EXPOSIÇÃO NA CÂMERA SETE ABORDA MANIFESTAÇÕES DE FÉ E RELIGIOSIDADE POPULAR EM MINAS GERAIS

“Devoção – Mas trazemos flores, prendas e rezas” tem obras de artistas renomados, como Marcel Gautherot, Marco Tulio Resende e Miguel Aun; período expositivo é de 19 de junho a 14 de setembro


Exposição “Devoção – Mas trazemos flores, prendas e rezas”

Data: Abertura no dia 18 de junho (terça-feira), às 19h

Período expositivo de 19 de junho (quarta-feira) a 14 de setembro (sábado)

Horário: Terça-feira a sábado, das 9h30 às 21h

Local: CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais

(Afonso Pena, 737 – Centro, Belo Horizonte – MG)

Classificação indicativa: Livre

Entrada gratuita

Agendamento de visitas mediadaseducativo.fcs@appa.art.br

Informações para o público: (31) 3236-7400


Jubileu de Congonhas, 2022 (Créditos: Carol Lacerda)

Ao longo dos séculos, a expressão artística já foi intrinsecamente relacionada à busca espiritual – e, para alguns, ainda é. Das telas às partituras, é possível testemunhar a capacidade das formas de arte de transcender o material e conectar a humanidade ao divino. Pensando nisso, a nova exposição da CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais, aberta para visitação de 19 de junho a 14 de setembro, com entrada gratuita, aborda as diversas manifestações de fé e religiosidade em Minas Gerais, reunindo fotografias e obras em outros suportes que capturam momentos e rituais de crença popular, como as romarias, procissões e ex-votos. “Devoção – Mas trazemos flores, prendas e rezas”, com curadoria da Fundação Clóvis Salgado, convida os espectadores a explorar a relação entre a arte e a espiritualidade. Dezenas de obras de artistas como Carol Lacerda, Isabela Senatore, Marcel Gautherot, Marco Tulio Resende e Miguel Aun compõem a seleção da mostra, oferecendo perspectivas diversas sobre a devoção. Com subtítulo retirado do poema “Romaria”, de Carlos Drummond de Andrade – poeta que ecoa a alma de Minas Gerais e fundamenta as atividades expositivas do Palácio das Artes em 2024 –, a exposição reitera os anseios e questionamentos da jornada humana em direção ao sagrado.

Paralelamente à abertura da exposição, às 19h do dia 18 de junho, haverá o lançamento do livro “Congonhas: da fé de Feliciano à genialidade de Aleijadinho”, escrito por Domingos Teodoro da Costa. A obra, que inspirou “Devoção”, nova ópera da Fundação Clóvis Salgado, analisa a construção do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, com foco em Feliciano Mendes, idealizador do local, e no célebre escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Nas galerias da CâmeraSete, o santuário de Congonhas estará retratado nas obras de Carol Lacerda, Marcel Gautherot e Miguel Aun. Já Isabela Senatore tem como foco as celebrações da Semana Santa na cidade de Ouro Preto, e Marco Tulio Resende apresentará duas séries inéditas de objetos em madeira inspirados nos ex-votos, que são os presentes dados pelos fiéis a seus santos de devoção, geralmente em agradecimento a uma graça alcançada.

O Ministério da Cultura, o Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam “Devoção – Mas trazemos flores, prendas e rezas”. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm Patrocínio Master da Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura e Patrimônio. Governo Federal, Brasil. União e Reconstrução.

Profeta Jeremias, 1947 (Créditos: Marcel Gautherot)

As múltiplas faces da devoção – O próprio Drummond descreveu o francês Marcel Gautherot como “o mais notável documentador da vida nacional”. Nas décadas de 1940 e 1960, o fotógrafo fez a série “Jubileu no Santuário”, com imagens capturadas em Congonhas, que estarão presentes na exposição. Enquanto Gautherot focou mais nas esculturas de Aleijadinho e na romaria dos fiéis, o belo-horizontino Miguel Aun retratou, dentre outros elementos, a Sala dos Milagres do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. O local também foi um dos focos de pesquisa da fotojornalista congonhense Carol Lacerda, que pesquisa as tradições de sua cidade natal há cerca de dez anos e terá seus trabalhos expostos em um centro cultural pela primeira vez. “Me senti muito honrada com o convite. É um grande privilégio poder expor meu trabalho na Casa da Fotografia de Minas Gerais, um local que já recebeu tantos artistas que são referência para mim. Estar entre grandes nomes do documentarismo, com destaque para o Marcel Gautherot, chega a ser surreal. A fé e a devoção são um dos pilares constitutivos da identidade cultural e da cidade de Congonhas. A devoção ao Bom Jesus tem uma grande influência na história da cidade, não só na cultura como também na economia, mas ainda acho que boa parte da população acaba não vendo o potencial que essa devoção representa para a cidade. Penso que nós, congonhenses, poderíamos nos apropriar mais da nossa história, mas, para isso, é preciso conhecê-la, e espero que o meu trabalho possa contribuir, em alguma medida, para isso”, reflete a artista.

O pintor e desenhista belo-horizontino Marco Tulio Resende, que é também professor na Escola Guignard, ressalta que suas séries inspiradas nos ex-votos nasceram de uma questão de sua realidade como artista mineiro. “Tem uma frase de Guimarães Rosa que ele fala que o mineiro está sempre ‘pegando com Deus’. Nós temos uma tradição religiosa aqui em Minas muito grande, e eu então comecei a usar esses recortes de madeira para sair do formato quadro e colocar as minhas ideias. Essas obras partem de vivências pessoais como o meu nascimento e têm a realidade física do corpo da mãe, com detalhes pintados em metal com tinta prateada, abordando a questão da agressão de um corpo”, explica.

Transversalidade com a ópera – A fé também é o ponto de partida de uma jornada emocional repleta de lendas, história e humanidade: “Devoção”, a 95ª ópera da Fundação Clóvis Salgado, uma produção inédita, encomendada pela instituição e com a participação da Orquestra Sinfônica e Coral Lírico de Minas Gerais, Cia. de Dança Palácio das Artes e grande elenco de músicos e solistas. Com música de João Guilherme Ripper e libreto de André Cardoso, a ópera em dois atos conta a saga de Feliciano Mendes, um imigrante português que, movido por sua devoção e como pagamento de uma promessa que lhe devolveu a saúde, constrói uma igreja em Congonhas, o futuro Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. A pré-estreia acontece em Congonhas, no dia 13 de julho, e, dos dias 19 a 23, “Devoção” será apresentada no Palácio das Artes.

Créditos: Miguel Aun

FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS.  A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade. Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos. 


Texto: Fundação Clóvis Salgado


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