COM OBRAS DE ARTISTAS BRASILEIROS E COLOMBIANOS, EXPOSIÇÃO EXPLORA AS INTERSECÇÕES ENTRE ARTE E CIÊNCIA NO PALÁCIO DAS ARTES

“Cientistas e Alquimistas” revela como artistas latinos transformam metodologias científicas em arte para abordar questões sociais e ambientais da América do Sul; período expositivo vai de 28 de novembro a 5 de janeiro de 2025


Exposição “Cientistas e Alquimistas”

Abertura: 27 de novembro

Período expositivo: 28 de novembro de 2024 a 5 de janeiro de 2025

Local: Galeria Mari’Stella Tristão – Palácio das Artes

(Avenida Afonso Pena, 1537, Centro)

Horário de funcionamento: Terça a sábado, das 9h30 às 21h; domingo, das 17h às 21h

Entrada gratuita

Classificação indicativa: 16 anos

Agendamento de visitas: agendamento.educativofcs@appa.art.br 

Informação para a imprensa:

Arthur Santana | (31) 3236-7377 | (31) 98325-9162 |

arthur.santana@fcs.mg.gov.br


In Vitro (Crédito: Iago Gouvea)

Quais são as fronteiras entre arte e ciência e de que maneira os artistas contemporâneos utilizam práticas científicas em suas obras? A partir desses questionamentos, surgiu a exposição “Cientistas e Alquimistas”, com obras que fundem processos artísticos e científicos para investigar temas variados, como genética, mineração, medicina ancestral, ecologia e geologia. Com curadoria da colombiana Maria Fernanda Mora del Rio, a exposição estará aberta ao público na Galeria Mari’Stella Tristão, no Palácio das Artes, de 28 de novembro até 5 de janeiro de 2025, com entrada gratuita. Os 13 artistas que compõem a mostra – sendo 5 brasileiros e 8 colombianos – exploram temas que vão desde a microfauna até os corpos celestes, abordando, ainda, assuntos como transmutação da matéria e recursos naturais. Assim, “Cientistas e Alquimistas” cria uma reflexão crítica sobre a memória histórica, a resistência e os desafios contemporâneos na América Latina.

A seleção de artistas foi realizada por meio de um processo de pesquisa no contexto da residência internacional para curadores do Ministério das Culturas, Artes e Saberes da Colômbia. A pesquisa incluiu entrevistas, revisão de portfólios, visitas a exposições e diálogos com curadores, professores, gestores e galeristas, para selecionar artistas que trabalham nas intersecções de diversas disciplinas científicas e práticas artísticas, criando uma ponte entre metodologias como biologia, botânica, física e cartografia, e expressões artísticas como instalação, arte têxtil, vídeo, cerâmica e fotografia. A mostra conta com obras dos seguintes artistas brasileiros: Coletivo Grão (Gabriela Lopes Drummond de Sá e Ícaro Moreno Ramos), Iago Gouvêa, Maria Mendes, O Grivo (Marcos Moreira e Nelson Soares) e Thatiane Mendes. Já entre os colombianos, há obras de Alexandra McNichols-Torroledo, Atractor (Alejandro Villegas, Juan Cortés, Juan Camilo Quiñones e Juan Jose López), Camilo Bojacá, Eduard Moreno, Felipe Franco, Leonardo Ramos, Natalia Castañeda e Salomé Rojas.

A exposição “Cientistas e Alquimistas” é realizada pelo Ministério da Cultura da Colômbia, Ministério da Cultura do Brasil, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e Fundação Clóvis Salgado. A ação é viabilizada por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LEIC) e pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. Governo Federal, Brasil: União e Reconstrução. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a Cemig como mantenedora, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. O Palácio das Artes integra o Circuito Liberdade, que reúne 35 equipamentos com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo.

Cuerpo Glaciar (Crédito: Natalia Castañeda)

A potência da arte latino-americana – A mostra conta com trabalhos como “Pedras Náufragas”, do Coletivo Grão, que ressignifica o granito da cidade mineira de Pedra Azul, localizada no Vale do Jequitinhonha, “Água, ser em vertigem II”, de Maria Mendes, que consiste em um painel feito com a união de quase 200 folhas A4 de etiquetas adesivas, e “Amarre y pagamento”, de Eduard Moreno, que explora a magia envolvida nas preces dos povos do Sul da Colômbia. Há, ainda, reflexões sobre a ciência e seus limites, em obras como “In vitro”, de Iago Gouvea, que aborda a exploração animal em ambientes de laboratório, e “Micro-monstros invisíveis”, de Thatiane Mendes, que torna visível a existência de micro-organismos vivos co-habitantes de nossos corpos e entornos.

Maria Fernanda Mora del Rio explica que a exposição busca expandir o conceito de arte científica, indo além da estética e propondo um campo de denúncia e resistência social, ancorado nas realidades dos territórios e nas questões que permeiam a condição de ser latino-americano. “Desde o meu trabalho como pesquisadora e historiadora da arte, sempre senti um profundo interesse pelas conexões entre ciência e arte. Minha prática curatorial tem sido focada, há muito tempo, em projetos que exploram como essas disciplinas interagem e demonstram que, de forma histórica e sistemática, as artes visuais têm apoiado e complementado a ciência. Exemplos dessas intersecções interdisciplinares são visíveis na América Latina desde o período colonial, ao longo do século XIX e até a primeira metade do século XX. Podemos ver exemplos em obras como pinturas, ilustrações e fotografias que serviram como suporte ou evidência de investigações e invenções, desde grandes projetos científicos, como a Real Expedição Botânica do Novo Reino de Granada, a Real Expedição Filantrópica da Vacina de Balmis, as invenções de Santos Dumont e a Comissão Corográfica, até trabalhos mais modestos em vários campos da ciência”, explica a curadora.

Para Maria Fernanda, é importante analisar a convergência entre arte e ciência sob o viés latino, pois o que conhecemos como ciência moderna nesta região tem raízes na expansão europeia e nos processos coloniais ocidentais. Além disso, uma das mensagens centrais que a exposição busca transmitir é que as problemáticas abordadas não são apenas de interesse nacional, mas também regional e global. Ao evidenciar os vínculos entre arte e ciência a partir de uma perspectiva própria da América Latina, as obras convidam a questionar os modelos de conhecimento e a abrir espaços para que as culturas e saberes locais sejam igualmente valorizados.

“Acredito que existem temas transversais e problemáticas comuns que os artistas da Colômbia e do Brasil exploram em suas obras. Isso reflete que, como países latino-americanos, compartilhamos inquietações e desafios semelhantes, relacionados com nossas histórias, culturas e realidades sociais. Espero que o público brasileiro se veja refletido nessas obras, reconhecendo as semelhanças nos desafios e nas lutas que compartilhamos como latino-americanos, e que, ao mesmo tempo, possam apreciar a diversidade de enfoques e linguagens de cada artista”, sugere Maria Fernanda.

Já Uiara Azevedo, Gerente de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado, ressalta a importância da mostra. “Para a Fundação, receber ‘Cientistas e Alquimistas’ é motivo de grande satisfação, pois é uma mostra que nos permite ampliar o diálogo sobre temas urgentes que afetam nossa sociedade, além de reafirmar o papel transformador da arte na construção de um futuro mais inclusivo. Essa exposição fortalece o papel do Palácio das Artes como um centro cultural que celebra a diversidade artística e promove reflexões sobre nossa identidade e os desafios atuais, incentivando-nos a imaginar um futuro mais sustentável e igualitário”, adianta.

El Rio (Crédito: Atractor)

FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS.  A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes e a CâmeraSete, entre outros diversos equipamentos. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.


Texto: Fundação Clóvis Salgado


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