EXPOSIÇÃO “MAIS VASTO É MEU CORAÇÃO” REFLETE A RELAÇÃO ENTRE ARTE E MEDICINA

Com título retirado de poema de Carlos Drummond de Andrade, a artista e médica inaugura sua primeira mostra no complexo cultural, na PQNA Galeria Pedro Moraleida


Exposição “Mais vasto é meu coração”

Período expositivo: 8/3 (sexta-feira) a 5/5 (domingo)

Abertura oficial na quinta-feira, 7/3, às 19h

Horário: Terça a sábado das 9h30 às 21h e domingo, das 17h às 21h

Local: PQNA Galeria Pedro Moraleida – Palácio das Artes

(Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte)

Classificação indicativa: Livre

Entrada gratuita

Informações para o público: (31) 3236-7400


Equilíbrio distante. (Crédito: Silene Fiuza)

A artista e médica Silene Fiuza inaugura, na quinta-feira (7/3), às 19h, sua primeira exposição no Palácio das Artes, propondo, na PQNA Galeria Pedro Moraleida, um mergulho nas finitudes do corpo e na interseção entre sentimento e matéria. Intitulada “Mais vasto é meu coração”, a mostra ficará aberta, com entrada gratuita, de 8/3 a 5/5, e é um convite para explorar os intrincados laços que unem a arte e a medicina. A exposição, que teve a curadoria de Uiara Azevedo, Gerente de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado (FCS), é parte das celebrações do Dia Internacional da Mulher e reitera o compromisso da FCS em reconhecer, celebrar e analisar a contribuição das mulheres para o mundo das artes.

A mostra apresenta 20 obras que mergulham nas entranhas da anatomia humana, trazendo à tona a transformação da vida através da poética dos órgãos, ossos, tecidos e sistemas. Com elementos como radiografias, cores neon e padrões de hemoglobinas, as pinturas e colagens da artista propõem um novo olhar sobre o corpo humano, delineando uma jornada sobre a finitude e a vitalidade que permeiam a existência. O título “Mais vasto é meu coração” é uma homenagem ao “Poema de sete faces”, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), poeta que ecoa a alma de Minas Gerais e fundamenta as atividades expositivas do Palácio das Artes em 2024. Para a autora das obras, o coração não é apenas algo físico, mas uma metáfora que transcende a anatomia, em uma alusão ao órgão tão comum nas duas profissões da artista e às inúmeras possibilidades representadas por ele: a vastidão vai desde a possibilidade de se aventurar no mundo das artes até o reconhecimento da arte como profissão.

Ministério da Cultura, o Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam a exposição “Mais vasto é meu coração”. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm Patrocínio Master da Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Arte e Cultura. Governo Federal, Brasil. União e Reconstrução.

Ressignificando a ciência – Aos 65 anos, a belo-horizontina Silene Fiuza é graduada em Medicina e especializada em Radiodiagnóstico por Imagem, trazendo consigo uma bagagem de conhecimento adquirida ao longo de uma vida dedicada à medicina e, mais recentemente, à arte. Durante a faculdade, a turma de Silene realizava a dissecação de cadáveres, e a prática despertou sua curiosidade sobre a anatomia do corpo humano.

Silene se descobriu como artista após notar que estava desenvolvendo uma nova perspectiva acerca do resultado de seu trabalho na medicina. “Em 1993, comecei com a pintura de maneira autodidata, experimentando processos e materiais, até que, em 2013, entrei para uma escola de arte em BH e foi onde iniciei um processo mais autoral, com inclusão de novos materiais, inclusive a colagem. Mas, em 2016, na busca de outros papéis para as colagens, me deparei com aqueles das imagens radiográficas dos exames que eu fazia e que muitas vezes eram descartados por não estarem documentados de uma forma ideal. Eu recolhia esses papéis descartados e com eles comecei a ver outras imagens sobre as imagens daqueles corpos, dando novos significados a elas. O primeiro trabalho com esse material foi a obra ‘Mais que Humano’, que depois deu título à minha primeira exposição individual”, conta a artista.

Obra “Que haja dias inesquecíveis I”. (Crédito: Silene Fiuza)

Além das imagens radiológicas da anatomia humana, que integram as colagens sobre camadas de tinta acrílica, as obras também trazem imagens retiradas de revistas e livros. A artista se vale ainda de suportes como caixas de acrílico, madeira e papel cartão, como alternativa para as telas. Ao ressignificar o olhar médico sobre o ser humano e as imagens científicas com as quais trabalha há tanto tempo, Silene faz parte de uma classe de artistas emergentes, com uma produção jovem apesar de vivências já maduras.

A artista já expôs suas obras no Museu Mineiro e no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto. “Mais vasto é meu coração” surge como um novo testemunho das múltiplas facetas que compõem a experiência humana, em um espaço inédito para o trabalho de Silene. “Será a minha primeira exposição no Palácio das Artes, local que admiro desde sempre e que tem importância central no cenário cultural do nosso estado, o que me dá uma enorme satisfação. O estudo radiográfico, em suas várias circunstâncias, desencadeou em mim novas maneiras de ver um corpo que dói, gerando sentimentos e pensamentos de cunho poético, social, político e mesmo existencial, que depois transfiro como arte para o suporte em que escolho trabalhar. Nessa exposição, mostro o resultado dessa pesquisa, tendo o coração como órgão central dessas minhas reflexões”, explica Silene Fiuza.

Para além de estabelecer uma conexão com uma artista mineira e em ascensão, “Mais vasto é meu coração” também coloca em discussão um tópico muito importante: o etarismo no meio artístico. “Muitas pessoas ainda acham que, para ser artista, você precisa começar na infância ou na adolescência, mas a obra da Silene é uma prova de que a criação artística pode florescer em qualquer momento da vida. É motivo de muita felicidade para a Fundação Clóvis Salgado receber a exposição, e esperamos que o público venha e possa conhecer ou descobrir mais sobre o trabalho dessa autora tão singular”, convida a Gerente de Artes Visuais, Uiara Azevedo.

FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS.  A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade. Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.


Texto: Fundação Clóvis Salgado


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