O centenário Bicame de Nova Lima, está sendo restaurado e requalificado e suas obras vêm estabelecendo uma interação produtiva com os moradores da cidade
Com o avançar das obras de restauro do cartão-postal da cidade, as intervenções vêm estabelecendo uma interação produtiva com os moradores da cidade histórica mineira, que vivem e trabalham em seu entorno. Prova disso é a relação diária com a família Guimarães Alves, do centenário senhor Geraldo Boiadeiro, que vive há décadas ao lado do Bicame.
Com 102 anos de idade, o senhor Geraldo vive em uma casa fronteiriça com o Bicame; já a residência dos filhos está localizada em lotes geminados. Senhor Geraldo conta com orgulho as muitas experiências vividas ao longo de mais de meio século convivendo diariamente com o Bicame: “todos os meus filhos foram criados aqui. Eu os levava para nadar no Bicame. Depois, na juventude, eles até montaram um bar aqui ao lado, em um cômodo que dá de frente para o monumento”.
A história é que o patriarca Geraldo criou os quatro filhos na casa que fica a centímetros do monumento, estabelecendo nos dias de hoje uma convivência permanente com as obras em curso e seus trabalhadores. O bar citado pelo patriarca era o Bar Barra Limpa, inaugurado em 1967 e que faz parte do imaginário social e cultural da cidade até os dias de hoje.
Como servidor histórico da antiga Mineração de Morro Velho, onde foi ferreiro e motorista da presidência da Mina, Geraldo conviveu com grandes nomes da vida empresarial de Minas Gerais e do Brasil, e parte dessa história, ao lado dos filhos Marlene Guimarães Alves e Chiquinho da Farmácia, Geraldo Boiadeiro rememora um pouco de tudo que viu e viveu, como um vizinho privilegiado do icônico Bicame de Nova Lima.
O Restauro do Bicame de Nova Lima é um projeto que conta com a Lei Federal de Incentivo à Cultura (Pronac 205126), patrocínio da AngloGold Ashanti, apoio da Prefeitura Municipal de Nova Lima – Cidade para todos – e execução da Construpower. Realização da APPA – Cultura e Patrimônio e Ministério da Cultura e Governo Federal – União e Reconstrução.
Texto: Petrônio Souza
