ORQUESTRA SINFÔNICA DE MINAS GERAIS APRESENTA CONCERTO SOB REGÊNCIA INÉDITA DE SARAH HIGINO

Com obras de compositores diversos, repertório traz também criações musicais que dialogam com as raízes afro-brasileiras.


CONCERTOS DA LIBERDADE – SINFÔNICA EM CONCERTO | DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Data 20/11 (segunda-feira)

Horário: 20h30

Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes

(Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte)

Ingressos: R$10,00 a inteira e R$5,00 a meia-entrada, sem lugares marcados, disponíveis na Bilheteria do Palácio das Artes e na plataforma Eventim

Classificação Indicativa: Livre

Informações para o público: (31) 3236-7400


Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.(Créditos: Paulo Lacerda)

A importante contribuição de artistas negros para a música erudita ganha destaque no Palácio das Artes, no Dia da Consciência Negra20 de novembro (segunda-feira). Nesta data, simbólica para a luta por uma sociedade antirracista e mais igualitária, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais interpreta um programa especial na série Concertos da Liberdade – Sinfônica em Concerto, sob regência inédita da maestra Sarah Higino. A apresentação acontece às 20h30, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. No repertório, obras de célebres compositores negros e afrodescendentes, como o britânico Samuel Coleridge-Taylor (1875-1912) e os cariocas Chiquinha Gonzaga (1847-1935) e Anderson Alves, e também criações musicais que dialogam com as raízes históricas e artísticas afro-brasileiras, caso das obras de Lorenzo Fernández (1897-1948) e Gilson Santos. Os ingressos custam R$10,00 a inteira, e R$5,00 a meia-entrada, e podem ser adquiridos na Bilheteria do Palácio das Artes ou na plataforma online Eventim. A classificação do evento é livre. O concerto contará com intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) para atendimento ao público com deficiência.

Sarah Higino é uma pianista e regente brasileira com uma carreira notável e diversificada. Com raízes mineiras (o pai é de São João del Rei, e a mãe, de Lavras), a musicista vê na arte uma importante ferramenta de democratização de oportunidades e inclusão social. “Considero como missão o fato dos jovens terem referências em qualquer ambiente. Então, quando entramos em uma sala de aula e vemos crianças e jovens tocando violino, violoncelo, viola, entre outros, muito nos alegra, por notar que eles perceberam a música como uma possibilidade de vida futura, não importando a cor da pele. A nossa população negra só pode ter novas perspectivas se tiver referências. E aí vamos ter pessoas que não se inibem de chegar em teatros ou frequentar certos espaços. Eu não quero ser a única a estar nesses lugares, quero ser acompanhada por cada vez mais pessoas pretas. A música de concerto também é feita por e para negros, pessoas indígenas e tantas mais”, defende.

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.(Créditos: Paulo Lacerda)

O Ministério da Cultura, o Governo de Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, a Fundação Clóvis Salgado e o Instituto Cidades Criativas apresentam Concertos da Liberdade – Sinfônica em Concerto: Dia da Consciência Negra. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm como mantenedores Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Master da ArcelorMittal, Patrocínio da Usiminas e da Copasa e Correalização da APPA – Arte e Cultura. Governo Federal, Brasil, União e Reconstrução.

Festejando as origens – O concerto se inicia com a obra The Bamboula –  Rhapsodic Dance for Orchestra, composta em 1911 por Samuel Coleridge-Taylor, britânico de ascendência africana (seu pai fazia parte da etnia Krio, de Serra Leoa). O título Bamboula faz referência a uma dança popular originada na África. A peça combina elementos de nacionalismo musical com influências étnicas e folclóricas, celebrando de forma enérgica a diversidade cultural. Atravessando o Oceano Atlântico, A Revolta dos Malês, de Gilson Santos, leva o público a uma viagem no tempo, capturando a essência e a emoção deste episódio marcante da história do Brasil – ocorrido em 1835, na Bahia, quando escravizados muçulmanos se mobilizaram em busca da liberdade e pelo fim da escravatura. “Acho fundamental que o programa escolhido tenha a identidade do nosso povo, dando ênfase à música de concerto e a seus compositores e compositoras, sendo dois deles ainda jovens, com carreiras em ascensão no meio musical. Vários estilos estão contemplados, não esquecendo da nossa Música Popular Brasileira”, explica a maestra Sarah Higino.

A grande maestra Chiquinha Gonzaga marca presença no concerto com as valsas Saudade Carlos Gomes (cujo nome é uma homenagem ao grande maestro e compositor brasileiro). A música de Chiquinha Gonzaga, uma das primeiras compositoras e instrumentistas do Brasil, possui uma melodia doce e emotiva que evoca a sensação de saudade e melancolia, representando de forma precisa a experiência humana. Sem sair do Rio de Janeiro, Fantasia para Orquestra Sinfônica, de Anderson Alves é uma obra que leva a audiência a uma jornada abstrata e intensa por meio da música, a partir da Fantasia, um gênero que permite ao compositor experimentar e criar livremente. Com sua orquestração rica e complexa, cada grupo de instrumentista desempenha um papel vital na narrativa musical.

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.(Créditos: Paulo Lacerda)

A cultura afro-brasileira retorna ao concerto de forma vibrante, na obra Reisado do Pastoreio, de Lorenzo Fernandez. Em três movimentos, dos quais o último (Batuque) é o mais apoteótico, a peça se inspira na manifestação cultural homônima, que combina elementos da religiosidade afro-brasileira com a tradição dos Reisados – festas populares do Nordeste –, resultando em uma celebração desses elementos culturais e de sua herança musical do Brasil. Gilson Santos encerra o concerto com Retrato Brasileiro, uma mistura de várias músicas populares, entre elas Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, Flor de Lis, de Djavan, e Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu. Uma representação do país, suas paisagens e seu povo, a obra convida os ouvintes a explorar as várias camadas da identidade brasileira por meio da música. A maestra Sarah Higino faz o convite. “Que o público não deixe de estar e conhecer o Palácio das Artes para assistir a essa apresentação da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Vamos retratar o nosso povo de pele preta, que foi quem construiu este país, com muito orgulho. Me sinto muito feliz de estar em Belo Horizonte, porque também tenho raízes aqui em Minas Gerais. Convido a todos que venham para se divertir com a música desse concerto, que será uma festa das nossas origens”, celebra.

Programa:

The Bamboula – Rhapsodic Dance for Orchestra – Samuel Coleridge-Taylor

A Revolta dos Malês – Gilson Santos

Valsas Saudade Carlos Gomes – Chiquinha Gonzaga

Fantasia para Orquestra Sinfônica – Anderson Alves

Reisado do Pastoreio: Reisado, Toada e Batuque – Lorenzo Fernandez

Retrato Brasileiro – Arranjo de Gilson Santos

SARAH HIGINO – Mestre em Música pela UFRJ e graduada em Piano e Regência Orquestral pela mesma instituição. Como solista no piano, Sarah tocou com diversos grupos de renome, incluindo a Orquestra de Cordas de Volta Redonda e a Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo. Participou de gravações para rádio, TV, CD’s e plataformas digitais. Foi selecionada em concurso e recebeu um prêmio que a levou a Paris, onde realizou concertos na Embaixada do Brasil. Sarah tem ainda experiência como regente, conduzindo coros em colaboração com orquestras de prestígio, como as Orquestras Sinfônicas de Santo André e do Festival de Inverno do Rio de Janeiro. Ela também se destaca por ter um papel ativo como palestrante, mediadora e coordenadora do Simpósio Internacional de Mulheres Regentes. Sarah Higino é comprometida com a educação musical e a igualdade de oportunidades, desempenhando um papel fundamental no projeto “Volta Redonda Cidade da Música”, que beneficia cerca de 4 mil jovens com ensino de música – tendo coordenado, durante a pandemia, um intercâmbio entre o projeto e a Orquestra Sinfônica Nacional (UFF). Além disso, é uma defensora ativa da cultura afro-brasileira e tem participado de webinários que promovem o respeito e a luta por uma sociedade mais inclusiva. Sua experiência como regente inclui convites de orquestras e grupos de referência em várias partes do Brasil e do exterior. Em outubro de 2023, Sarah foi palestrante e regente convidada da University of Southern Mississippi Symphony Orchestra, no Concerto de Abertura da Temporada de Concertos de Outono.

Maestra Sarah Higino. (Créditos: Fabíola Ito)

ORQUESTRA SINFÔNICA DE MINAS GERAIS – Considerada uma das mais ativas do país, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre. Criada em 1976, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais. Participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado (FCS), a partir da realização dos projetos Concertos da Liberdade – Sinfônica ao Meio Dia e Sinfônica em Concerto –, concertos no Parque, Concertos Comentados e Sinfônica Pop, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. Mantém permanente aprimoramento da sua performance executando repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, além de grandes sucessos da música popular. Ligia Amadio é a sua atual regente titular e diretora musical.

FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade. Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.


Texto: Fundação Clóvis Salgado


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