VEM AÍ O RESTAURO DO FORTE DE COIMBRA EM MATO GROSSO DO SUL

Edificação histórica é candidata a Patrimônio Mundial pela Unesco e defendeu o Brasil na guerra do Paraguai

Um dos marcos históricos mais importantes do Mato Grosso do Sul, o Forte Coimbra, localizado em Corumbá, às margens do rio Paraguai, na fronteira do Brasil com a Bolívia, passará por uma restauração completa. Um acordo de cooperação técnica entre o Exército Brasileiro, por meio do Comando Militar do Oeste (CMO), responsável pela gestão da edificação, e a organização social APPA – Cultura & Patrimônio prevê investimentos de R$ 19,8 milhões, captados por meio de Lei de Incentivos, para garantir a recuperação total do monumento. O forte faz parte de um conjunto de 19 edificações que concorrem ao título de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Com esse novo compromisso, a APPA desenvolve uma nova parceria estratégica, reafirma seu compromisso de valorização e preservação do patrimônio histórico e cultural e amplia sua área de atuação além das fronteiras de Minas Gerais. A solenidade aconteceu na sexta-feira, 14 de maio e contou com as presenças do governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, do comandante do CMO, general Luiz Fernando Estorrilho Baganha, do presidente e vice-presidente da APPA, Xavier Vieira e Agostinho Neves, e diversas autoridades locais.

A proposta é transformar o monumento em um espaço voltado para educação patrimonial a fim de valorizar a história local. A edificação será ainda um ponto de referência cultural para pesquisa, turismo e para eventos. Um exemplo das melhorias que podem ser feitas é a  implantação de salas temáticas contando a história do Forte, do Exército Brasileiro e da região fronteiriça. O projeto ainda tem compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social.

Segundo o governador Eduardo Riedel, o forte, além de todo o valor histórico, traz um potencial turístico com um significado ambiental, porque está no coração do Pantanal e é um patrimônio que ultrapassa a fronteira do Estado. O general Estorrilho Baganha lembrou que o forte comemora 250 anos em 2025. “É uma revitalização que transcende o Exército. É um compromisso com a história e a identidade do Brasil”, disse.

O presidente da APPA – Cultura & Patrimônio, Xavier Vieira, ressaltou que o Exército é uma das instituições que mais preserva o patrimônio histórico e artístico do país. Segundo ele, a entidade tem experiência em projetos similares, como a restauração da Fortaleza de São José de Macapá (AP), em andamento, e do Real Forte Príncipe da Beira (RO), ambos também candidatos ao título de Patrimônio Mundial pela Unesco. Nos últimos anos, a organização sem fins lucrativos executou cerca 260 projetos, com investimentos de R$ 270 milhões, expandindo sua atuação além da fronteira de Minas, inclusive com projetos internacionais. Além de Macapá e Rondônia, a APPA participa da gestão de importantes equipamentos culturais na capital mineira, como o Palácio das Artes, o Palácio da Liberdade e o Centro do Patrimônio Cultural Cemig e Pinacoteca Cemig de Minas Gerais. Em 2024, participou da organização do Festival Internacional Cervantino, um dos maiores e mais importantes eventos culturais do mundo, realizado na cidade de Guanajuato, no México.

O projeto

A restauração do Forte Coimbra incluirá melhorias estruturais, como reparos nas muralhas, edificações internas e cobertura, melhoria nos sistemas hidráulico e elétrico e adaptações para garantir acessibilidade. 

As ações serão conduzidas em dois eixos: um que consolide, garanta a manutenção e modernize a estrutura, preservando seu valor histórico, cultural e arquitetônico, e outro que promova ações de educação patrimonial, voltadas para o reconhecimento e valorização do patrimônio entre a comunidade e os visitantes. 

A estrutura da edificação militar conta hoje com capela, casa de pólvora, alojamento, canhões, pátios internos e uma muralha com baluartes. Atualmente, o monumento apresenta deterioração avançada das muralhas e edificações internas, infiltrações que comprometem a estrutura, descascamento de argamassas e danos estruturais nos blocos e coberturas.

Acesso

A revitalização desse marco da engenharia militar brasileira também será acompanhada pela construção de uma estrada ligando o município de Corumbá ao Forte Coimbra. Anunciado pelo governo sul-mato-grossense, o projeto de infraestrutura, inicialmente orçado em R$ 40 milhões, busca facilitar o acesso terrestre e fortalecer o turismo cultural na região. Atualmente, o forte é aberto à visitação sob agendamento prévio. 

O forte

Construído em 13 de setembro de 1775 e tombado pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) desde 1974, o Forte Coimbra desempenhou um papel estratégico na defesa do território brasileiro. O local ainda testemunhou diversos conflitos, incluindo a invasão paraguaia que marcou o início da Guerra do Paraguai, em 1864. Durante quatro anos, a fortificação permaneceu sob domínio inimigo, sendo retomada e restaurada em 1868.

O forte está inserido em Coimbra, vila de moradores devotos à Nossa Senhora do Carmo, onde anualmente se comemora sua festa religiosa, uma das mais antigas do estado..

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