O Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos ou Dia do Quadrinho Nacional é comemorado anualmente em 30 de janeiro. A data foi criada para homenagear o gênero literário responsável pela iniciação das crianças ao universo da leitura e da literatura em todo o mundo
O data foi escolhida por ser o dia 30 de janeiro de 1869 o marco nas histórias em quadrinho no Brasil, quando foi publicada a primeira história de quadrinho brasileira: “As Aventuras de Nhô-Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte”, autoria do cartunista Angelo Agostini.
Angelo nasceu na Itália, mas fez história no Brasil, vindo a falecer no Rio de Janeiro em 1910. A partir de 1984, a data ficou instituída por iniciativa da Associação dos Quadrinistas e Cartunistas do Estado de São Paulo (AQC-ESP).
Minas Gerais teve grande participação para a popularização das histórias em quadrinhos no Brasil, pois um dos maiores autores do gênero no país é o mineiro da cidade de Caratinga, Ziraldo.
Ziraldo e o paulista Maurício de Souza foram os grandes responsáveis pela consolidação das histórias em quadrinhos no Brasil, adotando personagem e narrativas totalmente brasileiras, como foram A Turma do Pererê, de Ziraldo, que abordava aspectos da cultura nacional, especialmente de nosso folclore, e a Turma da Mônica, com histórias e personagens totalmente inseridos em nossa cultura popular, entre eles o Chico Bento, uma homenagem ao menino simples do interior.
O Quadrinho em Belo Horizonte
Por influência dos pioneiros dos quadrinhos brasileiros, em Belo Horizonte temos um super-herói mineiro, o Celton, criação de Lacarmélio Alfêo de Araújo, autor que se funde com seu personagem para contar histórias e folclores da capital mineira. Algumas dessas histórias são A Loira do Bonfim – um de seus maiores sucessos editoriais – e o lendário Capeta do Vilarinho, publicações que resgatam as histórias dos primeiros anos da capital mineira.
Celton, como um super-herói da vida real, vive da venda diária de suas revistas nos sinais de trânsito da capital mineira, vendendo de mão-em-mão ou de carro-em-carro. Hoje, o autor lembra que antes da popularização da internet, atingia a marca de cinco mil exemplares vendidos ao mês, contabilizando mais de 90 títulos publicados.
Em 2006, o Dia Nacional do Quadrinho passou a ser celebrado em Belo Horizonte pela Associação Cultural Nação HQ. Em 2011, BH oficializou a data, por projeto da Associação, elevando BH à primeira capital em que o Dia Nacional do Quadrinho faz parte do calendário oficial de eventos da cidade.
Atualmente, o movimento dos amantes dos quadrinhos em BH trabalha para a construção de um espaço dedicado exclusivamente para preservar a memória do quadrinho em Minas Gerais, com a disponibilização para o público de um acervo de mais de 20 mil exemplares, além de centenas de originais. No projeto há ainda espaço para lançamentos de quadrinhos e oficinas de artes e desenhos.
FOTO: quadrinho de Felipe Maldonado