Artes Visuais: Mariana Rodrigues e Ana Luiza
Coordenação da Escola de Tecnologia da Cena: Cristiano Araújo e Geraldo Octaviano
Assessoria Administrativa: Leia Araújo
Assessoria de Gestão Artística: Maria Cesarina Magalhães
Técnica de Gestão Artística: Ana Alvarenga
Produção: Mylene Youssef
Assistentes de Produção: Lucas Mathias e Mateus Ferreira
Apoio Administrativo | Unidade Palácio das Artes: Edna Dias, Erik Barbosa e Eliene Ferreira
Apoio Administrativo | Unidade Liberdade: Michelle Barreto e Carlos Eduardo
Gestão Tecnológica Cefart Virtual: Ewelyn Felice
Midiateca: Adilson Ferreira e Francisco Olegário
Recepção: Maria do Socorro de Sá
Gerência de Projetos Appa/Cefart: Erika Marques
Apoio Pedagógico: Kele Vilaça Amaral
Design: Ângela Peres
VINICIUS DE SOUZA – Professor há quase cinco anos do Cefart, Vinícius também é diretor, dramaturgo, ator e mestre em Teatro pela UFMG. Um dos nomes de destaque da cena contemporânea mineira, Vinícius já dirigiu o Grupo Galpão, os espetáculos da produtora Planos Incríveis, coordena a mostra Janela de Dramaturgia e o Núcleo de Pesquisa em Dramaturgia do Galpão Cine Horto. Seus textos já foram encenados em Belo Horizonte, Curitiba, Brasília e Assunción. Foi um dos fundadores da Editora Javali, idealizador do Portal de Dramaturgia e compôs em 2019 o júri do Concurso Nacional de Literatura Prêmio Cidade Belo Horizonte, na categoria Dramaturgia.
CEFART – O Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, da Fundação Clóvis Salgado, é responsável por promover a formação em diversas linguagens no campo das artes e em tecnologias do espetáculo. Referência em formação artística, o Cefart possui amplo e inovador Programa Pedagógico para profissionalizar e inserir jovens talentos no mercado de trabalho da cultura e das artes. Diversas gerações de artistas e técnicos foram formadas ao longo dos quase 50 anos de atividades, com forte impacto no fazer artístico de Minas Gerais. São oferecidas, gratuitamente, oportunidades democráticas de acesso à formação cultural diversa, por meio de Cursos Técnicos, Básicos, de Extensão e Complementares, com grande repercussão social.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia. de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade. Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.
Texto: Fundação Clóvis Salgado