Um novo avanço fortalece o patrimônio histórico de Belo Horizonte, com a atuação da APPA
No dia 16 de dezembro, o Centro do Patrimônio Cultural Cemig, conhecido como Prédio Verde, apresentou a conclusão de mais uma etapa de suas obras de restauração, revitalização e qualificação, marcando um avanço decisivo no processo de recuperação de um dos edifícios mais emblemáticos do conjunto fundador de Belo Horizonte.
Durante a apresentação desta fase das obras, o presidente da APPA – Cultura & Patrimônio, Xavier Vieira, destacou a relevância do projeto e o trabalho técnico e institucional envolvido. “Celebramos um momento muito importante para Belo Horizonte e para Minas Gerais. Cada etapa concluída representa um avanço na forma como o patrimônio cultural se conecta com a vida contemporânea. Estamos construindo um espaço dedicado ao ativo cultural mais importante de Minas, o nosso patrimônio material e imaterial”, afirmou.
A atuação da APPA foi central na condução do projeto, que exigiu rigor técnico, sensibilidade histórica e compromisso com o futuro. Nesta etapa, foram restaurados cerca de 1.700 metros quadrados do edifício, com a implantação de nova infraestrutura elétrica e a abertura de janelas de prospecção que revelam diferentes camadas históricas da construção.
Entre os principais destaques do restauro está a recuperação do painel da Agricultura, de Frederico Antônio Steckel, que devolveu ao edifício uma de suas imagens mais simbólicas. Também foi possível revelar a Sala da Bandeira, com a recuperação de sua parede original, ampliando a compreensão sobre a história e os usos do espaço ao longo do tempo.
Outro elemento de grande relevância é a escadaria belga em Art Nouveau, para a qual foram forjadas manualmente 430 folhas de aço, com degraus e patamares nivelados à mão, devolvendo à estrutura sua imponência original. O vitral histórico, formado por 230 peças restauradas, voltou a iluminar e colorir o interior do edifício. A marcenaria recebeu atenção especial, com a recuperação de quase 2.000 metros quadrados de tacos e o restauro de 62 portas em seus materiais originais.
O projeto já apresenta impactos sociais, culturais e educativos significativos. A obra gerou cerca de R$ 1,6 milhão em mídia espontânea, alcançando uma audiência online estimada em 57 milhões de pessoas. Mais de 6.000 visitantes participaram de ações educativas, envolvendo jovens da ASPROM, estudantes da rede pública e comunidades como a quilombola dos Arturos, em Contagem. Também foram produzidos cadernos e cartilhas sobre patrimônio, com acesso online e versões em braile, ampliando o alcance e a inclusão.
A conclusão desta etapa também prepara o edifício para as próximas fases do projeto, que incluem a implantação de novos banheiros acessíveis, melhorias nos acessos ao prédio, a criação da reserva técnica, do laboratório de técnicas e materiais construtivos tradicionais e do Ateliê Vitrine, que permitirá ao público acompanhar de perto os processos de restauro, conservação e preservação do patrimônio cultural, fortalecendo sua vocação como espaço de referência para ações educativas e de valorização da cultura mineira.
Inaugurado em 1897, originalmente como sede da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, o edifício foi construído simultaneamente ao Palácio da Liberdade, compondo o primeiro núcleo institucional da capital. A conclusão desta etapa reforça uma nova relação entre patrimônio histórico e vida contemporânea, preparando o espaço para se consolidar como o futuro Centro do Patrimônio Cultural de Minas Gerais, dedicado à preservação, ao conhecimento, à educação e à experiência.
Todo esse trabalho projeta o Prédio Verde para uma nova etapa de sua trajetória, integrando-se de forma definitiva ao Circuito Cultural da Praça da Liberdade, ao Conjunto Arquitetônico e Paisagístico e à vida cultural de Belo Horizonte, de Minas Gerais e do Brasil. Um espaço dedicado ao ativo cultural mais importante do estado: o patrimônio material e imaterial mineiro.
O projeto de requalificação do Centro do Patrimônio Cultural de Minas Gerais é uma realização do Ministério da Cultura, do Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA-MG e Circuito Liberdade, e da APPA Cultura e Patrimônio. O projeto conta com o patrocínio Master da CEMIG, Apoio Financeiro do BNDES, e os patrocínios da Gerdau e Ambev. É viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. Governo do Brasil.