CINE HUMBERTO MAURO RECEBE A MOSTRA LC BARRETO – 60 ANOS FILMANDO O BRASIL, DEDICADA À PRODUTORA RESPONSÁVEL POR FILMES CLÁSSICOS DO CINEMA BRASILEIRO

Com uma seleção diversificada de obras que representam diferentes fases da companhia, mostra terá sessões online e presenciais, inclusive com exibição de filmes em película e a presença de Lucy Barreto, uma das responsáveis pela produtora, além de outros convidados.


MOSTRA DE CINEMA | LC Barreto – 60 Anos Filmando o Brasil

Data: 11 (sexta-feira) a 24 de agosto (quinta-feira)

Horário: Variável

Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes

(Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte)

Classificação Indicativa: Variável

ENTRADA GRATUITA, COM RETIRADA DE INGRESSOS A PARTIR DE 1 HORA ANTES DA SESSÃO, NA BILHETERIA DO CINE HUMBERTO MAURO

Informações para o público: (31) 3236-7400


Dona Flor e Seus Dois Maridos. (Crédito: Divulgação)

Sessenta anos de Brasil pelas lentes de uma das produtoras mais importantes do país. É com esta proposta que o Cine Humberto Mauro recebe, de 11 (sexta-feira) a 24 de agosto (quinta-feira), a mostra LC Barreto – 60 Anos Filmando o Brasil. Fundada em 7 de maio de 1963, a LC Barreto já lançou mais de 150 filmes, e é responsável por clássicos da cinematografia nacional, como Vidas Secas (1963), Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), O Beijo no Asfalto (1981) e O Que é Isso, Companheiro? (1997). A programação conta com sessões online e presenciais, com alguns filmes exibidos em película e convidados especiais, como Lucy Barreto, uma das responsáveis pela produtora, além de pesquisadores, realizadores e especialistas que participarão de debates e discussões. As sessões são gratuitas, com retirada de ingresso a partir de 1 hora antes da exibição, e têm classificação variável, de acordo com cada filme.

O conjunto de trabalho da LC Barreto é caracterizado pela qualidade técnica e artística, pela diversidade de temas e pela busca por retratar o Brasil de forma autêntica. São 60 anos filmando o país, suas histórias, e suas peculiaridades. A mostra surge como uma oportunidade de o público ver, ou rever, na tela do cinema, alguns exemplares do legado dessa importante produtora. LC Barreto – 60 Anos Filmando o Brasil conta com uma seleção plural de filmes, que representam diferentes fases da companhia, desde suas primeiras obras até produções mais recentes. As sessões são também uma oportunidade para discutir a importância do cinema nacional e o papel da LC Barreto na construção da cinematografia do país. A produtora foi fundamental no movimento Cinema Novo, que transformou o cinema brasileiro na década de 1960.

Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam a mostra LC Barreto – 60 Anos Filmando o Brasil. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm como mantenedores Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Master da ArcelorMittal, Patrocínio da Usiminas e Correalização da APPA – Arte e Cultura.

Trajetória que se confunde com a História do Cinema Brasileiro – Mesmo passando boa parte de sua carreira na função de produtor, o cearense Luiz Carlos Barreto também é lembrado pela direção de fotografia do filme Vidas Secas, dirigido por Nelson Pereira dos Santos e que divide com a produtora LC Barreto o aniversário de 60 anos em 2023. O trabalho de Luiz Carlos Barreto na produção e cinematografia desta obra é celebrado até hoje por ter revolucionado o estilo fotográfico dos filmes brasileiros. Adaptação do clássico homônimo de Graciliano Ramos e um marco do Cinema Novo, a trama aborda a história de Fabiano e sua família, que partem pelo sertão em busca de uma vida melhor.

Desde esse primeiro filme, a LC Barreto tem se consolidado no mercado cinematográfico brasileiro e alcançado sucesso mundial. Vitor Miranda, Gerente do Cine Humberto Mauro, destaca a importância e singularidade da companhia. “A LC Barreto é, sem dúvida, uma das principais produtoras do país, além de uma das que está há mais tempo em atividade. Isso é algo louvável no cinema brasileiro, que já passou por muitas fases diferentes de esquemas de produção. A LC Barreto tem uma carreira que vem dos anos 1960, com filmes do Cinema Novo, produções junto à Embrafilme, além de obras que estão dentro da chamada Retomada do Cinema Brasileiro, na segunda metade dos anos 90, e atualmente é uma presença muito forte em filmes de comédia, com atores e atrizes muito conhecidos. É uma trajetória pouco antes vista no cinema brasileiro, principalmente levando em consideração que se trata de uma família”, ressalta.

Nos bastidores da produtora – Além de Luiz Carlos Barreto, que dá nome à companhia, a LC Barreto contou, ao longo dos anos, com a participação de diversos outros membros da família, especialmente de Lucy Barreto, sua companheira de trabalho e de vida. Hoje internacionalmente consagrada, a mineira de Uberlândia já produziu 30 longas-metragens e 15 curtas, ao longo de uma trajetória cinematográfica iniciada nos sets de Vidas Secas. Paula Barreto, filha de Luiz Carlos e Lucy, também é outra parceria criativa muito recorrente. Já os dois filhos do casal se tornaram diretores bem-sucedidos. Nesta função, Fábio Barreto – falecido recentemente – deixou obras importantes para a História do Cinema Brasileiro, como o drama de época O Quatrilho (1995), primeiro filme da produtora indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1996. A segunda indicação viria apenas dois anos depois, com O Que é Isso, Companheiro?,realizado por Bruno Barreto, responsável também por obras como O Beijo No Asfalto, além do estrondoso sucesso comercial Dona Flor e Seus Dois Maridos. Diversos outros diretores muito consagrados também trabalharam nos filmes da produtora, como Nelson Pereira dos Santos, Marco Altberg, Walter Lima Jr., Joaquim Pedro de Andrade e Cacá Diegues.

O público que comparecer às sessões no Cine Humberto Mauro poderá fazer um mergulho na história da produtora. Dentre os convidados especiais que a mostra irá receber para debates e discussões está a própria Lucy Barreto. Vitor Miranda reafirma a relevância da LC Barreto para o cinema brasileiro, e enfatiza como esta será uma oportunidade de conhecer os detalhes de alguns dos maiores clássicos da cinematografia nacional. “Foi uma produtora muito versátil, que explorou muitas vertentes, temas e gêneros diferentes, sempre acompanhando o zeitgeist do cinema nacional. Nesses 60 anos, em todas as décadas nós temos filmes marcantes para a História do Cinema Brasileiro, e que foram sucesso, destacando, claro, Dona Flor e Seus Dois Maridos, que é uma das principais bilheterias do nosso cinema. Então é uma produtora que sempre esteve presente no que de maior destaque foi feito no Brasil durante esses 60 anos. Na mostra vamos conseguir fazer essas reflexões, de forma qualitativa, especialmente com a presença da Lucy Barreto, além dos críticos que convidamos para contribuir com a mostra, e também com os comentários que vamos ter aqui”, salienta.

O Beijo No Asfalto. (Crédito: Divulgação)

Na superfície dos filmes – Ao todo, seis filmes serão exibidos na mostra em seu formato original, a película 35mm. A projeção de obras neste suporte tem uma importância histórica e conceitual significativa, conectando o público às raízes do cinema, preservando o artesanato cinematográfico e mantendo viva a memória coletiva dos fundamentos da exibição audiovisual. “Creio que isso agrega muito à experiência do espectador, tanto em termos de qualidade de som e imagem, como também pela imersão na realidade do Brasil daquela época. Presencialmente nós escolhemos muitos dos filmes mais antigos da produtora, porque é um papel do Cine Humberto Mauro resgatar esses cinemas que são pouco vistos e já considerados clássicos”, afirma Vitor Miranda.

Exibições online gratuitas – Valorizando o equilíbrio entre a preservação das tradições cinematográficas e a adoção de novas tecnologias que aprimoram a experiência para um público mais amplo, alguns dos mais marcantes filmes de comédia da produtora serão disponibilizados gratuitamente, de forma virtual, na plataforma online cinehumbertomauroMais. Serão 12 filmes deste gênero cinematográfico, com o qual a produtora tem muita afinidade, que poderão ser assistidos durante todo o período da mostra, sendo que sete deles serão exibidos exclusivamente por lá.  Vitor Miranda afirma que a diversidade de obras, formatos e pessoas envolvidas na mostra proporcionará um ambiente rico em debates. “Os espectadores vão conseguir ter essa perspectiva histórica muito clara, tanto nas exibições presenciais quanto nas sessões da plataforma – que vai ter um conjunto especial de filmes, muitos dos quais não serão exibidos presencialmente –, além dos textos que vamos publicar. Acho que vai ser uma oportunidade de construir em conjunto esse pensamento, com o público e nossos convidados, sobre o trabalho desta produtora, que é uma das maiores do Brasil”, reflete.

CINE HUMBERTO MAURO – Um dos mais tradicionais cinemas de Belo Horizonte, o Cine Humberto Mauro foi inaugurado em 1978. Seu nome homenageia um dos pioneiros do cinema brasileiro, o mineiro Humberto Mauro (1897-1983), grande realizador cinematográfico. Com 129 lugares, possui equipamentos de som dolby digital e para exibição de filmes em 3D e 4K. Nestes 43 anos de existência, a Fundação Clóvis Salgado tem investido na consolidação do espaço como um local de formação de novos públicos a partir de programação diversificada, bem como à criação de mecanismos de estímulo à produção audiovisual com a realização do tradicional FestCurtasBH – Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, e o Prêmio Estímulo ao Curta-metragem de Baixo Orçamento. O Cine Humberto Mauro também é um importante difusor do conhecimento ao promover cursos, seminários, debates e palestras. Sessões permanentes e comentadas também têm espaço cativo a partir das mostras História Permanente do Cinema, Cinema e Psicanálise e Curta a Tela, entre outros. Todas as atividades do Cine Humberto Mauro são gratuitas.

FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS.  A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia. de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade. Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.


Texto: Fundação Clóvis Salgado


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