A retrospectiva ao cinema do diretor senegalês apresenta os nove longas-metragens realizados pelo cineasta e mais quatro curtas. O evento é gratuito e acontece de 1 a 8 de junho. Os ingressos podem ser retirados na bilheteria do cinema uma hora antes da sessão. A mostra terá sessões comentadas, debates e ainda promove gratuitamente o curso “Ousmane Sembène, o cinema e a África”, ministrado pela pesquisadora e curadora Janaína Oliveira.
MOSTRA “O CINEMA DE OUSMANE SEMBÈNE
Local: Cine Humberto Mauro| Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte)
Período: 01 a 08 de junho
Classificação Indicativa: ver programação
ENTRADA GRATUITA
Informações para o público: (31) 3236-7400
Em comemoração aos cem anos de nascimento de um dos mais importantes diretores da história do cinema e um dos precursores da sétima arte africana, o Cine Humberto Mauro promove a mostra “O Cinema de Ousmane Sembène, um tributo ao centenário do pioneiro dos cinemas africanos”. Do dia 1 a 8 de junho, serão exibidos nove longas-metragens e quatro curtas do realizador senegalês. O evento é gratuito com retirada de ingressos na bilheteria do cinema uma hora antes da sessão.
A mostra traz pela primeira vez a Belo Horizonte todos os nove longas-metragens realizados pelo diretor e outros quatro curtas. A programação ainda conta com um conjunto de curtas-metragens mineiros e brasileiros para evidenciar a contemporaneidade do pan-africanismo presente na obra de Sembène. O evento contará também com sessões comentadas, publicações e um curso sobre cinemas africanos com enfoque especial no diretor. Para Vitor Miranda, gerente do Cine Humberto Mauro, é muito importante realizar uma retrospectiva dedicada ao diretor senegalês, pois é comum uma certa generalização dos cinemas produzidos na África. “O continente africano é imenso, com muitos autores e autoras, e diversas visões de mundo. Estamos propondo um mergulho na autoria de Sembène por meio do acesso ao conjunto de sua obra. Teremos muitas ações formativas, debates e muitas sessões comentadas. Ainda vamos realizar um curso de cinemas africanos focado na obra do diretor senegalês”, explica Vitor.
Nascido na cidade pesqueira de Zinguinchor, no Senegal, Sembène é considerado por muitos como o grande pioneiro do cinema africano. Escritor e ativista incansável, Sembène elegeu o cinema para falar com todo o continente e atuar em defesa dos povos africanos contra os danos da colonização europeia, que permaneceu existindo mesmo após a independência nos anos de 1960. Os filmes de Ousmane inauguraram novas possibilidades para ver e pensar a África, lançando as bases estéticas e políticas para um cinema feito por africanos, com histórias africanas e para um público africano. Sembène trouxe para sua filmografia temas sensíveis, abordando pautas que colocavam o matriarcado africano como centro da resistência no continente. Além disso, Ousmane tratou sobre a mutilação genital feminina e também abordou o islamismo em seus filmes. O cinema de Sembène se caracteriza por planos abertos, panorâmicos e planos sequências.
Dentre os destaques da programação estão os filmes “Negra De” (1966), que terá sessão apresentada pela pesquisadora e curadora Janaína Oliveira e por Alain Sembène, filho e detentor das obras de Ousmane Sembène, que conversa por vídeo com o público e “Moolaadé” (2004), que aborda a violência da mutilação genital sofrida pelas mulheres e terá sessão comentada pela pesquisadora e curadora Alessandra Brito.
Curso “Ousmane Sembène, o cinema e a África”
Considerado por muitos como o “pai do cinema africano”, a atuação de Sembène foi muito além das telas. O cineasta é considerado um verdadeiro catalisador na criação de meios de produção e circulação de filmes, fundando e estimulando o desenvolvimento de debates e festivais que hoje marcam a trajetória das cinematografias africanas.
O curso gratuito oferecido pelo Palácio das Artes pretende refletir sobre as múltiplas dimensões da obra do realizador senegalês, considerando ainda suas ações no campo das políticas de cinema no continente, o diálogo com os cineastas de sua geração e sua influência nas gerações seguintes. O curso acontece no Cine Humberto Mauro, no dia 3 de junho, das 14h às 19h15, e será ministrado pela pesquisadora e curadora Janaína Oliveira. A carga horária de 5h. As inscrições podem ser realizadas no site www.palaciodasartes.com.br ou por meio deste link.
PROGRAMAÇÃO
O CINEMA DE OUSMANE SEMBÈNE: UM TRIBUTO AO CENTENÁRIO DO PIONEIRO DOS CINEMAS AFRICANOS
01/06 (QUI)
19h | SESSÃO DE ABERTURA | 12 anos | 1h12min.
Morde & Assopra (Stanley Albano, Brasil, 2020) | 12 anos | 10min. A Mulher que Eu Era (Karen Suzane, Brasil, 2019) | 12 anos | 12min.
A Negra De… (La Noire de…, Ousmane Sembène, Senegal / França, 1966) | 12 anos | 60min.
Sessão apresentada pela pesquisadora e curadora Janaína Oliveira e por Alain Sembène, filho e detentor das obras de Ousmane Sembène (participação em vídeo)
02/06 (SEX)
13h | CURTA NO ALMOÇO | 16 anos | 34min.
Curió (Priscila Smiths e P.H. Diaz, Brasil, 2022) | 16 anos | 19min.
Ajeum Pèlú Aiyê – Comemos Junto com a Terra (Ekedji Jacqueline Martins, Brasil, 2022) | 16 anos | 07min.
Sangoma (Aline Fernandes, Nathalia Freitas, Talita Araújo e Terená Kanouté, Brasil, 2021) | 14 anos | 08min.
17h | SESSÃO DIÁLOGOS PAN-AFRICANOS | 12 anos | 1h09min.
Niaye (Ousmane Sembène, Senegal / França, 1964) | 12 anos | 31min. Deus (Vinicius Silva, Brasil, 2017) | 12 anos | 25min.
As Lavadeiras do Rio Acaraú Transformam a Embarcação em Nave de Condução (Kulumym-açu, Brasil, 2022) | 12 anos | 13min.
Sessão comentada pela pesquisadora e curadora Janaína Oliveira
19h | Moolaadé (Ousmane Sembène, Senegal / Burkina Faso / Marrocos / Tunísia / Camarões / França, 2004) | 12 anos | 2h00min.
Sessão comentada pela pesquisadora e curadora Alessandra Brito
03/06 (SÁB)
14h – 19h15 | CURSO: OUSMANE SEMBÈNE, O CINEMA E A ÁFRICA
Curso ministrado por Janaína Oliveira | carga horária total de 5h
*inscrições até 31/05
19h30 | Mandabi (Le Mandat, Ousmane Sembène, Senegal / França, 1968) | 12 anos | 1h33min.
Sessão comentada pela pesquisadora e curadora Janaína Oliveira
04/06 (DOM)
17h30 | HISTÓRIA PERMANENTE DO CINEMA | 12 anos | 1h13min.
O Carroceiro (Borom Sarret, Ousmane Sembène, Senegal / França, 1963) | 12 anos | 20min. Tauw (Ousmane Sembène, Senegal / França, 1970) | 12 anos | 27min.
Albourah (Ousmane Sembène, Senegal / França, 1964) | 12 anos | 26min.
Sessão comentada pelo pesquisador e curador Fabio Rodrigues Filho
19h30 | Ceddo (Ousmane Sembène, Senegal / França, 1977) | 12 anos | 1h52min.
Sessão comentada pela pesquisadora e curadora Janaína Oliveira
05/06 (SEG)
16h30 | SESSÃO DIÁLOGOS PAN-AFRICANOS | 12 anos | 2h15min.
Rapsódia para o Homem Negro (Gabriel Martins, Brasil, 2018) | 12 anos | 24min. Emitaï (Ousmane Sembène, Senegal / França, 1971) | 12 anos | 1h51min.
Sessão apresentada pela pesquisadora e curadora Janaína Oliveira
19h | Campo de Thiaroye (Camp de Thiaroye, Ousmane Sembène e Thierno Faty Sow, Senegal / Argélia / Tunísia, 1988) | 12 anos | 2h34min.
Sessão comentada pelo pesquisador, crítico e curador Gabriel Araújo
06/06 (TER)
17h | Guelwaar (Ousmane Sembène, Senegal / França / Alemanha / EUA, 1992) | 12 anos | 1h50min.
19h | Xala (Ousmane Sembène, Senegal, 1975) | 12 anos | 2h03min.
Sessão comentada pelo pesquisador Léo Gonçalves
07/06 (QUA)
15h | Emitaï (Ousmane Sembène, Senegal / França, 1971) | 12 anos | 1h51min.
17h | SESSÃO DIÁLOGOS PAN-AFRICANOS | 12 anos | 1h28min.
O Carroceiro (Borom Sarret, Ousmane Sembène, Senegal / França, 1963) | 12 anos | 20min. Tauw (Ousmane Sembène, Senegal / França, 1970) | 12 anos | 27min.
Albourah (Ousmane Sembène, Senegal / França, 1964) | 12 anos | 26min. Peripatético (Jessica Queiroz, Brasil, 2017) | 12 anos | 15min.
19h | Faat Kiné (Ousmane Sembène, Senegal, 2000) | 12 anos | 2h01min.
21h15 | SESSÃO DIÁLOGOS PAN-AFRICANOS | 12 anos | 1h25min.
Liberdade (Pedro Nishi e Vinicius Silva, Brasil, 2018) | 12 anos | 25min.
A Negra De… (La Noire de…, Ousmane Sembène, Senegal / França, 1966) | 12 anos | 60min.
08/06 (QUI)
15h | SESSÃO DIÁLOGOS PAN-AFRICANOS | 12 anos | 1h09min.
Niaye (Ousmane Sembène, Senegal / França, 1964) | 12 anos | 31min. Deus (Vinicius Silva, Brasil, 2017) | 12 anos | 25min.
As Lavadeiras do Rio Acaraú Transformam a Embarcação em Nave de Condução (Kulumym-açu, Brasil, 2022) | 12 anos | 13min.
16h30 | Moolaadé (Ousmane Sembène, Senegal / Burkina Faso / Marrocos / Tunísia / Camarões / França, 2004) | 12 anos | 2h00min.
19h | MESA REDONDA: O CINEMA DE OUSMANE SEMBÈNE
Mesa de conversa com a participação dos debatedores Fabio Rodrigues Filho, Gabriel Araújo e Léo Gonçalves com mediação de Tatiana Carvalho Costa
21h | SESSÃO DE ENCERRAMENTO | 12 anos | 1h33min.
Mandabi (Le Mandat, Ousmane Sembène, Senegal / França, 1968) | 12 anos | 1h33min.
JANAÍNA OLIVEIRA – Pesquisadora e curadora independente. É doutora em História, professora no IFRJ – Instituto Federal do Rio de Janeiro, e foi Fulbright Scholar no Centro de Estudos Africanos na Universidade de Howard, em Washington D.C. (EUA). Desde 2009, desenvolve pesquisa sobre as cinematografias negras e africanas, atuando também como curadora, consultora, júri e painelista em diversos festivais e mostras de cinema no Brasil e no exterior. Em 2019 realizou a mostra “Soul in the eye: Zózimo Bulbul’s legacy and the Contemporary Black Brazilian Cinema” no IFFR – International Film Festival Rotterdam (Países Baixos). Foi também consultora de filmes da África e da diáspora negra para o Festival Internacional de Locarno (Suíça) entre 2019 e 2020. É idealizadora e coordenadora do FICINE – Fórum Itinerante de Cinema Negro e foi a programadora do Flaherty Film Seminar (EUA) em Julho de 2021. Entre 2021 e 2022, Janaína fez a curadoria internacional das mostras principais das duas edições Semana de Cinema de Negro de Belo Horizonte (Brasil). Atualmente, além de participar de outras iniciativas curatoriais, ela é Presidente do Comitê de Seleção de filmes de documentário de longa-metragem do BlackStar Film Festival (EUA).
CINE HUMBERTO MAURO – Um dos mais tradicionais cinemas de Belo Horizonte, o Cine Humberto Mauro foi inaugurado em 1978. Seu nome homenageia um dos pioneiros do cinema brasileiro, o mineiro Humberto Mauro (1897-1983), grande realizador cinematográfico. Com 129 lugares, possui equipamentos de som dolby digital e para exibição de filmes em 3D e 4K. Nestes 43 anos de existência, a Fundação Clóvis Salgado tem investido na consolidação do espaço como um local de formação de novos públicos a partir de programação diversificada, bem como à criação de mecanismos de estímulo à produção audiovisual com a realização do tradicional FestCurtasBH – Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, e o Prêmio Estímulo ao Curta-metragem de Baixo Orçamento. O Cine Humberto Mauro também é um importante difusor do conhecimento ao promover cursos, seminários, debates e palestras. Sessões permanentes e comentadas também têm espaço cativo a partir das mostras História Permanente do Cinema, Cinema e Psicanálise e Curta a Tela, entre outros. Todas as atividades do Cine Humberto Mauro são gratuitas.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia. de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade. Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.
Texto: Fundação Clóvis Salgado
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