Trabalho da ilustradora será exposto pela primeira vez no Brasil, em expografia que reúne, na PQNA Galeria Pedro Moraleida, 27 imagens de forte impacto.
EXPOSIÇÃO O CORTE E O FIO
Data 24/11/2023 (sexta-feira) a 14/01/2024 (domingo)
Horários: De terça a sábado, das 9h30 às 21h, e no domingo das 17h às 21h
Local: PQNA Galeria Pedro Moraleida – Palácio das Artes
(Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte)
Classificação Indicativa: Livre
ENTRADA GRATUITA
Informações para o público: (31) 3236-7400
As impactantes obras da artista suíça Julia Geiser chegam ao Brasil pela primeira vez para ocupar a PQNA Galeria Pedro Moraleida, no Palácio das Artes. A exposição O Corte e o Fio ficará aberta ao público de 24/11/2023 (sexta-feira) a 14/01/2024 (domingo), trazendo 27 imagens criadas pela ilustradora, conhecida pelas capas de livros e pela interface com áreas e técnicas como o design, a colagem e a linguagem editorial. A galeria fica aberta de terça-feira a sábado, das 9h30 às 21h, e no domingo, das 17h às 21h. A entrada no espaço é gratuita, e a classificação da exposição é livre.
Julia Geiser vive e trabalha em Berna, capital da Suíça. Com formação acadêmica na área do Design, a artista começou a trabalhar com o método de colagem em 2012, e vem desenvolvendo importante trabalho como capista para a editora brasileira Âyiné há 10 anos. No início da sua carreira artística, a especialização em colagem, aliada a uma linguagem visual reconhecível, ajudou-a a ganhar atenção na internet, o que lhe permitiu realizar exposições e publicações. A atenção inicial trouxe a ela encomendas para criar ilustrações de todo o mundo, e entre seus clientes estão o jornal alemão Die Zeit e o inglês The Economist. Para suas ilustrações, a artista usa apenas fotos da internet. A digitalização de imagens e a sua disponibilização através de iniciativas comuns foram as condições que tornaram o seu trabalho possível. O voyeurismo online se torna uma inspiração para ela e, dessa forma, seu trabalho alcança um terreno mais amplo, tornando-se um debate sobre direitos e licenças, privacidade e bens comuns, propriedade e leis. Através de seu trabalho, desenvolveu um grande interesse por processos na internet, que também vem explorando em outros contextos.
O Ministério da Cultura, o Governo de Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, a Fundação Clóvis Salgado e o Instituto Cidades Criativas apresentam a exposição O Corte e o Fio. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm como mantenedores Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Master da ArcelorMittal, Patrocínio da Usiminas e da Vivo e Correalização da APPA – Arte e Cultura.
A arte de uma colecionadora de imagens – Trabalhando a concretude e a tridimensionalidade dos corpos, muitas vezes sob um aspecto biológico, as ilustrações de Julia Geiser causam um grande impacto tanto pelo realismo quanto pela interação entre humanos, animais e os objetos e ambientes que estão no entorno. Geralmente com cores pouco saturadas e uma textura granulada que remete a gravuras mais antigas, as imagens que estarão na exposição foram feitas nos últimos 11 anos pela artista e impressionam pelo uso de elementos ora desconcertantes e muito palpáveis, ora pelos simbolismos repletos de abstração. “As imagens dela têm uma atmosfera muito pictórica. Ela produz digitalmente uma profundidade de campo e cenas que aglutinam componentes de uma forma próxima à pintura. É também interessante notar que o trabalho dela se desenvolve 100% a partir de imagens encontradas na internet, mas são imagens de procedências muito distintas, desde registros históricos a acervos digitalizados. É um trabalho de pesquisa muito intenso e incansável, que a torna uma colecionadora de imagens”, destaca a curadora da exposição, Daniella Domingues.
Com uma formação muito ampla, além do trabalho como professora, a artista tem uma trajetória de produção voltada para a ilustração editorial que foge do padrão frequentemente visto. Daniella Domingues explica que muitas vezes os ilustradores se mantêm em uma posição de produzir imagens que estão submetidas ao título, ao texto e ao autor, gerando capas que abordam o tema do livro nesta tradução para a imagem de uma forma muito literal. “No caso da Julia, ela trabalha em uma reinterpretação desse disparador inicial. Então existe a construção de uma imagem com muitas referências, que não fica subjugada ao texto ou às demais informações. Ela abre um caminho que tangencia e convida ao tema, mas que não está submetido a ele, de modo que as imagens se sustentem nas capas quase como obras independentes. Há uma construção da colagem que cria imagens muitas vezes intrigantes e estranhas, às vezes com algum elemento até mesmo insólito, e ela maneja esses pontos de tensão na imagem com um olhar e uma técnica que são próprios da prática artística, não apenas a serviço do editorial. É uma poética própria e estabelecida, que aparece em tudo o que ela faz, independente do contexto. Na minha opinião, como artista e também diretora de arte editorial, isso é interessante na medida em que conseguimos construir relações pouco óbvias, que convidam à publicação sem entregar a narrativa”.
A exposição traz uma seleção bastante ampla de trabalhos, que propõem uma outra experiência de observação das imagens, em uma dimensão diferente, a partir de uma expografia que “brinca” com vários formatos, desde aqueles mais próximos dos livros, até a extrapolação com ampliações bem mais perceptíveis das obras. Uiara Azevedo, Gerente de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado, salienta a importância de trazer, de forma inédita, o trabalho de Julia Geiser para uma galeria do Palácio das Artes. “Essa é uma exposição que, para além de estabelecer uma conexão internacional com uma artista jovem e em ascensão, também coloca em discussão um tópico muito caro à arte contemporânea, que são os hibridismos, justamente essas intersecções entre design, colagem, linguagem editorial, arte digital, etc. É motivo de muita felicidade para a Fundação Clóvis Salgado ser o Palácio das Artes o espaço que vai receber a primeira exposição da artista Julia Geiser no Brasil, e esperamos que o público venha e possa ter uma experiência tão impactante quanto reflexiva com as obras dessa autora tão singular”, convida Uiara.
JULIA GEISER – Julia Geiser (1987) vive e trabalha em Berna, Suíça. Ela possui bacharelado em Design Pós-industrial (2014 Hyperwerk FHNW Basel) e mestrado em Pesquisa em Design (2019 Master Design HKB Bern). Começou a trabalhar com o método de colagem em 2012. Julia Geiser vem desenvolvendo importante trabalho como capista das edições da editora Âyiné.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia. de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das galerias de arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade. Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.
Texto: Fundação Clóvis Salgado