“A AFIRMAÇÃO MODERNISTA” CELEBRA 100 ANOS DA SEMANA DE ARTE MODERNA

Com 135 obras, mostra ocupa três galerias do Palácio das Artes com pinturas, gravuras e desenhos de paisagens da cultura brasileira

A Fundação Clóvis Salgado (FCS) e a Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj) realizam, a partir do dia 21 de outubro de 2022 (sexta-feira),a exposição A Afirmação Modernista: a paisagem e o popular na Coleção Banerj. 135 obras de diversos artistas brasileiros estarão reunidas nas galerias Alberto da Veiga Guignard, Genesco Murta e Arlinda Corrêa Lima, no Palácio das Artes, celebrando e reafirmando a importância da Semana de Arte Moderna de 1922. A mostra reúne pinturas, desenhos e gravuras de nomes referenciais da arte, como Tarsila do AmaralCândido PortinariAnita MalfattiAlfredo VolpiLasar SegallDi CavalcantiEmeric MarcierCícero DiasIberê CamargoFayga OstrowerBurle MarxAlberto da Veiga GuignardInimá de PaulaArlindo Daibert e Ziraldo. Dividida em sete módulos expositivos (Brasil Popular, Panoramas e Paisagens, Guignard, Paisagem Moderna, Abstração, Goeldi e Gravura Moderna), A Afirmação Modernista tem curadoria de Marcus de Lontra Costa e Viviane Matesco, e poderá ser visitada até 5 de fevereiro de 2023 (domingo).

Além de celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, um dos maiores marcos na história cultural do País, a mostra A Afirmação Modernista retrata clássicas paisagens da cultura brasileira, da natureza exuberante às festas de rua, o samba, o candomblé, a boemia, dentre diversos ícones do imaginário nacional. O escopo da mostra foi construído a partir do acervo do extinto Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), que começou a ser formado no início dos anos 1960, vinculado ao contexto de afirmação da Cidade-Estado da Guanabara. Desde 1998, o acervo está sob a guarda e cuidados da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro. A Afirmação Modernista foi incialmente exibida no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e em seguida, no Museu do Ingá, em Niterói.

Segundo Marcus Lontra, responsável pela curadoria da mostra ao lado de Viviane Matesco, a exposição foi pensada para sintetizar a coleção Banerj, uma das mais importantes do Brasil. “Trata-se de um acervo extraordinário, em que Viviane e eu buscamos extrair algumas questões importantes, levando em consideração que foi uma coleção formada a partir dos anos 1960: na época em que o movimento modernista se consolida, se afirma como uma linguagem, como uma perspectiva, não de uma projeção de um país futuro, uma realidade de um país do presente”, explica o curador. Nesse sentido, A Afirmação Modernista, pelo título, afirma a presença de obras que já fazem parte de um patrimônio cultural do povo brasileiro.

As diferentes maneiras de conceber a paisagem do Brasil revelam-se como marca da exposição, que reúne obras produzidas entre os séculos XIX e XX: a luminosidade dos trabalhos de Eliseu Visconti contrasta com as tensas pinceladas de Anita Malfatti, a cidade anônima e silenciosa de Oswald Goeldi se opõe à exuberância das cenas urbanas de Di Cavalcanti, a paisagem imaginária de Cícero Dias distancia-se da racionalidade de Aldo Bonadei. As obras, que chegam agora à Belo Horizonte, viabilizam o acesso do público mineiro à fruição de trabalhos desses grandes artistas. Para Lontra, nada mais natural que a Funarj realizar a itinerância da mostra em Belo Horizonte. “Indiscutivelmente, toda a referência que temos do modernismo carioca é basicamente mesclada com a presença fulgurante de grandes personalidades mineiras”, destaca o curador.

Apesar do domínio do pensamento e do discurso modernista a partir de uma conjuntura artística paulista, é importante destacar que o modernismo não nasceu em São Paulo. O movimento contou com a contribuição de diversos estados do país. Seguindo essa premissa, a exposição A Afirmação Modernista traz ao público um vasto acervo de obras cariocas e mineiras que tiveram forte influência na construção do movimento, com particularidades que necessitam de serem conhecidas e reconhecidas. 

“O movimento modernista opera em diversos sentidos. Costumo brincar: se Minas Gerais não estivesse presente no modernismo, ele não estaria errado, mas estaria sem tempero. Minas Gerais temperou o modernismo brasileiro, deu a ele significado, diferença, e uma qualidade indiscutível. Há um cuidado e carinho imenso nessa aproximação entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro”, conclui Lontra.

Movimento Modernista no Brasil – O Modernismo no Brasil teve início na primeira metade do século XX. O movimento artístico, cultural e literário tem seu marco oficial com a Semana de Arte Moderna de 1922, e teve como objetivo romper com o tradicionalismo e se livrar dos paradigmas e regras sobre o fazer artístico que prevaleciam no momento. Apareceu como um movimento que prezava pela independência e valorização da cultura cotidiana brasileira, adotando a simplificação do discurso e se aproximando da linguagem popular.

Seguindo a essência do movimento modernista na Europa, o Modernismo no Brasil preservou características como o rompimento com a estética tradicional, valorização da expressão artística nacional, exploração de temáticas do cotidiano, uso de linguagem simples na literatura, além do desejo de representar a realidade brasileira através da arte.

Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj) – A Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro/FUNARJ, do Governo do Rio de Janeiro, é responsável pela promoção da cultura e pela gestão direta de museus, teatros, salas de concertos, centros culturais e escola de música. Foi criada em 10 de dezembro de 1979, através da Lei 291/79, sob a denominação de Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro, a partir da fusão da FUNTERJ (Fundação Estadual dos Teatros do Rio de Janeiro) com a FEMURJ (Fundação Estadual dos Museus do Rio de Janeiro), tendo por finalidade promover, incentivar e amparar, em todo o território do estado, a prática, o desenvolvimento e a difusão das atividades artísticas e culturais, especialmente nos campos da música, da dança, do teatro e da museologia. A FUNARJ investiu em tecnologia com a plataforma de streaming Funarj Em Casa, projeto premiado, e vem realizando editais que têm contribuindo para a manutenção da atividade cultural em todo o estado.

Fundação Clóvis Salgado (FCS) – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS.  A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia. de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.

As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a correalização da APPA – Arte e Cultura, patrocínio máster da Cemig, AngloGold Ashanti, ArcellorMittal e Usiminas, e contam com incentivos da Lei Federal e Lei Estadual de Incentivo à Cultura. A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo. O Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, além do Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro, realizam a exposição A Afirmação Modernista. A mostra conta com recursos próprios da Funarj, sem uso de leis de incentivo ou isenção fiscal. 

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