Para celebrar o aniversário de nascimento de um dos principais poetas mineiros, o Cine Humberto Mauro apresenta a mostra “ESPECIAL 120 ANOS CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE”. Documentário inédito explora a trajetória do movimento modernista em Minas Gerais a partir da viagem de Mário de Andrade ao território mineiro e conta com o poeta mineiro Ricardo Aleixo, os escritores Luiz Ruffato e Daniel Mundukuru, a pesquisadora Vera Casanova, entre outros. A programação, que é gratuita, ainda traz os filmes “Umana Divina Geometria”, de Livia Raponi e “Poeta de Sete Faces”, de Paulo Thiago
Minas Gerais, Amazonas, Bahia. Esses foram alguns dos estados visitados por Mário de Andrade em sua busca por descobrir as raízes do Brasil. As itinerâncias, realizadas de 1919 a 1929 por um dos principais expoentes do modernismo nacional, ajudaram a construir a identidade do movimento brasileiro. As jornadas ao território mineiro, em 1919 e 1924, são o mote do documentário “UMA CARTA PARA MÁRIO”, dirigido por Armando Mendz, que estreia nesta segunda-feira (31/10), às 19h30, no Cine Humberto Mauro. A exibição, que é gratuita, integra as comemorações dos 120 do poeta modernista mineiro Carlos Drummond de Andrade. Os ingressos vão estar disponíveis na bilheteira do cinema 1h antes do início da sessão. O evento ainda conta com os filmes “Poeta de Sete Faces”, de Paulo Thiago, e “Umana Divina Geometria”, de Livia Raponi. O evento é parte das ações do programa “O Modernismo em Minas Gerais”.
O filme de Mendz parte de uma carta escrita por Luiz Ruffato a Mário de Andrade, em que o escritor de “Eles eram muitos cavalos” faz um relato das consequências da Semana de Arte Moderna de 1922 para a cultura de Minas Gerais e do país. O trabalho ainda conta com a participação do poeta mineiro Ricardo Aleixo, que interpreta trechos do poema “Noturno de Belo Horizonte”, escrito por Mário de Andrade a partir de sua visita à capital mineira em 1924.
Para o diretor de “Uma Carta Para Mário”, o filme é um registro afetuoso sobre o modernismo em Minas Gerais e seus desdobramentos. “Ao mesmo tempo em que marca uma efeméride – os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 – o trabalho resgata e reflete sobre o legado do movimento modernista, que pensava o futuro no presente, mas sempre buscando nas nossas raízes a identidade brasileira. Que não negava nossas contradições, mas tentava abraçá-las. Um pensamento que foi, é e sempre será importante, assim como o próprio movimento, fundamental para a cultura brasileira do século XX e que, ainda hoje, ecoa na luta pela diversidade, pela liberdade de criação e no pensar o Brasil como possibilidade, não problema”, explica Armando Mendz.
O documentário traz entrevistas do filósofo e escritor Daniel Mundukuru e dos pesquisadores Vera Casanova, João Antônio de Paula, Isabelle Anchieta, Rodrigo Vivas, Leonardo Castriota e Denise Bahia. O documentário aborda o contexto histórico das primeiras décadas do século XX para o modernismo nacional e reflete, dos primórdios do movimento aos seus desdobramentos na contemporaneidade, sobre o cenário da literatura, artes plásticas e arquitetura em Minas Gerais e no Brasil.
Com 85 minutos de duração, “Uma Carta para Mário” tem direção de fotografia de Alexandre Baxter e o roteiro de Pilar Fazito. A produção executiva é de Breno Nogueira e Leonardo Guerra.
ESPECIAL 120 ANOS CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE – UMA HOMENAGEM
Para celebrar o legado de Drummond, o Cine Humberto Mauro exibe ainda os filmes “Umana Divina Geometria”, de Livia Raponi e “Poeta de Sete Faces”, de Paulo Thiago.
A obra documental “POETA DE SETE FACES”, de Paulo Thiago, se desdobra em três etapas, que correspondem às fases distintas da obra de Carlos Drummond de Andrade e caracterizam momentos de sua vida. A primeira parte, chamada “Vai Carlos, ser gauche na vida”, registra o nascimento do escritor itabirano, em 1902, até sua mudança para o Rio de Janeiro, em 1934. E abarca as composições dos primeiros livros de Drummond, como “Alguma Poesia” e “Brejo das Almas”. A segunda sessão, chamada “A vida apenas, sem mistificação”, começa com a mudança de Drummond para a capital fluminense e evidencia o caráter políticao na vida do escritor. A última parte do registro, intitulada “Como ficou chato ser moderno, agora serei eterno”, traz um panorama do início dos anos 1950 aos anos 1980, fase do poeta-filósofo, do verso enigmático, do cronista de sucesso no Correio da Manhã e no Jornal do Brasil.
Já “UMANA DIVINA GEOMETRIA”, com direção de Livia Raponi, traz o poeta, tradutor e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras Marco Lucchesi apresentando um comovente testemunho de seu profundo vínculo com Dante Alighieri e a obra Divina Comédia. O Canto XXXIII, do Paraíso, momento culminante e final da obra do pensador italiano, se manifesta por meio de uma delicada trama de elementos estéticos e artísticos presentes ao longo do filme. Entre imagens inéditas e de arquivo da cidade do Rio de Janeiro, o trabalho coloca na tela performances do acrobata Juliano Alvarenga e texturas harmônicas do compositor Daniel Murray, que visita e cruza composições do poeta Carlos Drummond de Andrade em contraponto ao ideal proposto pelo texto de Dante. Os poemas de Drummond são ouvidos ora em português, ora em italiano, numa alternância entre os dois idiomas.
“UMA CARTA PARA MÁRIO” – FICHA TÉCNICA
Direção: Armando Mendz
Roteiro: Pilar Fazito
Direção de Fotografia: Alexandre Baxter
Produção Executiva: Breno Nogueira e Leonardo Guerra
Produção: Cristina Mara Rocha
Finalização: Paulo César Alvim e Caetano Drumond
Sound Design: Alexandre Martins
O MODERNISMO EM MINAS GERAIS
O Modernismo como trajetória histórica e cultural é fonte rica e inesgotável: deve ser vivenciado, revisitado, apreciado e preservado. Com essa premissa, o programa O Modernismo em Minas Gerais reconstitui a trajetória do movimento artístico mais marcante do século XX no Brasil.
O projeto percorre o núcleo modernista formado em Minas Gerais, principalmente Belo Horizonte, a partir da década de 1920 e evidencia a participação dos mineiros no movimento e suas contribuições em nível nacional. O programa pretende fazer com que o público entre em contato com as contribuições dos artistas nas mais diversas expressões e linguagens culturais, bem como as consequências do movimento nos mais variados domínios da arte.
Entre os destaques da programação, estão: Ciclo de Debates, Saraus Modernistas, Espetáculos Musicais, Mostra de Cinema, lançamento de longa-metragem documental, Espetáculo de Dança, Concertos Sinfônicos, Mostra Fotográfica, Espetáculo Teatral e Publicações. A programação acontece até o fim deste ano nos espaços do Palácio das Artes.
MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – O Ministério Público de Minas Gerais é uma instituição responsável pela defesa de direitos dos cidadãos e dos interesses da sociedade. A finalidade de sua existência se concentra em três pilares: na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Como defensor da ordem jurídica, o Ministério Público é o fiscal da lei, ou seja, trabalha para que ela seja fielmente cumprida. Para tanto, possui autonomia funcional, administrativa e financeira, não fazendo parte nem estando subordinado aos Poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário. Essa emancipação lhe proporciona um trabalho mais independente, para a garantia dos direitos da sociedade, em conformidade com o que está escrito na Constituição da República. O Ministério Público atua também para impedir ameaças ou violações à paz, à liberdade, às garantias e aos direitos descritos na Constituição. Nesses termos, tem a função de exigir que os Poderes Públicos respeitem esses direitos e garantias.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia. de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.