Atrações ocorrem de 22 a 25 de agosto na Galeria Aberta Amilcar de Castro e nos jardins internos do Palácio das Artes
Festival “Palácio para todos”
Data: 22 de agosto (quinta-feira) a 25 de agosto (domingo)
Horários: variáveis, consultar a programação
Local: Galeria Aberta Amilcar de Castro e jardins internos – Palácio das Artes
(Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte)
Classificações indicativas: variáveis
Entrada gratuita, sem retirada de ingressos
Informações para o público: (31) 3236-7400
Para os brasileiros, é nosso maior escultor; para o grande poeta e viajante franco-suíço, Blaise Cendrars (1887-1961), visitando Ouro Preto e Congonhas, em 1924, Antônio Francisco Lisboa (1738-1814), mais conhecido como “Aleijadinho”, é um dos maiores escultores de todos os tempos; prova maior de que talento e virtuosismo não escolhem pessoas, com ou sem deficiência. Mais de 200 anos depois, partindo dessa premissa, a Fundação Clóvis Salgado (FCS)/Palácio das Artes, por meio do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) e dos projetos “Palco Aberto Cefart” e “Dia do Pequeno Artista”, convida para o “Festival Palácio Para Todos”, promovendo acessibilidade e protagonismo das pessoas com deficiência, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, de 22 a 25 de agosto de 2024.
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Originalmente, “Palco Aberto” foi criado para dar visibilidade ao Cefart, escola do Palácio das Artes, com mais de dois mil alunos, que oferece, gratuitamente, o ensino da arte em suas várias formas, como teatro, música, moda, artes visuais e tecnologia da cena. Mas não só. O “palco” é realmente aberto, recebendo também novos talentos, fora da “caixa” e da casa. Em 2019, o Cefart comemorou o “Dia das Crianças” abrindo os vários espaços do Palácio das Artes para série de atividades culturais, gratuitas e destinadas ao público infantil. Grande sucesso de público que se repetiu nos anos seguintes. Em 2024, o Cefart amplia o projeto, organizando o “Dia do Pequeno Artista” não apenas em outubro, mas ao longo do ano. Em feliz sintonia com os Jogos Paralímpicos Paris 2024 (de 28 de agosto a 8 de setembro de 2024), o Palácio das Artes abre suas portas e espaços, não para os esportes, mas para uma “olimpíada” de arte, o “Festival Palácio Para Todos”, que integra o Programa Mineiro de Acessibilidade, Inclusão e Saúde (ProMais), coordenado pela Secretaria de Estado de Casa Civil do Estado de Minas Gerais (SCC).
O projeto “Festival Palácio Para Todos” conta com o patrocínio da Cemig, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, apoio da Fundação Clóvis Salgado, realização da Cultura Criativa e Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), e do Ministério da Cultura. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm Patrocínio Master da Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. Governo Federal, Brasil. União e Reconstrução.
Com a palavra, o secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro: “O ‘ProMais’ congrega vários projetos e promove a inclusão em todas as áreas. O ‘Festival Palácio para Todos’ é exemplo disso. As pessoas com deficiência têm a oportunidade de conhecer ótimas atrações artísticas e culturais. Todas elas foram pensadas para que esse público se sinta confortável e consiga aproveitar o festival da melhor forma possível. Para a Casa Civil, é um prazer fazer parte desse projeto”.
“Ainda nos falta muito para a plena inclusão, seja na arquitetura, no urbanismo, nas escolas ou na cultura. Pensando nisso, o ‘Festival Palácio Para Todos’ quer trazer a reflexão para a necessidade urgente de lugares e formas de acessibilidade à arte e à cultura, premissa fundamental para um mundo mais humano, fraterno e digno”, afirma o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira. Além do que o Palácio das Artes já oferece, em acessibilidade; como linguagem de sinais durante os espetáculos, elevador, rampas, estacionamento, atendimento personalizado; em breve, outras ações permanentes de acessibilidade. Mais que ações, um legado à população, a começar pelo palco para apresentações de artistas com deficiência em todos os dias da programação.
“O desenvolvimento da acessibilidade de nossos equipamentos culturais é prioridade para a FCS. A acessibilidade plena e estrutural é uma meta que deve nos guiar no processo de melhorias. E o público que for ao festival já poderá perceber essas evoluções, nas quais estamos trabalhando. E não vamos parar por aí”, promete Sérgio Rodrigo Reis, presidente da Fundação Clóvis Salgado. “O projeto nasceu para que as ações de acessibilidade criadas não se encerrassem com o fim do evento, deixando algo permanente no espaço cultural. Mas o desafio do tema é grande, bem abrangente e o trabalho deve ser continuado”, reitera Fred Torres, fundador da Cultura Criativa e proponente do projeto.
Todas as atrações terão pelo menos um tipo de acessibilidade, como por exemplo, as mediações para pessoas cegas ou com baixa visão: visitas guiadas nas galerias do Palácio das Artes onde estão expostas as obras da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível. Muitos artistas da extensa programação são pessoas com deficiência. Dia 22 tem lançamento de obras com acessibilidade na plataforma CineHumbertoMauroMais (os filmes ficarão permanentemente da programação virtual) e o espetáculo “(in)tensões”, da Cia. de Dança Palácio das Artes; o jovem cantor Gabriel Cheib, que tem Síndrome de Down, se apresenta, com seu pai, o violonista Rafael Cheib.
Dia 23 de agosto, o espetáculo de dança, “Andanças Urbanas”, será apresentado pela Cia Ananda, que tem uma bailarina cadeirante e um bailarino cego. Dia 24 de agosto, dentro do “Palco Aberto Cefart”, “Dia do Pequeno Artista” e, claro, no “Festival Palácio Para Todos”, nos jardins internos, contação de histórias, com Samuel Vitor, que possui TEA (Transtorno do Espectro Autista); programa seguido pelo jogo “Tabuleiro Acessível” e por uma roda de conversa sobre autismo, com duas crianças que têm TEA, autoras de livros e palestrantes sobre o tema. Em seguida, a banda “New Orions”, cujo vocalista, Davi Lennon, também tem TEA. Ainda dia 24, mas no Teatro João Ceschiatti, “Olhando sem olhos” (dança sem o uso da visão), também com a Cia Ananda.
Dia 25 de agosto, encerramento do “Festival Palácio Para Todos”, ainda no Teatro João Ceschiatti, com o espetáculo “Corpo Preto Surdo: Nós Estamos Aqui”, produção teatral de e com Marcos Andrade, abordando a experiência de pessoas surdas e ouvintes negras, com o suporte da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Quatro dias em que a acessibilidade dos equipamentos e os produtos culturais estarão em foco. Em suma, o “Festival Palácio Para Todos”, além de muita arte, equidade e inclusão, disponibilizará melhorias na acessibilidade estrutural dos equipamentos culturais.
Para terminar, dentro do tema, uma curiosidade. O maior sucesso do cinema francês, agora, no verão 2024, com mais de 10 milhões de entradas, é o filme Un p’tit truc en plus (“Uma coisinha a mais”, em tradução livre): pai e filho, fugindo da polícia, se escondem numa colônia de férias para pessoas com deficiência intelectual. Suas vidas serão transformadas para melhor e sempre.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade. Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.
Texto: Fundação Clóvis Salgado