Dia do Solista

O Dia do Solista é celebrado anualmente no dia 14 de junho. O solista é o profissional que assume protagonismo em uma apresentação, seja ela da música, da dança ou do teatro

Na verdade, o solista é um virtuose, aquele que é capaz de executar movimentos bem específicos, de difícil interpretação técnica, que requer aprimoramento e refinamento artísticos. Com propriedade e conhecimento, o solista dá sua interpretação a passagens marcantes das grandes obras, seja em um trecho de música, de um texto ou de uma dança. 

Bárbara Maia, bailarina da Cia. de Dança do Palácio das Artes (Crédito: Poly Acerbi)

Uma solista na dança

Com uma dinâmica rotativa entre seus solistas, a Companhia de Dança do Palácio das Artes – que faz parte dos corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado – tem em uma de suas solistas, a bailarina criadora Bárbara Maia, uma presença marcante nos espetáculos. Bárbara lembra que para ser solista em um espetáculo, tem-se que atender ao perfil da obra que está sendo montada, tecnicamente e artisticamente. É necessário um diálogo artístico, alinhando o que a obra coreográfica demanda e as características de cada solista.

Bárbara destaca que “há toda uma dedicação para estudar os caminhos dos gestos que compõem a estrutura coreográfica, entender a espacialidade de cada movimento, delinear diferentes dinâmicas, estabelecendo relações com a música”. Para ela, um pouco disso se “alcança nos momentos que vão além da sala de ensaios. São leituras sobre os contextos que envolvem a criação, anotações sobre o processo, conversas, observações de pessoas em movimento cotidiano… nesses momentos também descubro caminhos que nutrem o trabalho artístico que está em processo”. O espetáculo “Lalangue: carta à mãe” foi a primeira remontagem da FCS que Bárbara participou, sendo para ela uma de suas experiências mais marcantes.

O mesmo processo acontece com um dos solistas do Coral Lírico Minas Gerais, pertencente também ao corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado. O barítono Pedro Vianna lembra que para se tornar um solista “tem que se estudar muito, independentemente se vai atuar como solista ou como coralista”. Pedro acredita que “as características de cada voz é que faz com que sejamos escolhidos para os solos. O maestro conhece bem os vocais do Coral e sabe das características individuais. Os desafios para ser um solista são muitos, e estar seguro do que irá executar é fundamental, além do domínio técnico-vocal. Concentração e autoconfiança são determinantes para alcançar o posto”. 

Pedro Vianna desenvolve há alguns anos trabalho paralelo como solista. No Palácio das Artes ele se apresenta como solista desde o ano de 2016, quando estreou na ópera Romeu & Julieta. 

Pedro Vianna, barítono do Coral Lírico Minas Gerais (Crédito: Paulo Colen)
Leonardo Brasilino, trombonista da Fundação Clóvis Salgado (Crédito: Bárbara Moreira)

Outro solista da Fundação Clóvis Salgado é o integrante da Orquestra Sinfônica Minas Gerais, o trombonista Leonardo Brasilino, que além de atuar na Orquestra, também faz parte do bloco carnavalesco Magnólia, dedicado aos clássicos do jazz. Leonardo destaca que para se alcançar o posto de solista em uma orquestra requer dedicação diária ao instrumento, buscando sempre o aprimoramento técnico. Em suas palavras, um solista tem que “ter confiança em sua execução, pois todos na plateia estão ali para te ouvir, destinaram seu tempo para esse fim. É preciso ter concentração, para vibrar positivamente em tudo que tocar”. Leonardo lembra que um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi a apresentação especial da Orquestra Sinfônica com temas carnavalescos, realizada no início deste ano, quando a Sinfônica fez a abertura dos eventos carnavalescos de Belo Horizonte. Leonardo declara que “foram apresentadas canções que marcaram a minha trajetória, e teve o tema de um dos blocos que faço parte, o bloco Magnólia”.

Ao que se vê no dia do Solista, é que as grandes obras são fruto de trabalho coletivo, quando se tem o brilho especial daqueles que dedicaram tempo e talento para o aprimoramento técnico e refinamento artístico na interpretação de trechos pincelados especialmente para elevar uma obra ao ápice da beleza, na eterna busca pela perfeição. 


Texto: Petrônio Souza

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