De janeiro até agora, mais de 164 mil pessoas participaram das programações no histórico edifício; apenas em julho, foram mais de 36 mil visitantes, número que representa um crescimento de 43% em relação ao mesmo período de 2023
As férias no Palácio da Liberdade bateram recorde de público. Neste mês de julho, o equipamento central do Circuito Liberdade, em Belo Horizonte, recebeu 36.566 visitas, 43% a mais do que em 2023, quando registrou 25.569 visitantes. O sucesso é fruto de uma programação especialmente pensada para o período de recesso escolar, mas não apenas isso: os portões abertos do Palácio tornaram o equipamento uma extensão da Praça da Liberdade, convidando o público a entrar a qualquer hora.
Além disso, ao longo do ano, o equipamento oferece exposições, ações culturais diversas e ainda conta com o educativo, que permite a escolas e outros grupos agendarem visitas guiadas. O resultado é que, janeiro até agora, o Palácio teve público de mais de 164.746 mil pessoas, um aumento de 26,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Representando mais um recorde de visitação, o número mostra como a população, cada vez mais, entende que o Palácio da Liberdade pertence ao povo mineiro.
“Temos percebido um maior interesse da população de BH e de turistas no Palácio da Liberdade. A gente percebe que eventos como o Férias no Palácio, exposições temporárias e atividades fixas da nossa programação têm surtido efeito. O Palácio está sendo acessado por todos”, comemora Júlia Kern Castro, produtora cultural e integrante do educativo do Palácio da Liberdade.
Para receber o público de férias, em boa parte formado por crianças, a equipe idealizou uma programação para valorizar o patrimônio de Belo Horizonte e de Minas Gerais. Um dos destaques foi a visita mediada, especialmente para as crianças, que ensinou a história do Palácio a partir de uma metodologia própria, trazendo a narrativa em uma linguagem simples e lúdica para os pequenos. A exposição “A valorização e o resgate de nossa cultura”, que celebra o trabalho de Yara Tupynambá em diálogo com as afromineiridades, é um dos destaques.
Para o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira, a atual popularidade do Palácio da Liberdade é a coroação do trabalho de democratização do acesso à cultura: “Uma das coisas mais bonitas que temos em Minas Gerais é o Palácio da Liberdade, mas muito mais bonito é ver as pessoas nele. Ninguém precisa marcar hora para vir ao Palácio, tanto nos jardins quanto no interior. Mesmo a restauração está sendo feita com a visita das pessoas. Crianças, jovens, adultos, todo mundo nesta que é a Casa de Minas Gerais. Uma alegria imensa ver isso acontecendo”.
Ekos da Liberdade: visitação e restauro ao mesmo tempo
Desde o ano passado, o Palácio da Liberdade passa por um processo único de restauração, que pode ser acompanhado de perto pelos visitantes. A programação cultural, mesmo com as obras, continuou efervescente. Programas de educação patrimonial, visitas guiadas e outros eventos integram o projeto Ekos da Liberdade, que tem por objetivo a conservação do bem, tombado desde 1975, considerando a importância histórica, artística, arquitetônica e social para os mineiros.
Realizado pelo Instituto Biapó, o projeto está inserido no Programa Minas Para Sempre, uma iniciativa da Coordenadoria do Patrimônio Cultural e do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais em parceria com o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). O MPMG repassou, na primeira etapa, cerca de R$ 10 milhões para realização das obras de restauro e conservação, que são acompanhadas pela Secult-MG e pelo Iepha-MG.
A arquiteta Ana Carolina de Almeida Rosário, de 24 anos, sabe a importância da iniciativa. Atualmente residente em Itaúna, a arquiteta aproveitou a visita de sua mãe, que mora em Ipatinga, para lhe apresentar o patrimônio cultural localizado no Circuito Liberdade.
“Infelizmente, muitos patrimônios antigos já foram derrubados ou estão em um estado muito grande de degradação, e as próximas gerações não terão oportunidade de conhecer nossa história. Acho muito necessária essa reforma e ela está acontecendo de uma forma muito bacana, porque não atrapalha as pessoas continuarem visitando. Hoje, visitamos todos os cômodos do segundo andar, ouvimos uma palestra sobre a sala principal e fizemos também um passeio na área do jardim”, conta a arquiteta.
Texto: Secult – MG