Projeto prevê a modernização da estrutura, incluindo aprimoramento das medidas de acessibilidade.
No último mês, o Palácio das Artes recebeu uma visita técnica para avançar no projeto de restauro, iniciativa que celebra mais de meio século de história do maior complexo cultural da América Latina. A reunião contou com a arquiteta coordenadora do projeto pela APPA, Maíra Onofri, a equipe da empresa Belarq, liderada pela arquiteta Edwiges Leal, e o diretor arquiteto restaurador da Diretoria de Patrimônio Cultural do município de Belo Horizonte, Carlos Henrique Bicalho. O encontro teve como foco o Grande Teatro Cemig Palácio das Artes e o Foyer, dois espaços fundamentais para o funcionamento do complexo.
O projeto é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), em parceria com a APPA – Arte e Cultura e com o apoio de patrocinadores e dos órgãos de proteção do patrimônio. O objetivo é preservar o valor histórico e arquitetônico do complexo, garantindo sua capacidade de receber uma ampla diversidade de eventos artísticos, culturais e formativos com infraestrutura moderna e segura.
Análise técnica detalhada
Durante a visita, a equipe técnica discutiu as possibilidades de mudança frente à proteção deste bem cultural, com propostas de melhorias na iluminação, acústica, substituição das poltronas e do carpete do Grande Teatro, bem como outras intervenções que visam potencializar a experiência do público. Todas as ações serão detalhadas em projeto pela Belarq e submetidas à aprovação dos órgãos municipal e estadual de proteção ao patrimônio cultural, além da Fundação Clóvis Salgado, mantenedora do complexo.
Para Maíra Onofri, coordenadora do projeto pela APPA, a iniciativa representa uma homenagem e uma renovação do compromisso com o Palácio das Artes. “O projeto tem como principal objetivo lançar uma visão moderna e atualizada sobre esse espaço. Dessa forma, compatibiliza esta obra arquitetônica para que possa receber os mais diversos tipos de eventos, oferecendo ao usuário a melhor experiência possível.”
Edwiges Leal, arquiteta responsável pela equipe Belarq, ressaltou o desafio e a honra de trabalhar no restauro do Grande Teatro e do Foyer. “Estamos abordando, nesta primeira fase, o bloco do Grande Teatro e seu Foyer, que é o coração pulsante do conjunto. Encontramos uma casa em pleno funcionamento, mas cuja última intervenção data de 30 anos. Vamos trazer o que há de melhor em acústica, iluminação e materiais específicos para teatro, preservando suas características formais e potencializando seus atributos.”
Já o presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis, destacou a relevância do projeto para a consolidação do Palácio das Artes como um dos principais equipamentos culturais do Brasil. “Mesmo sendo ainda um “jovem senhor”, o Palácio das Artes tem mais de 50 anos de história que deixaram marcas e memórias incríveis. Não podemos esquecer que se trata do maior complexo cultural da América Latina. Daí a relevância do projeto de restauro e conservação do edifício: além de proteger um patrimônio do Brasil, é a garantia de um legado e a certeza de que suas bases continuarão sólidas, para mais meio século de trabalho, criatividade e arte para todos os públicos.”
APPA e Palácio das Artes: vem aí o segundo grande ato de restauro
Palácio das Artes, projetado por Oscar Niemeyer, ocupa uma área de 18,5 mil metros quadrados e está localizado na Avenida Afonso Pena, ao lado do Parque Municipal. Além de sua expressiva diversidade artística, o complexo desempenha um papel social relevante, promovendo mais de 3.000 eventos anuais e cursos de formação artística, recebendo mais de 7 milhões de visitantes nas atividades presenciais e virtuais O atual projeto de restauro celebra e valoriza este icônico espaço cultural de Minas, mas não será a primeira vez que vamos revitalizar o maior palco do estado para um futuro ainda mais brilhante.
A APPA também esteve à frente da última grande reforma do Palácio das Artes, realizada após o incêndio de 1997, que destruiu o Grande Teatro. O fato trágico, ocorrido no dia 7 de abril daquele ano, mobilizou autoridades governamentais e sociedade em uma grande ação de reconstrução, resultando em um teatro moderno e revitalizado. A história reforça o papel da APPA na preservação do nosso patrimônio cultural e no resgate de espaços emblemáticos para a cultura e a arte.
O projeto é uma realização do Ministério da Cultura, do Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais, da Fundação Clóvis Salgado e da APPA Cultura e Patrimônio. Conta com o patrocínio da Cemig e do Instituto Cultural Vale. Viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet. Governo Federal – União e Reconstrução.
Texto: Matheus Marinho