Uma das mais aguardadas montagens dos últimos anos, Viva a Ópera superou todas as expectativas e teve ingressos esgotados antes mesmo da noite de estreia
Foi com o Foyer do Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes completamente tomado pelo público e pela exposição inédita “CTPF: para dar vida à Ópera”, que a grande montagem da Fundação Clóvis Salgado deste ano estreou na noite de quinta-feira, 20 de julho, abrindo o calendário operístico de 2023.
Com os ingressos esgotados, o público foi surpreendido, antes da apresentação, pela exposição do CTPF que apresenta os figurinos originais das óperas A Flauta Mágica, montagens de 1984 e 2022; Lucia di Lammermoor, de 1985; Don Giovanni, 1998; Carmen, 1999; Aida, 2001; Turandot, 2004; Nabucco, 2011; Viúva Alegre, 2012; Madame Butterfly, 2013; Rigoletto, 2014; Romeu e Julieta, 2016; Norma, 2017 e Aleijadinho, 2022. A exposição foi montada pelo Centro Técnico de Produção e Formação Raul Belém Machado – CTPF, da Fundação Clóvis Salgado, em parceria com a APPA – Arte e Cultura.
A Exposição “CTPF: para dar vida à Ópera”
Ocupando toda a extensão do Foyer interno do Palácio, era nítida a interação do público com a Exposição, quando se via pessoas fazendo selfies, chamadas de vídeo e gravações ao lado dos suntuosos figurinos de época. Outro ponto que chamou atenção foram as recepcionistas do Palácio, todas usando trajes de época, o que motivou inúmeras fotos e interações com o público.
Para a funcionária pública Thaís Ferreira Procópio, de 37 anos, que acompanha as montagens da Fundação desde 2005, “essa foi a primeira vez que puder ver de perto esses figurinos de óperas que acompanho há muito tempo. Fiquei surpresa em ver a riqueza de detalhes e a qualidade de cada uma delas. Está sendo uma grande oportunidade para quem gosta e acompanha as óperas apresentadas no Palácio”. Para a estudante Larissa Júlia, de 22 anos, “é uma grande surpresa para todos nós e uma oportunidade também, pois pelo fato de os ingressos terem preços populares, possibilitou a presença de um público que geralmente não frequenta o Palácio e nem as montagens. E a exposição vem ser um atrativo especial para esse público que está assistindo a uma ópera pela primeira vez”.
A exposição apresenta 27 conjuntos de figurinos de época, com vestimentas, acessórios e adereços dos personagens, em uma média de dois conjuntos por cada ópera, que estão acompanhados por ficha técnica que traz dados sobre a concepção do repertório de figurinos, além do ano da montagem, características técnicas, o artista que a utilizou, entre outras informações.
A exposição é uma pequena mostra de todo o acervo de cenários, figurinos e adereços pertencentes ao CTPF, Centro Técnico responsável pela salvaguarda de todo o acervo produzido pela Fundação Clóvis Salgado nas últimas cinco décadas. A exposição apresenta em ordem cronológica a pluralidade e relevância do acervo artístico da Fundação.
A ópera
Em Viva Ópera, são apresentados coros, duetos, quartetos e árias selecionados das óperas: La Traviata, Nabucco, Aida e Rigoletto, de Giuseppe Verdi; Norma, de Vincenzo Bellini; Madama Butterfly e Turandot, de Giacomo Puccini; O Barbeiro de Sevilha, de Gioachino Rossini e Lucia di Lammermoor, de Gaetano Donizetti.
Para essa produção, a Fundação convidou o diretor argentino Pablo Maritano, que assina a concepção e direção cênica do espetáculo. A regência é da maestrina da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Ligia Amadio.
A montagem conta ainda com participação do Coral Lírico de Minas Gerais, da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, de bailarinos do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) e dos solistas convidados: Eiko Senda (Soprano), Elisete Gomes (Soprano), Ludmila Bauernfeld (Soprano), Melina Peixoto (Soprano), Fabíola Protzner (Soprano) e Estefania Maite Cap (Mezzossoprano). Completam o elenco da montagem, Michel de Souza (Barítono), Lucas Damasceno (Tenor), Eduardo San’Anna (Barítono), André Fernando (Baixo), Tereza Cançado (Mezzossoprano), Filipe Santos (Barítono), Marcio Bocca (Tenor) e a atriz Eduarda Fernandes.
Acessibilidade e preços populares
Além das instalações do Palácio das Artes contarem com acessibilidade para pessoas com deficiência física, Viva Ópera conta também com uma intérprete de LIBRAS para o acompanhamento das ações e orientação ao público PCD auditivo, aos espaços que dão acesso ao Grande Teatro Cemig, sendo eles o Hall e o Foyer.
Além disso, o público pode assistir a montagem a preços populares. Os ingressos custaram de R$ 10 a R$ 40. A iniciativa buscou democratizar o acesso aos eventos e mostrar que ópera não é apenas algo “voltado para a elite”, mas sim uma manifestação cultural e artística que pode ser apreciada por todos.
A realização do espetáculo é do Ministério da Cultura, Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, por meio da Fundação Clóvis Salgado, e Circuito Liberdade. Os mantenedores são Cemig e Instituto Cultural Vale. O patrocínio master é da ArcelorMittal. O patrocínio é da Usiminas e Copasa. O apoio é da AngloGold Ashanti. A promoção é da Rede Minas e da Rádio Inconfidência. A correalização é da APPA – Arte e Cultura. O evento é viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Texto: Petrônio Souza