PRÉ-ESTREIA DA ÓPERA NABUCCO NA SERRA DA PIEDADE: UM ENCONTRO DE ARTE, PAISAGEM E FÉ

A apresentação proporcionou ao público uma experiência inesquecível ao combinar música erudita com o horizonte deslumbrante das montanhas mineiras e a espiritualidade do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade.

Equipe artística da Ópera Nabucco em frente ao Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, em Caeté.
Foto: Poly Acerbi

O último domingo, 13/10, foi marcado por um evento que transcendeu as fronteiras da música e da fé. No alto da Serra da Piedade, em Caeté, o público foi transportado para a antiga Babilônia, cenário da ópera Nabucco, de Giuseppe Verdi. A pré-estreia trouxe um trecho da obra que estará em cartaz no Palácio das Artes neste mês e emocionou a todos ao conectar o enredo bíblico à história e à paisagem do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade.

A escolha da Serra da Piedade, com sua forte simbologia espiritual e cultural, não foi por acaso. A APPA e o Palácio das Artes investem na ideia de levar a ópera a espaços que dialogam diretamente com as narrativas e os temas abordados nas obras, como foi com Devoção, que teve pré-estreia em julho de 2024 no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, uma das maiores devoções do Brasil, Matraga, de 2023, encenada na Gruta de Maquiné, na terra natal do autor da história original, Guimarães Rosa, e Aleijadinho, apresentada no adro da Igreja São Francisco, em Ouro Preto, em 2022.

Para Guilherme Domingos, Diretor Financeiro da APPA, o evento reforça o compromisso da associação em levar arte e cultura para além dos grandes palcos: “Trazer uma ópera para um lugar como este, remetendo ao Monte Sião, que é parte da história de Nabucco, faz todo o sentido. A Serra da Piedade é uma referência do nosso patrimônio cultural, e u

A relação entre a espiritualidade da Serra da Piedade e o Monte Sião de Verdi

A Serra da Piedade, além de ser um símbolo de fé e peregrinação, guarda em si a força de um povo. Assim como o Monte Sião, retratado em Nabucco, ela é um espaço que evoca resistência, espiritualidade e identidade. Na obra de Verdi, o Monte Sião é o símbolo da esperança e da luta dos hebreus, escravizados na Babilônia. Na vida dos mineiros, a Serra da Piedade se ergue como um santuário de fé e pertencimento.

Esse paralelo entre as duas montanhas foi o ponto central que fez da Serra o cenário ideal para a pré-estreia de Nabucco. Além da espiritualidade, a beleza natural da Serra também cativou os espectadores, que experimentaram a união entre a força das montanhas e a potência da música de Verdi.

Público e artistas em sinergia com a vista inspiradora da Serra da Piedade. Foto: Poly Acerbi

APPA e Palácio das Artes: expandindo a ópera para novos públicos

A APPA e o Palácio das Artes acreditam em formas inovadoras de democratizar a cultura, especialmente a ópera, uma arte historicamente associada a grandes teatros e a públicos restritos. Sérgio Rodrigo Reis, presidente da Fundação Clóvis Salgado, gestora de todo o complexo do Palácio das Artes, destaca a importância desses projetos para a formação de novos públicos: “A FCS está prestes a completar 55 anos e estamos chegando à centésima ópera realizada. Nós optamos por valorizar os cenários reais de Minas Gerais, que lembram a própria cenografia dos espetáculos. O objetivo é aproximar a ópera do público, valorizar nosso turismo e promover a formação de público. Essas ações têm dado muito certo e representado uma renovação do gênero, especialmente para as novas gerações.”

O casal Margareth Bertolane e Fabio Melo, presentes na apresentação, exemplifica bem o impacto dessas iniciativas na formação de um novo público. Margareth, que veio de Vitória, conta: “Achei muito lindo, não conhecia a peça. Se houver outras apresentações de ópera por aqui, com certeza irei.” Já Fábio, mineiro de Belo Horizonte, reflete sobre a importância de trazer a ópera para espaços tão significativos: “A Serra da Piedade tem um peso histórico muito forte, e isso casa perfeitamente com a ópera. Essas apresentações ao ar livre fazem toda a diferença para cativar mais pessoas.”

Fábio e Margareth foram à Serra da Piedade com o objetivo de prestigiar a pré-estreia da Ópera Nabucco.
Foto: Poly Acerbi

APPA e Palácio das Artes: expandindo a ópera para novos públicos

A grandiosidade do evento também se refletiu nos bastidores. Gustavo Fantauzzi, Gerente de Projetos da APPA, que atua junto à Diretoria Artística do Palácio das Artes, destacou que a realização de uma apresentação em um local tombado pelo IPHAN, como a Serra da Piedade, exigiu uma adaptação cuidadosa da equipe: “Pensamos em cada detalhe para não comprometer a integridade do local. São cerca de 300 pessoas envolvidas na produção da ópera, mas para a Serra trouxemos uma versão reduzida com flauta, piano, solistas e 31 coralistas, além da coordenação do transporte, figurino, maquiagem, sonorização e outros diversos profissionais envolvidos. Foi um desafio fazer tudo se encaixar no ambiente, mas a emoção do público valeu cada esforço.”

Laryssa Martins, Coordenadora de todos os projetos APPA junto ao Palácio das Artes destacou o esforço conjunto de todos os envolvidos para garantir o sucesso do evento: “A pré-estreia de Nabucco na Serra da Piedade chegou como uma grata surpresa e como um grande desafio de execução, principalmente no que se refere à logística. Contudo, com a expertise de nossas equipes, o apoio de fornecedores parceiros e a colaboração essencial do Santuário, garantimos a realização de um espetáculo memorável.”

Guilherme Domingos, Diretor Financeiro da APPA, reforça a importância da logística de produção para a realização de um evento como esse: “Por trás da apresentação, há todo um trabalho técnico que muitas vezes passa despercebido. A APPA, com sua expertise de mais de 30 anos em projetos de lei de incentivo, cuida de toda essa parte, desde a contratação de equipe até a sonorização e iluminação, garantindo que tudo aconteça de forma harmoniosa e eficiente.”

Guilherme Domingos, Diretor Financeiro da APPA, prestigiou a pré-estreia de Nabucco na Serra da Piedade junto à família. Foto: Poly Acerbi

A pré-estreia na visão dos artistas

Nabucco, composta por Giuseppe Verdi em 1842, é uma obra que transcende o tempo. Baseada no cativeiro dos hebreus na Babilônia, a ópera traz temas universais como a luta pela liberdade, a resistência e a fé. Esses temas encontram eco também na trajetória do povo mineiro, o que fez da Serra da Piedade um local tão significativo para essa apresentação.

A regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Ligia Amadio, compartilhou sua experiência ao conduzir o coro e os músicos na Serra: “Mesmo com uma formação reduzida, conseguimos transmitir toda a emoção da obra. A energia telúrica da Serra da Piedade, com suas montanhas e sua espiritualidade, nos preencheu de uma forma única. Foi uma experiência comovedora, que nos preparou artisticamente e espiritualmente para as apresentações no Palácio das Artes.”

Ligia Amadio, regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, destacou que a pré-estreia na Serra da Piedade trouxe mais inspiração e preparação espiritual para as apresentações no Palácio da Liberdade.
Foto: Poly Acerbi

Para Eiko Senda, soprano solista da ópera, o ambiente especial da Serra trouxe uma profundidade emocional indescritível à sua performance: “Cheguei ontem à noite e já senti a emoção. Cantar em um lugar tão especial é uma bênção. A nossa missão é difundir a arte, e estar em contato direto com o público, em um local como esse, me deixa muito feliz.”

A soprano Eiko Senda nasceu em Osaka, no Japão, e hoje faz parte do grupo de solistas da Ópera Nabucco. Foto: Poly Acerbi

A pré-estreia de Nabucco na Serra da Piedade não foi apenas uma exibição de música clássica, mas uma verdadeira celebração da arte em seu encontro com a natureza, a fé e o público. As apresentações no Palácio das Artes acontecem nos dias 17, 19, 21 e 23 de outubro e já estão com os ingressos esgotados.

A realização é do Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Cultura e Turismo de MG e Prefeitura de Nova Lima, por meio da Fundação Clóvis Salgado e Circuito Liberdade. A mantenedora é a Cemig. O patrocínio master é do Instituto Cultural Vale. O patrocínio prime é da ArcelorMittal  e do Instituto Unimed-BH. O patrocínio é da Vivo. O apoio cultural é da Aguaí Água Mineral e Life Residence. A promoção é da Rádio Inconfidência e Rede Minas. A correalização é da APPA – Cultura e Patrimônio. As atividades culturais do Palácio das Artes integram o programa Minas Criativa. Viabilizado pela #leifederaldeincentivoacultura #leirouanet. Governo Federal – União e Reconstrução.

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