Diz o ditado popular que o mundo sem música seria um erro. Mas ela só existe por obra de seus compositores, aqueles que ‘materializaram’ em sons e versos a sua criação. Fariam os rappers também parte desse rol de autores?
Quando falamos em composição, pensamos automaticamente em música popular, aquela que ilustra o nosso cancioneiro brasileiro. Mas a composição vai muito além do samba, do sertanejo, da música erudita.
Hoje, os compositores se dividem entre os vários gêneros musicais existentes em todo o mundo. No Brasil, uma safra de novos compositores populares vem dominando o cenário nacional nos últimos anos, principalmente no rap. Mesmo ainda subestimado e carregado de estigmas quanto à sua possibilidade de gerar material artístico de qualidade, a história do rap no Brasil é riquíssima e ele vem, cada vez mais, comprovando sua qualidade e se transformando também em grande exportador de talentos.
O cenário de compositores de rap na capital mineira conta com nomes de destaque, como Sidoka, Clara Lima, Chris MC, Kdu dos Anjos e os integrantes d’A Quadrilha, Djonga, Marcelo Tofani, Laura Sette, Bertiolli, X Sem Peita, Doug Now e Zinga.
A Quadrilha, selo encabeçado pelo rapper Djonga, marca uma parceria com os amigos Marcelo Tofani, Laura Sette, Bertiolli, X Sem Peita, Doug Now e Zinga. Sidoka foi Ganhador do prêmio MTV Millenial Awards 2021, o rapper é considerado um expoente do trap nacional.
Clara Lima, rapper, compositora e atriz, ficou conhecida após vencer uma série de batalhas de rima, entre 2014 e 2016, e de fazer sucesso com o conjunto DV Tribo. Chris MC, Campeão Mic Master Brasil 2017, é um rapper conhecido pelas habilidades no freestyle. É integrante de um dos maiores selos de rap do país, o Pineapple Storm. Kdu dos Anjos é um artista que se destaca pela pluralidade de seu trabalho. MC de Hip Hop e do Funk, produtor de moda, poeta, compositor, ator, arte educador e gestor do Centro Cultural Lá da Favelinha.
Todos esses nomes contribuem substancialmente para a consolidação do cenário rap mineiro, levando a música produzida em Minas para o resto do país.
Foi só com o advento da indústria fonográfica que o compositor popular passou a ser reconhecido, pois antes a única forma de transmitir um música de geração em geração era por meio da partitura, o que só os músicos eruditos tinham domínio. A música transmitida pela oralidade, por falta de registro, se tornou composição de domínio público, sem o reconhecimento devido ao seu criador.
A origem da data
E o dia 15 de janeiro é o dia mundial de celebrar, parabenizar e agradecer a esses profissionais que nos deixam suas obras, criações, versos, compartilhadas universalmente. A música é a obra de arte que é mais compartilhada e divulgada mundialmente.
Os primeiros registros informam que o Dia Mundial do Compositor surgiu no México, quando da comemoração da fundação da Sociedade de Autores e Compositores do México (SACM), em 1945. Mas só no ano de 1983 que a data foi oficialmente celebrada no mundo. De lá para cá a data ganhou contornos nacionais e passou a ser celebrada com eventos e festejos de promoção e divulgação dos compositores nacionais.
O compositor é essencialmente um criador. Ele é aquele que cria música, quem a escreve, no formato de letra, versos, e/ou música, pauta/partitura, podendo ser erudito ou popular. Em português, o termo compositor refere-se a qualquer gênero musical, erudito ou popular, mas em algumas outras línguas (como o inglês e o alemão) existem um termo específico para o compositor de canções populares (songwriter, em inglês, ou liedermacher, em alemão).
Existem termos correspondentes em português, como “cancionista” ou “cancionetista”; mas, ainda assim, este é comumente chamado de “compositor popular”, “compositor de canções”, “compositor de letra e música” ou “autor”, simplesmente.
Conhecido internacionalmente por sua música, o Brasil é um celeiro de grandes compositores, aos quais homenageamos neste dia especial..
Viva o compositor brasileiro!
Na foto, Clara Lima (Crédito: Divulgação)