A Fundação Clóvis Salgado, através do Cine Humberto Mauro, retoma as exibições do “Cineclube Francófono”. O projeto é um programa permanente mensal do Cine que exibe filmes de países cuja língua falada é o francês. As sessões comentadas não aconteciam desde 2019, e em 2022 ganham um novo dia recorrente de exibição: toda primeira terça-feira do mês, às 19h, começando no dia 04 de outubro com a cópia restaurada do filme Mandabi (1968), de Ousmane Sembène (1923-2007), diretor senegalês que é considerado o pai do cinema africano.
A iniciativa, que é uma parceria com o Instituto Francês e a Embaixada da França no Brasil, é destinada a alunos e professores de ensino da região metropolitana de Belo Horizonte, bem como ao público em geral.
O Cineclube Francófono exibe este ano, além de Mandabi, duas outras obras ambientadas em países africanos: Samba Traoré, que se passa em Burkina Faso, e O Estado Contra Mandela e os Outros, documentário que recupera eventos ocorridos na África do Sul.
Ministério do Turismo, Governo de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, em parceria com o Instituto Francês e a Embaixada da França no Brasil, apresentam a sessão Cineclube Francófono – Mandabi, de Ousmane Sembène, que tem correalização da APPA – Arte e Cultura, patrocínio master da Cemig, ArcellorMittal, AngloGold Ashanti e Usiminas por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura, além do apoio cultural do Instituto Hermes Pardini.
Pioneirismo – Filmado principalmente em wolof, este segundo longa de Ousmane Sembène foi o primeiro feito em língua africana – um passo importante para a realização do sonho do cineasta senegalês de criar um cinema feito por, sobre e para os habitantes de seu continente natal. O próprio Sembène é considerado o pai do cinema africano, não apenas por ter sido o primeiro diretor ao sul do Deserto do Saara a produzir um filme, mas também por ter levado a África ao circuito do cinema internacional. Apesar da censura, Mandabi recebeu o prêmio da crítica internacional no Festival de Veneza, um dos mais prestigiados do mundo.
Na trama, acompanhamos Ibrahima Dieng, morador desempregado da periferia de Dakar que, certo dia, recebe do seu sobrinho que mora na França uma ordem de pagamento em um valor generoso. A notícia logo se espalha, despertando a ganância da família e vizinhança, e ele terá de enfrentar o pesadelo da burocracia senegalesa a fim de provar sua identidade e receber o dinheiro.
O longa, uma adaptação de uma novela do próprio diretor, é tido como uma representação amargamente irônica de uma sociedade marcada pelo colonialismo e atormentada pela corrupção, ganância e pobreza.
Informações
Local
Cine Humberto Mauro – Av. Afonso Pena, 1537 – Centro, Belo Horizonte
Horário
19h
Classificação
12 anos
Informações para o público
(31) 3236-7400