Considerado por muitos como o maior compositor e cantor brasileiro de sua geração, Milton começou sua carreira artística em Belo Horizonte
Milton Nascimento comemora 80 anos de vida no mesmo ano em que se celebra os 50 anos do álbum Clube da Esquina, considerado o maior álbum duplo da Música Popular Brasileira.
E foi na capital mineira que o jovem Milton Nascimento, vindo da cidade sulmineira de Três Pontas para trabalhar como datilógrafo em um escritório de contabilidade, iniciou os primeiros passos no universo musical.
Morando em uma pensão no edifício Levy, hipercentro de Belo Horizonte, Milton conheceu a família Borges, residente no mesmo edifício, alguns andares acima. Daí para começar a compor e cantar suas primeiras canções foi um pulo.
Na família Borges, Milton se tornou parceiro de Márcio Borges, com quem fez as primeiras canções, e depois o jovem Lô Borges – compuseram juntos grandes clássicos, como Clube da Esquina I e II, além do álbum duplo lançando em 1972, colocando a música produzida em Minas no centro musical e cultural do Brasil.
Do edifício Levy, a família Borges se mudou para uma casa no bairro de Santa Tereza, e foi lá que o amigo da família Milton Nascimento, em suas visitas frequentes ao clã dos Borges, viria idealizar o álbum mais representativo da música brasileira: o Clube da Esquina.
Com sua carreira já consolidada na MPB, Milton ajuntou um grupo de jovens músicos e compositores mineiros para fazer um grande álbum. Entre eles, os hoje consagrados Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, Wagner Tiso, Tavito, Nivaldo Ornelas e os letristas Márcio Borges, Fernando Brant e o carioca R0onaldo Bastos. A partir dali, a carreira de Milton Nascimento subiria mais um degrau, em direção ao olimpo da música brasileira.
Última Sessão de Música
Com uma trajetória que completa 60 de anos de carreira e oitenta de vida, Milton Nascimento decidiu que chegou a hora de se despedir dos palcos. Mas, para que esse ciclo ficasse completo, o artista decidiu prestar uma última homenagem aos fãs com uma turnê internacional que já se tornou épica: “A Última Sessão de Música”.
“Eu jamais poderia encerrar essa parte da minha vida de tantos anos na estrada sem homenagear aqueles que me acompanham esse tempo todo: os fãs. E essa turnê foi pensada especialmente pra vocês!” -, explica Milton. Após quarenta e três discos gravados, cinco prêmios Grammy e o título de Doutor Honoris Causa em música pela Universidade de Berklee, em Boston, Milton cantou seus maiores sucessos na turnê que passou pelo Brasil, Europa e Estados Unidos. Por sua ligação com Belo Horizonte, a cidade será palco do última show de sua carreira.
De acordo com Milton, “seria impossível fazer essa despedida sem colocar no repertório músicas de todas as fases da carreira”. E completa: “a gente quer proporcionar uma experiência única e emocionante, do começo ao fim”. Sobre o repertório da turnê, Milton já adianta que clássicos como “Ponta de Areia”, “Encontros e Despedidas”, “Travessia”, “Cio da Terra” e “Nos Bailes da Vida”, não podem faltar no set list. O resto é surpresa, diz ele.
