Obras do artista ocuparão a Galeria Aberta Amilcar de Castro e o Hall de Entrada do complexo cultural onde, há 50 anos, o escultor se formava e se inspirava estudando na Escola Guignard.
EXPOSIÇÃO TÃO LEVE QUANTO O AR | OBRAS DO ARTISTA GIOVANI FANTAUZZI
Datas e horários: Abertura no dia 15/12 (sexta-feira); período expositivo de 16/12/23 (sábado) a 28/01/2024 (domingo)
Horários: De terça a sábado, das 09h30 às 21h, e no domingo das 17h às 21h
Local: Galeria Aberta Amilcar de Castro e Hall de Entrada do Palácio das Artes
(Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte)
Classificação Indicativa: Livre
ENTRADA GRATUITA
Informações para o público: (31) 3236-7400
Tudo começou há 50 anos, no Palácio das Artes, em um ensaio da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. A inspiração primordial para o então estudante Giovani Fantauzzi veio do movimento das cordas de um contrabaixo. Desde então, o escultor se tornou conhecido pelas obras de médio e grande porte feitas em aço inoxidável. Os trabalhos do artista retornam agora ao mesmo Palácio das Artes, em uma exposição que acontece na Galeria Aberta Amilcar de Castro e no Hall de Entrada do complexo cultural. A mostra, intitulada Tão leve quanto o ar, traz conjunto de trabalhos do escultor feitos em fios de aço de alta espessura, e ficará aberta à visitação de 16/12/23 (sábado) a 28/01/2024 (domingo), com entrada gratuita e classificação livre.
Giovani Fantauzzi estudou na Escola Guignard na década de 1970 e teve como mestres o próprio Alberto da Veiga Guignard, Franz Weissmann, José Amâncio de Carvalho e Amilcar de Castro, que dá nome à galeria na qual o artista agora exibirá suas obras. Uma característica do escultor é trabalhar com aço oxidado, priorizando esculturas de médias e grandes dimensões feitas com dobras de vergalhões de aço estruturados em paralelo. O escopo do seu cotidiano artístico compreende desde a concepção de uma ideia, passando pelo desenho do projeto, cálculo para produção, até a execução e montagem. Além da habilidade com todas as etapas para a produção de uma obra, Fantauzzi também foi professor na Escola Guignard por quase 40 anos, entre 1982 e 2021.
O Ministério da Cultura, o Governo de Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, a Fundação Clóvis Salgado e a Aliança Francesa de Belo Horizonte apresentam a exposição Tão leve quanto o ar. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm como mantenedores Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Master da ArcelorMittal, Patrocínio da Usiminas e da Vivo e Correalização da APPA – Arte e Cultura. Governo Federal, Brasil, União e Reconstrução.
Um toque de história – Giovani Fantauzzi entrou na Escola Guignard em 1972. Na época, a então Escola de Belas Artes de Belo Horizonte funcionava sob a Grande Galeria, no recém-inaugurado Palácio das Artes. O artista se recorda com especial enfoque de uma professora e um momento crucial que teve na instituição. “A Sara Ávila, que ensinava Desenho de Movimento, nos levava para lugares como o Parque Municipal, o Mercado Central e os próprios espaços do Palácio das Artes, onde ficava a Escola, para que observássemos e aplicássemos as propriedades de movimento nos nossos desenhos. Ela sempre nos dizia que o artista precisa enxergar e se atentar àquilo que as outras pessoas não costumam ver. Foi então que, em 1973, fomos a um ensaio da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e, depois de ver o contrabaixo e a vibração das cordas, desenhei aquele movimento e, quando cheguei ao ateliê, comecei a construir uma escultura com as linhas. Então tudo nasceu aqui, no Palácio das Artes”, relembra o escultor.
Giovani Fantauzzi conta que foi aluno e conviveu intensamente com o escultor, artista plástico e professor Amilcar de Castro, inclusive sendo responsável pelos trabalhos de menor porte concebidos pelo mestre. Fantauzzi também credita a Amilcar de Castro a faceta matemática que exprime em seus trabalhos. Por influência das aulas e explicações do professor, todas as medidas, dimensões ou curvas das obras de Giovani Fantauzzi são baseadas na Sequência de Fibonacci, conhecida regularidade numérica percebida em diversos conjuntos de elementos da natureza. O “mundo real” acaba por ser quase sempre a referência para as criações do escultor. “Muitas vezes parto de elementos do mundo real, mas todas as minhas esculturas são metáforas. De um rosto, de um inseto ou de um instrumento, sempre ressaltando o movimento através do aço”, define.
Uiara Azevedo, Gerente de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado, ressalta a importância de dar destaque a esculturas tão características de um artista cuja relação com o Palácio das Artes já é, em si, notável. “A exposição Tão leve quanto o ar será uma grande oportunidade para que o público tenha contato com esculturas que desafiam o limite entre os conceitos de leveza e peso. As obras de Giovani Fantauzzi por vezes nos dão a impressão de que podemos carregá-las facilmente, mas na verdade são estruturas muito grandes e pesadas. Mais ainda, será um espaço para as pessoas conhecerem o trabalho de um artista que tem uma longeva e orgulhosa relação com o Palácio das Artes, expondo em uma galeria cujo homenageado foi seu mestre e companheiro de trabalho. A Fundação Clóvis Salgado dá boas-vindas à exposição Tão leve quanto o ar, e espera que as esculturas do artista Giovani Fantauzzi provoquem o público a experienciar os elementos do mundo real e suas figurações nas esculturas de modo tão pessoal, imersivo e livre quanto seu criador”, destaca Uiara.
O próprio artista salienta este desejo, de que suas obras sejam não apenas vistas, mas também tocadas e sentidas pelo público. “Convido a todos para a exposição do meu trabalho no Palácio das Artes. Uma questão fundamental das minhas esculturas é o toque. Elas estão lá para que crianças, adultos, pessoas de todos os tipos peguem, coloquem as mãos, abracem, sintam que é de ferro, que balança e que existe no espaço. A minha arte é para isso, para ser manipulada com as mãos, senão eu não fico feliz”, afirma Giovani Fantauzzi.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia. de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das galerias de arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade. Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.
Texto: Fundação Clóvis Salgado