Sob regência de Angelo Rafael Fonseca, repertório reúne obras de Chiquinha Gonzaga, Dona Ivone Lara, Milton Nascimento e Dorival Caymmi, entre outros compositores afro-brasileiros de renome; “Suite Atlântico Negro”, do autor sergipano Hugo Sanbone, terá estreia mundial nas apresentações
Concertos da Liberdade – Dia da Consciência Negra
Data: 19 de novembro
Horário: 12h (meio-dia)
Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes
(Avenida Afonso Pena, 1537, Centro)
Classificação indicativa: 10 anos
Entrada gratuita
Data: 20 de novembro
Horário: 20h
Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes
(Avenida Afonso Pena, 1537, Centro)
Classificação indicativa: 10 anos
Ingressos a R$30 a inteira e R$15 a meia-entrada, disponíveis na bilheteria do Palácio das Artes e na plataforma Eventim
Informações para a imprensa:
Arthur Santana | (31) 3236-7377 | (31) 98325-9162 |
A excelência negra na música erudita e popular brasileira ganha o palco do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes no mês de novembro. A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais celebra o Dia da Consciência Negra em dois concertos com as cantoras mineiras Adriana Araújo, Nath Rodrigues e uma homenagem a Dona Eliza, precursora do samba em Belo Horizonte. O programa completo será interpretado no dia 20 de novembro (quarta-feira), a partir das 20h, e os ingressos, a R$30 a inteira e R$15 a meia-entrada, estão à venda na plataforma Eventim. Já no dia anterior, véspera do feriado nacional, o público poderá assistir a trechos do repertório, com entrada gratuita. Sob regência do maestro convidado Angelo Rafael Fonseca, o repertório do concerto traz obras de Chiquinha Gonzaga, Dona Ivone Lara, Milton Nascimento e Dorival Caymmi, entre outros compositores afro-brasileiros de renome; “Suite Atlântico Negro”, do autor baiano Hugo Sanbone, terá estreia mundial nas apresentações.
Natural de Águas Formosas, município mineiro do Vale do Mucuri, Dona Eliza desde menina cantava em festas escolares e aniversários. Com mais de meio século de carreira, foi membro da Velha Guarda do Samba de Belo Horizonte por 11 anos e participante ativa do carnaval da capital. A sambista tem mais de 800 músicas gravadas, e sua inclusão no repertório do concerto é uma celebração de sua contribuição inestimável para a música brasileira, refletindo a riqueza e a diversidade da produção artística negra, principalmente em sua vertente popular e com origem em Minas Gerais. Do estado vizinho, a Bahia, vem o maestro Angelo Rafael Fonseca, regendo pela primeira vez a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Angelo Rafael é Bacharel, Mestre e Doutor em Regência Orquestral e Performance Musical pela Universidade Federal da Bahia e Diretor Artístico e Maestro Principal da Orquestra de Câmara de Salvador, Orquestra Sinfônica de Itabaiana/SE, Orquestra Filarmônica da Bahia, do Coral Ecumênico da Bahia, Coro Comunitário Neojiba e mais recentemente do Coral da Assembleia Legislativa da Bahia. Nos anos de 2004 e 2010, foi bolsista do Goethe-Institut, residindo na Alemanha. Em 2013, através do programa Partners of the Americas, atuou como Professor convidado no Elizabethtown College e na Millersville University, ambas na Pensilvânia (EUA).
O “Concertos da Liberdade – Dia da Consciência Negra” é realizado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e Fundação Clóvis Salgado, A ação é viabilizada por meio Lei Federal de Incentivo à Cultura. Governo Federal, Brasil: União e Reconstrução. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a Cemig como mantenedora, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. O Palácio das Artes integra o Circuito Liberdade, que reúne 35 equipamentos com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo.
A essência da música brasileira – A noite começa com três obras do século XIX. A primeira peça será a “Abertura em Ré”, do carioca José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), considerado o mais importante compositor brasileiro de sua época e destacado pela vasta obra de grande qualidade. Logo depois, a OSMG interpreta a “Abertura” da ópera “Uma noite no castelo”, obra composta pelo também carioca Henrique Alves de Mesquita (1830-1906) – primeiro aluno do Conservatório de Música do Rio de Janeiro a ser enviado à Europa para completar seus estudos –, com base no libreto do romancista francês Paul de Kock (1793-1871). A grande compositora, maestra e pianista Chiquinha Gonzaga (1847-1935) marca presença no concerto com a canção “Atraente”, composição de estreia da artista, em 1877. Nascida de improvisação em roda de choro na casa do compositor Henrique Alves de Mesquita, a obra se tornou um clássico da música instrumental brasileira, passando a integrar o grande repertório do choro.
A segunda parte do programa traz canções emblemáticas do repertório popular brasileiro. Da homenageada Dona Eliza, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais interpreta “Povo Negro, Raça Zumbi”. A música terá a participação da cantora Adriana Araújo como solista. A sambista gravou a canção em seu primeiro álbum autoral, “Minha Verdade” (2021), em comemoração a seus dez anos de carreira. A artista afirma que “o poder da mulher negra latino-americana e caribenha ecoa em cada batida da música ‘Povo Negro, Raça Zumbi’, da […] rainha Dona Eliza”. Pioneira do samba na capital mineira, Dona Eliza conta que, para ela, o concerto da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais em comemoração ao Dia da Consciência Negra é um acontecimento importantíssimo. “Estou muito grata e considero que esta mesma homenagem está sendo estendida a todos nós artistas, homens e mulheres negros/as. Então que todos se sintam homenageados junto comigo”, comemora.
O concerto segue como uma celebração do talento e das contribuições significativas da comunidade negra para a música brasileira. Também na voz de Adriana Araújo, a clássica “Foram me Chamar”, de Dona Ivone Lara (1921-2018), Grande Dama do Samba. Segundo o maestro Angelo Rafael Fonseca, a seleção do repertório seguiu vários critérios, e um deles foi a diversidade de gênero. “Um dos pressupostos foi ter composições de mulheres expressivas na música brasileira. Então, obras de Chiquinha Gonzaga, Dona Ivone Lara e Dona Elisa formam lindamente o programa do concerto”, ressalta o maestro.
O jovem e premiado compositor baiano Jamberê Cerqueira integra o programa com a obra “Festa de Largo”. O também tubista e arranjador ainda assina o arranjo da obra “Caymmeando”, composição do grande Dorival Caymmi (1914-2008) no repertório da noite. Adriana Araújo sobe ao palco novamente, desta vez na companhia de Nath Rodrigues, para interpretar “Aquarela Brasileira”, de Silas de Oliveira (1916-1972). O maestro Angelo Rafael Fonseca destaca que o concerto vai oferecer ao público uma rica paisagem sonora da música orquestral brasileira. “A plateia vai se emocionar com belas melodias, diferentes ambientes musicais, arranjos sofisticados e com a expressividade do canto de Adriana Araújo e Nath Rodrigues. Estrear junto à Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – uma das mais importantes do país –, a convite da querida e maestra Ligia Amadio, é uma honra e um privilégio que me enchem de alegria e gratidão”, resume o regente.
Nath Rodrigues, ex-violinista da Orquestra Jovem do Palácio das Artes, será solista também nas canções “Favela Blues”, de Marku Ribas, e “Raça”, de Milton Nascimento. Ela destaca que o sentimento ao se apresentar com a OSMG é de muita nostalgia e carinho, pois ela pôde acompanhar a rotina de ensaios e concertos do grupo com bastante frequência. “Muitos dos músicos que compuseram e ainda compõem o corpo da orquestra foram meus professores, pessoas responsáveis também pela musicista que sou hoje. Me sinto muito honrada em voltar em um outro momento de vida, com outra maturidade em relação à música e à cultura popular brasileira, que é preta em essência e segue muito bem e diversamente simbolizada e representada por nós, os que vieram antes e também por quem segue erguendo movimentos importantes agora, como a Adriana, o maestro Ângelo e eu, que me incluo com muito respeito, carinho e responsabilidade. O público pode aguardar por compartilhar dessa nostalgia e carinho, com canções que estão na memória das pessoas, seja por reconhecerem as músicas, mas também pelas imagens e histórias que cada uma carrega”, adianta a cantora.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes e a CâmeraSete. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todas as pessoas.
Texto: Fundação Clóvis Salgado