Concertos, apresentação e workshop de dança, “Palco Aberto” especial, podcast, exposição e mostra de cinema, entre outras ações, compõem a extensa programação que não se restringe a novembro de 2024; projeto é realizado em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais, a partir do Programa “Sobre Tons”, do MPMG
Projeto “Sobre Tons” – Programa do Ministério Público de Minas Gerais
Data: Ao longo do mês de novembro de 2024, e também nos meses de janeiro a maio de 2025
Horários: Variáveis
Locais: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, Jardins Internos do Palácio das Artes e Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes
(Avenida Afonso Pena, 1537, Centro)
CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais
(Avenida Afonso Pena, 737, Centro)
Classificações indicativas: Variáveis
Entrada gratuita ou a preços populares, a depender do evento
Informações para a imprensa:
Lucas Oliveira | (31) 3236-7378 | (31) 98592-2377 |
lucashenriquegomesdeoliveira@gmail.com
Em 2024, o mês da Consciência Negra será marcado por uma programação especial no Palácio das Artes. A Fundação Clóvis Salgado (FCS), em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), apresenta em novembro o projeto “Sobre Tons”, um desdobramento do programa homônimo do MPMG, com diversas atividades artísticas e formativas de valorização da negritude e combate ao racismo. Concertos, apresentação e workshop de dança, “Palco Aberto” especial, podcast, exposição e mostra de cinema, entre outras ações, compõem a extensa programação que não se restringe ao penúltimo mês do ano, mas se estende também pelo primeiro semestre de 2025. A maioria das atividades têm entrada gratuita, e outras serão realizadas com ingressos a preços populares.
A ideia do Programa “Sobre Tons” nasceu durante reunião do Grupo de Trabalho Antirracismo do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), inaugurado em 2021 para debater e propor medidas de enfrentamento ao racismo institucional. Na primeira etapa da iniciativa, desenvolvida no período de março a novembro de 2023, a metodologia principal de trabalho foi a veiculação interna de conteúdos curtos e objetivos que, de modo informativo/educativo, apresentassem os principais conceitos que atravessam as pautas raciais. Foram veiculadas, quinzenalmente, pílulas educativas que serviram de fonte de letramento racial para a ampla comunidade do MPMG, colaborando para inserir os principais temas raciais no contexto institucional e sensibilizando a comunidade interna para a importância de se olhar para o racismo na instituição, nomeando-o. Neste período foram feitos, ainda, encontros, rodas de conversa, produção de material gráfico e audiovisual de caráter informativo e temático e disseminação dos conceitos propostos em diversos canais do MPMG e correlatos sempre com a participação de integrantes da instituição. Na segunda fase do programa, iniciada no início deste ano, o foco é a ampliação das atividades para toda a sociedade através de parcerias, como a que foi firmada com a Fundação Clóvis Salgado. Outros parceiros do MPMG na iniciativa são a Federação Mineira de Futebol e as universidades UNA e UNI-BH.
O projeto “Sobre Tons”, parte do Programa de mesmo nome do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), é realizado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e Fundação Clóvis Salgado, A ação é viabilizada pelo Programa “Sobre Tons” e pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. Governo Federal, Brasil: União e Reconstrução. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a Cemig como mantenedora, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. O Palácio das Artes integra o Circuito Liberdade, que reúne 35 equipamentos com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo.
Iniciativas artísticas – Seguindo as diretrizes centrais do Programa “Sobre Tons”, a Fundação Clóvis Salgado elaborou uma curadoria de eventos e atividades que dialogam com o combate ao racismo e com a valorização da cultura negra. A programação começa com dois concertos da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG) e do Coral Lírico de Minas Gerais (CLMG) no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, nos dias 5/11 e 6/11. No repertório, “Porgy and Bess em Concerto”, versão da célebre ópera do estadunidense George Gershwin que retrata o dia a dia de uma comunidade afro-americana na Carolina do Sul. Apresentada pela primeira vez em 1935, a ópera se destaca pela condição que Gershwin impôs para sua montagem: todos/as os cantores/as solistas têm de ser pessoas negras. O primeiro concerto do projeto “Sobre Tons” traz também a peça “Maracatu de Chico-Rei”, do paulistano Francisco Mignone, que homenageia a cultura afro-brasileira e mescla elementos populares e eruditos. A regência é do maestro Hernán Sánchez, diretor musical e regente titular do CLMG, e conta com a participação dos solistas convidados Andreia de Paula (soprano) e Davi Marcondes (barítono). A primeira apresentação, na terça-feira, traz trechos do programa ao meio-dia, com entrada gratuita. Já na quarta-feira à noite, o concerto completo, com ingressos a preços populares e já à venda.
A programação musical no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes continua, desta vez unindo o erudito ao popular em uma apresentação nos dias 19/11 e 20/11, respectivamente véspera e Dia da Consciência Negra. Sob regência do maestro convidado Ângelo Rafael Fonseca e com a presença das cantoras mineiras Nath Rodrigues e Adriana Araújo – expoentes vozes negras da música popular de Belo Horizonte –, o concerto vai celebrar o trabalho de compositores e compositoras afro-brasileiras, com destaque para Dona Eliza, uma das sambistas precursoras da capital mineira, com mais de 800 músicas em seu repertório. Além disso, o evento marcará a estreia mundial da obra “Suite Atlântico Negro”, do compositor baiano Hugo Sanbone. O programa conta ainda com obras de Chiquinha Gonzaga, Dorival Caymmi, Dona Ivone Lara e Milton Nascimento, entre outros. Assim como no concerto anterior, haverá primeiro uma apresentação ao meio-dia, com entrada gratuita e trechos do repertório, e, no dia seguinte, o programa completo, com entrada a preços populares.
Outro corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado, a Cia. de Dança Palácio das Artes (CDPA), integra o projeto “Sobre Tons” com duas atrações. No dia 12/11, os/as bailarinos/as negros/as do grupo farão um workshop aberto ao público, com cada artista falando sobre sua trajetória, as oportunidades na área da dança e os processos criativos na companhia mais que cinquentenária. Já no dia 17/11, o elenco completo da CDPA retorna ao Grande Teatro Cemig Palácio das Artes com o espetáculo “Você Perto…”, bem-sucedida estreia do grupo em junho. A obra explora a temática da proximidade e da conexão humana, propondo uma reflexão sobre a importância da empatia e do olhar fraterno e igualitário direcionado ao outro. Dois dias depois, 19/11, nos jardins internos do Palácio das Artes, acontece mais uma edição do projeto “Palco Aberto Cefart”, que vai reunir apresentações de grupos e artistas de diversas linguagens artísticas em clima descontraído, apresentando espetáculos e intervenções de dança, música, teatro, entre outras expressões culturais.
A programação continua para além do mês de novembro. Entre janeiro e março de 2025, a CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais recebe exposição com obras de fotógrafos/as negros/as destacados/as no cenário das artes visuais. A mostra será uma parceria entre a Fundação Clóvis Salgado e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA). Já entre fevereiro e maio do próximo ano, o lendário ator, comediante, cantor, produtor e compositor brasileiro Grande Otelo ganha uma mostra de cinema especial dedicada à sua trajetória. Mineiro de Uberlândia, Grande Otelo completaria 110 anos em 2025. A mostra em sua homenagem acontecerá no Cine Humberto Mauro, sala de exibição do Palácio das Artes, e vai contar com cursos sobre a obra de Grande Otelo e a história do cinema brasileiro, sessões comentadas, exibições de cópias restauradas e em 35mm, sessões ao ar livre na Praça da Liberdade e no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, além de adaptação cênica livre de obra estrelada por Grande Otelo com mistura de linguagens entre teatro e cinema.
O presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis, destaca a importância de uma programação antirracista consistente e continuada, que coloque as pessoas negras no centro da produção e dos debates artístico-culturais. “A FCS, gestora do Palácio das Artes, da CâmeraSete e de outros equipamentos culturais, vem se esforçando muito para diversificar sua programação e trazer novos artistas à luz, cada vez mais, pois entende que esses espaços são de todos e para todos. E isso passa, logicamente, por dar protagonismo às pessoas que tanto contribuíram e seguem sendo fundamentais para a formação do povo brasileiro, mas que, por uma série de fatores, ainda são subrepresentados nas artes e na cultura. Ao longo do ano, temos investido na valorização de artistas mulheres e com deficiência, em movimentos muito bem-sucedidos, tanto pela resposta do público quanto pela excelência da produção desses sujeitos. Então não poderia haver melhor momento do que novembro para não só celebrar a arte feita por pessoas negras, que são a maioria da nossa população, mas também para chamar nosso público à reflexão sobre as barreiras ainda impostas a esses artistas. Estamos muito felizes de, em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais, podermos ser o canal de merecida visibilidade para esses produtores de arte e cultura, não só agora, mas também ao longo de 2025 e nos próximos anos. Que esses artistas e suas criações possam estar aqui conosco sempre, em profusão, pois seguimos de portas abertas para todos os encontros”, afirma Reis.
Ações educativas – Além das atrações artísticas, o programa “Sobre Tons” inclui diversas iniciativas pedagógicas/formativas com foco no antirracismo e na valorização da negritude. Um exemplo é o podcast homônimo, com 1 temporada composta por 4 episódios que trazem histórias emblemáticas da luta contra o racismo e comentários de convidados especiais. Os episódios serão disponibilizados nas plataformas da Fundação Clóvis Salgado, com lançamento previsto para dezembro de 2024, na Sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes. Dois deles já estão disponíveis nas plataformas do MPMG. Ainda em 2024, e também em 2025, a FCS será responsável pela produção de pílulas informativas de curta duração (60 a 90 segundos) em linguagem acessível com conteúdo de caráter antirracista. As pílulas terão revisão das equipes do MPMG, e serão veiculadas no Instagram oficial do MPMG, IEPHA e FCS, e também em estádios e clubes de futebol, universidades, escolas e demais parceiros. O próximo ano terá ainda o lançamento de um edital para edição de livros de três autoras(es) negras(os) mineiras(os), com estimativa de tiragem de 600 cópias de até 200 páginas. A produção buscará viabilizar obras literárias de escritores e intelectuais negros, além de incentivar a produção de novos talentos e valorizar a carreira de escritores já consagrados.
A ideia de continuar o Programa “Sobre Tons”, ao lado da Fundação Clóvis, veio de um desejo do Ministério Público de ampliar a conscientização acerca da pauta étnico-racial. É o que aponta o promotor de Justiça Allender Barreto, coordenador de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação do MPMG. “O Ministério Público de Minas Gerais entendeu, no decorrer da primeira fase do ‘Sobre Tons’, que o processo de letramento racial que dá base ao programa precisava se expandir para além dos muros da instituição. Foi nesse sentido que buscamos estabelecer parcerias de peso, como a Fundação Clóvis Salgado, para dar corpo e viabilizar um alcance de público cada vez maior. A educação antirracista precisa se tornar um projeto de sociedade, sob pena de não alcançarmos um efetivo estado democrático de direito”, defende.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes e a CâmeraSete, entre outros diversos equipamentos. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.
Texto: Fundação Clóvis Salgado