Com 32 esculturas e talhas policromadas entalhadas em madeira, mostra ressalta a magnitude do ofício de escultor e entalhado
ATENÇÃO: Exposição prorrogada até 18 de junho.
CONTÍNUO BARROCO | HÉLIO PETRUS
Abertura: 21 de março de 2023, às 19h
Período expositivo: 22 de março de 2023 a 21 de maio 2023
Local: Palácio das Artes – Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard
Endereço: Av. Afonso Pena, 1537, Centro
ENTRADA GRATUITA
Informações para o público: (31) 3236-7400
O Palácio das Artes recebe, a partir de 21 de março de 2022 (terça-feira),a exposição Contínuo Barroco, do escultor e entalhador mineiro Hélio Petrus. A mostra ocupa a Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard até 21 de maio de 2023 e traz uma curadoria de 32 esculturas e talhas policromadas entalhadas em madeira. Em celebração aos 55 anos de carreira e 80 anos de vida do artista, a mostra faz referência ao mestre de ofício, ao fazer manual e à arte popular, ressaltando a magnitude do Barroco Mineiro. Considerado um dos principais artistas do Brasil, Petrus e sua arte sacra nos transportam ao período colonial: com requinte nos detalhes, suas esculturas, talhas e querubins são apreciados em todo o mundo.
Imagem: Barroco Contínuo – Hélio Petrus – (Crédito: Anielle Petrus)
Expografia – A expografia, que foi cuidadosamente construída pelo artista gráfico e designer Flávio Vignoli, traz uma série de elementos que buscam evidenciar o lugar dramático e contemporâneo do Barraco e sua presença na vida cotidiana dos mineiros. “O Barraco segue acontecendo em Minas Gerais e no Brasil, em cada lugar com sua particularidade, mas segue presente no cotidiano dos indivíduos. Pensei a expografia a partir da dramaticidade do tema, que vem do neobarroco, do pós-barroco, desse contínuo barraco. As peças em exibição vão ter um modo de iluminação que vai levar um pouco mais de sombra ao olhar, à contemplação das obras. Trabalhei a luz dentro de uma perspectiva mais teatral. E para compor ainda mais essa ambiência dramática, traremos uma série de músicas mineiras, desde religiosas até canções que remetam ao lugar da tradição que essa linguagem enseja. A contemporaneidade do Barroco é o que buscamos trabalhar. O Barroco é parte do cotidiano das cidades mineiras, está presente na rotina, na formação da nossa Mineiridade. Queremos trazer a Mineiridade para a exposição, criar uma mostra sensorial para o público”, explica Flávio Vignoli.
O cedro, material que dá vida às diversas formas da expressão artística de Petrus, é transformado pelas mãos do artista em anjos, querubins, madonas, santos e talhas. O trabalho de artesão, que se dedica de maneira exclusiva à iconografia religiosa, também é celebrado na mostra que ocupa a Grande Galeria do Palácio das Artes. Procurando aproximar-se tecnicamente dos mestres mineiros e europeus, Petrus estudou com paciência as fraturas, cortes, e expressões nas obras dos grandes mestres. Seu trabalho, no entanto, se distancia da densidade e dualidade dramática do Barroco, e encontra no Rococó a marca pessoal do artista – com leveza e refletindo o novo, apesar da forte inspiração no passado. O perfeccionismo nas obras é marcante, ao lado do ritmo sincopado das esculturas, do relevo suave das talhas, da leveza das volutas.
Imagem: Barroco Contínuo – Hélio Petrus – (Crédito: Anielle Petrus)
Em seus 55 anos de carreira, Petrus relata sua trajetória cercada de desafios e conquistas. “Por 20 anos trabalhei sozinho, e a caminhada foi muito penosa. Sobrevivia sempre da arte, e devido a isso, fazia produções mais rápidas, para venda. Quando decidi realizar um trabalho mais voltado para o Barroco, que exigia mais calma, comecei a trazer jovens talentosos para o meu ateliê em Mariana. Eles me ajudaram a construir as obras com mais calma”, conta o artista. Hoje, o artista já possui obras em todo o mundo, tendo presenteado o Papa Francisco com uma das suas esculturas, e possuir como colecionador Padre Fábio de Melo.
Neobarroco reunido – A mostra reúne obras de escultura em talha e anjos entalhados em madeira de cedro, com acabamento em policromia, pátina e em madeira encerada, que retratam o estilo Neobarroco de Petrus. A exposição traz temas como Nossa Senhora da Conceição, São Francisco, Santo Antônio, São José, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora do Carmo, Santana Mestra e São Miguel Arcanjo, dentre outros.
“A madeira exposta é circundada por uma série de configurações que dão vida à exposição: a iluminação especial, as cores nas paredes, e a sonoplastia. A ambientação será composta por canções barrocas de grandes musicistas do século XVIII, cujas partituras pertencem ao Museu da Música de Mariana. Tudo no cenário maravilhoso do Palácio das Artes”, explica Petrus.
“Há muitos anos gostaria de realizar essa exposição. Para mim, é uma oportunidade excelente, e receber esse convite foi uma emoção muito grande”, celebra Petrus. O artista comemora a recepção da instituição para a Arte Barroca, valorizando uma cultura expositiva que não vai de encontro exclusivamente à arte contemporânea, e contempla todas as expressões artísticas. “Minha expectativa é atingir o público que gostaria de ver essa arte ocupando os espaços de referência em Belo Horizonte, um público amante da arte barroca e que se encanta por esse trabalho”, diz Petrus, reforçando também a importância da formação de novos públicos e de atingir aqueles que nunca tiveram a oportunidade de apreciar seu trabalho.
A mostra Contínuo Barroco faz parte da programação especial Minas Santa, lançada pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), que prevê uma série de ações e atividades durante o período da Semana Santa. O Palácio das Artes, sob gestão da Fundação Clóvis Salgado, participa da programação também com a “Mostra Épicos da Fé”, que acontece no Cine Humberto Mauro, a partir do dia 07/04. Ela reunirá clássicos do cinema mundial que interpretam a paixão de cristo em diversos estilos e obras icônicas. Haverá também a realização do Curso de Extensão ”Fé Cênica: a construção de personagens épicos”, ofertado virtualmente por meio do Cefart Virtual, programa de formação à distância do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, no dia 24/03.
Texto: Fundação Clóvis Salgado
Fotos: Anielle Petrus
