Dando continuidade ao “Ciclo de Debates: O Percurso Modernista em Minas Gerais: Cenas e Contextos”, a Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, no Palácio das Artes, recebe na próxima semana (29/03 a 31/3), sempre às 19h, mais três sessões do evento, que apresenta uma perspectiva histórico-cultural e crítica acerca das raízes do Modernismo e seu desenvolvimento no Brasil e, principalmente, em Minas Gerais. Os debates têm transmissão ao vivo por meio do YouTube, pelo site da Fundação Clóvis Salgado (fcs.mg.gov.br) e do programa O Modernismo em Minas Gerais (modernismoemminas.com.br). O acesso é gratuito.
Nesta terça-feira (29), o projeto coloca em pauta “A Cena Moderna: Literatura”, que legou ao mundo Carlos Drummond de Andrade, Emílio Moura, João Alphonsus de Guimaraens, Abgar Renault, Pedro Nava, Cyro dos Anjos, Murilo Mendes e tantos outros. Os escritores mineiros contribuíram não apenas para moldar uma nova linguagem, que se desprendia das amarras do parnasianismo e do simbolismo, mas também foram responsáveis por impulsionar os novos contornos estéticos que permeavam o movimento. As discussões também vão focar nas publicações “A Revista”, “Leite Criôlo” e “Verde” e como elas contribuíram para o fortalecimento do movimento modernista mineiro, impulsionaram a cena artística e a cultural local. O Ciclo de Debates recebe o escritor e vencedor dos prêmios Machado de Assis, APCA, Jabuti e Casa de Las Américas, Luiz Ruffato, autor de “Eles eram muitos cavalos”, “Inferno provisório” e “O verão tardio”, entre outros. A sessão ainda traz Vera Casa Nova, doutora em Semiologia pela UFRJ (1990), professora da UFMG, e pós-doutora pela Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales, em Antropologia da Imagem. A mediação é de José Eduardo Gonçalves, escritor, empreendedor cultural e jornalista, tendo presidido a Rádio Inconfidência e a Rede Minas de Televisão.
Já na quarta-feira (30), acontece “A Cena Moderna: o Cinema e a Fotografia”, que aborda a produção fotográfica e cinematográfica do período modernista, destacando os nomes mais importantes, dentre eles o do cineasta Humberto Mauro, que dá nome à sala de cinema do Palácio das Artes. Participam dos debates Carlos Augusto Calil, gestor cultural, professor universitário, diretor de cinema e escritor, tendo passagens pela Embrafilme e pela Cinemateca Brasileira, e Eduardo Morettin, professor, mestre e doutor em Artes pela USP e pós-doutorado pela Université Paris I. A mediação fica por conta de Daniela Giovana Siqueira, professora adjunta da UFMS, e Doutora pelo programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais da Escola de Comunicações e Artes da USP.
Para fechar o Ciclo de Debates, no dia 31 de março, o evento traz uma reflexão crítica sobre “O legado do Modernismo e a cena contemporânea”. O encontro busca compreender o passado, o presente e apontar caminhos futuros, discutindo os mitos e narrativas que foram criados e posteriormente destruídos. Com olhar multidisciplinar sobre o modernismo no Brasil e seus desdobramentos, a discussão pontua as questões da sociedade contemporânea e seus dilemas.
Participam como debatedores Daniel Munduruku, autor de 52 livros, professor e doutor em Educação pela USP, pós-doutor em Linguística, com ênfase em Literatura Indígena, pela Universidade Federal de São Carlos e Diretor-Presidente do Instituto UKA – Casa dos Saberes Ancestrais; e Isabelle Anchieta, jornalista premiada pelo Rumos Itaú Cultural, mestre em Comunicação pela UFMG e doutora em Sociologia pela USP. A mediação é da jornalista, escritora e documentarista Daniella Zupo.
CICLO DE DEBATES: Percurso Modernista em Minas Gerais: Cenas e Contextos
Conceitualmente concebido em uma perspectiva multidisciplinar, histórica e crítica, a proposta pretende desvelar e aprofundar as reflexões sobre o modernismo a partir de discussões que englobam o entrelaçamento entre o passado, o presente e as perspectivas para o futuro. O Ciclo de Debates conta com sete mesas de conversas e irá receber especialistas e pesquisadores do modernismo no Brasil.
De acordo com a curadora Luciana Féres, a proposta é promover uma revisão crítica do Movimento Moderno e suas manifestações e entrelaçamentos nos diversos campos da cultura, abarcando as artes visuais, artes performáticas, arquitetura, patrimônio cultural, música, cinema, fotografia e literatura. “O estado de Minas Gerais e sua capital desempenharam grande protagonismo no desenrolar da cena moderna brasileira e este projeto pretende lançar luz a esses contextos e especificidades. Concebido como um ciclo que não se encerra, mas que deve ser sempre repensado, a leitura e a interpretação da cena moderna em Minas são fontes inesgotáveis de pesquisa e aprendizado”.
O MODERNISMO EM MINAS GERAIS
O programa O Modernismo em Minas Gerais é uma parceria entre o Governo de Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, a Fundação Clóvis Salgado, a APPA Arte e Cultura e o Ministério Público de Minas Gerais. O projeto é financiado com recursos do Fundo Especial do Ministério Público de Minas Gerais (FUNEMP) e executado por meio do Contrato de Gestão com a APPA Arte e Cultura. O FUNEMP busca, além de aperfeiçoar as funções institucionais do Ministério Público, caso da modernização e obtenção dos meios necessários para o combate ao crime organizado, a reconstituição de bens lesados e a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, dar suporte financeiro a programas, projetos e ações de relevante interesse social. O valor de R$ 2,470 milhões investidos no programa. O Modernismo em Minas Gerais se soma aos investimentos orçamentários do Governo do Estado e de outros importantes parceiros privados da Fundação Clóvis Salgado.