CINE HUMBERTO MAURO EXIBE MOSTRA ÉPICOS DE FÉ, DEDICADA A FILMES QUE REFLETEM SOBRE A HUMANIDADE E SUA RELAÇÃO COM O DIVINO

Sessões gratuitas se iniciam na Sexta-feira da Paixão e vão até 16 de abril; programação inclui sessões comentadas com bate-papo e filmes disponibilizados em plataforma on-line CHM+

MOSTRA ÉPICOS DE FÉ | CINE HUMBERTO MAURO

Data: 7 de abril (sexta-feira) até 16 de abril (domingo) de 2023

Horário: Variável

Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes

(Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte)

Classificação Indicativa: Variável

ENTRADA GRATUITA

Os ingressos serão distribuídos na bilheteria do Cine Humberto Mauro 1 hora antes de cada sessão.

Informações para o público: (31) 3236-7400

A partir do dia 7 de abril de 2023, Sexta-feira da Paixão, o Cine Humberto Mauro apresenta a mostra inédita “Épicos de Fé”, uma mostra dedicada a filmes capazes de proporcionar profundas reflexões sobre a humanidade e sua relação com o divino. As exibições gratuitas seguem em cartaz até o dia 16 de abril de 2023, e são parte do programa Minas Santa, iniciativa do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), que prevê uma série de ações e atividades durante o período da Semana Santa.

Além da programação presencial, a mostra “Épicos de Fé” também terá seu espaço garantido na plataforma Cine Humberto Mauro MAIS. Serão disponibilizados alguns títulos exibidos na programação presencial, e como conteúdo exclusivo, títulos que estarão disponíveis apenas virtualmente – dentre eles, “A Madona de Cedro”, filme de Carlos Coimbra, inspirado no romance homônimo de Antônio Callado, que traz em sua narrativa questões muito próprias do Brasil e de Minas Gerais.

Programação – A primeira sessão da Sexta-feira da Paixão será de “O Príncipe do Egito”, um filme de animação para todos os públicos, que será exibido dublado em português. Embora se inicie com uma história do Antigo Testamento, o simbolismo da data será contemplado nas sessões seguintes, dedicadas a duas versões de “O Rei dos Reis”, que narram a trajetória de Jesus Cristo, com base nos Evangelhos. A primeira versão foi lançada em 1927 e foi dirigida por Cecil B. DeMille, um pioneiro da indústria cinematográfica americana – DeMille dirigiu mais de 70 filmes ao longo de sua carreira, muitos dos quais eram épicos históricos e bíblicos que se tornaram icônicos. A segunda versão, lançada em 1961, foi dirigida por Nicholas Ray. Ambos os filmes são obras impressionantes e impactantes em sua própria maneira; por terem sido lançados em épocas distintas, a variação do estilo cinematográfico torna-se um diferencial curioso, deixando ver como a evolução das formas fílmicas pode influenciar na substância narrativa em si.

No sábado, após uma sessão de “Francisco, Arauto de Deus”, do brilhante diretor italiano Roberto Rossellini, serão exibidas duas versões de “Os Dez Mandamentos”. Nesse caso, ambas são dirigidas por Cecil B. DeMille. O primeiro filme foi lançado em 1923 e o segundo em 1956, isto é, existe uma diferença de mais de 30 anos entre os dois filmes.  O primeiro filme foi produzido em preto e branco, no período do chamado cinema silencioso e, embora uma parte de sua história acompanhe Moisés (Theodore Roberts), guiando os judeus do Egito para a Terra Prometida, seu enredo também oferece outra história, contemporânea à época de sua produção, a qual é focada em dois irmãos que vivem em São Francisco e que, de certa forma, são influenciados pelas histórias das Escrituras Hebraicas. O segundo filme foi produzido em cinemascope, é colorido e se utiliza muito das possibilidades sonoras oferecidas pelo avanço tecnológico do cinema; o enredo dessa versão é totalmente focado na saga de Moisés (Charlton Heston), na adaptação do Êxodo. Entre esses filmes, talvez o mais interessante a se observar seja a transformação e o amadurecimento do olhar de um cineasta.

É inequívoco afirmar que a tradição judaico-cristã exerce um papel fundamental na formação da civilização ociental, mas não é a única via acesso à religiosidade. A fim de criar uma ponte de diálogo mais diversa com os demais filmes exibidos e com tal tradição, foram selecionados dois filmes brasileiros lançados em 2019: “Fé e Fúria”, de Marcos Pimentel, e “A Rainha Nzinga Chegou”, de Isabel Casimira e Júnia Torres. Acreditamos que esses filmes transportam questões muito atuais sobre a fé em nosso país e sobre os espaços ocupados pelas religiões de matriz africana.

A religiosidade, de modo inequívoco, tem sido uma força motriz na história humana, influenciando importantes aspectos políticos, filosóficos e culturais que formam e transformam a sociedade. Assim como as mitologias, as religiões serviram como fontes de inspiração para inúmeras criações artísticas. No cinema, desde Lumière (considerado um dos inventores da sétima arte – e produtor de ao menos uma versão da Paixão de Cristo), histórias de aspecto religioso, extraídas especialmente da bíblia, ganharam vida nas imagens em movimento e se destacaram ao impulsionar alguns dos aspectos narrativos e formais da engenharia cinematográfica: épicos hollywoodianos, como “Os Dez Mandamentos” e “Ben-Hur”, por exemplo, são amplamente reconhecidos como produções grandiosas e audaciosas.

Mas não é apenas a escala de produção que merece atenção. Deve-se dizer que a temática em si posiciona esses filmes numa rica tradição de obras que carregam um forte significado cultural e que, para além do entretenimento, oferecem instigantes explorações sobre questões de fé, crença e espiritualidade.

Texto: Fundação Clóvis Salgado

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