2ª EDIÇÃO DA MOSTRA “DEFICIÊNCIA EM TELA” NO CINE HUMBERTO MAURO DESTACA DIVERSIDADE, ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO ATRAVÉS DO CINEMA

Programação com mais de 20 obras inclui filmes em variados formatos e gêneros, realizadas por pessoas com e sem deficiência, e adaptadas com recursos de acessibilidade.


Mostra “Deficiência em Tela”
Data: 5/9 a 12/9
Horários: Variáveis

Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes
(Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte)
Classificações indicativas: Variáveis

Entrada gratuita, com retirada de ingresso a partir de meia hora antes de

cada sessão

Informações para o público: (31) 3236-7400
Informações para a imprensa:
Lucas Oliveira | (31) 3236-7378 | (31) 98592-2377 |
lucashenriquegomesdeoliveira@gmail.com


Forrest Gump

Setembro é amplamente considerado um mês de reflexão e união em torno da luta pela acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência. E é justamente por ocasião deste período que o Cine Humberto Mauro promove, entre 5/9 e 12/9, a segunda edição da mostra Deficiência em Tela. A programação reúne obras que exaltam a diversidade de corpos e experiências e inclui filmes de diversas épocas, gêneros e formatos, feitos por pessoas com e sem deficiência, adaptados, em grande medida, com recursos de acessibilidade. Destaque para obras clássicas como “O Garoto” (1921), de Charlie Chaplin, e “Festim Diabólico” (1948), dirigido por Alfred Hitchcock, e produções contemporâneas, tais quais o documentário mineiro “As Linhas da Minha Mão” (2023), de João Dumans. A entrada nas sessões é gratuita, e os ingressos poderão ser retirados a partir de meia hora antes de cada exibição. Além da programação presencial, quatro obras estarão também na plataforma CineHumbertoMauroMais, onde já existe uma curadoria especial com mais de 60 filmes que possuem ferramentas de acessibilidade, garantindo que as produções estejam ao alcance de um público ainda mais amplo.

A curadoria da mostra “Deficiência em Tela”, assinada por Sara Paoliello, que é produtora do Cine Humberto Mauro e pessoa com deficiência,teve um cuidado especial quanto à seleção de filmes que não apenas explorem as diversas facetas da experiência da deficiência, mas também ofereçam abordagens e narrativas das muitas maneiras pelas quais ela é vivenciada e compreendida. “Esta mostra foi concebida com o objetivo de contemplar narrativas cinematográficas que, além de refletir criticamente sobre o que já existe de repertório, promovam a construção de novos imaginários sobre o tema e apontem para futuras produções dentro da sétima arte”, analisa Paoliello.

O Ministério da Cultura, o Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam a mostra “Deficiência em Tela”. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm Patrocínio Master da Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. Governo Federal, Brasil. União e Reconstrução.

Elos

Cinema ao alcance de todos – A mostra começa com a exibição de dois clássicos do cinema, o drama de guerra norte-americano “Os Melhores Anos de Nossas Vidas” (1946), dirigido por William Wyler, e o giallo italiano “O Gato de Nove Caudas” (1971), filme do meio da “Trilogia dos Animais”, de Dario Argento. Ao longo da programação, destaque também para outras produções marcantes, como “O Homem Elefante” (1980), de David Lynch, e “Forrest Gump” (1994), de Robert Zemeckis. Todos incorporam personagens com deficiência em suas narrativas, em épocas com baixíssima representatividade. Já “O Garoto”, comédia dramática silenciosa de Chaplin, e “Festim Diabólico”, suspense de Hitchcock, serão exibidos com audiodescrição, legenda descritiva e janela de Libras promovidas de forma inédita pelo Cine Humberto Mauro, e ambos vão ser incorporados ao catálogo da plataforma digital do espaço. Sara Paoliello destaca que um dos principais objetivos da linha curatorial é trazer as pessoas com deficiência para o centro das conversas sobre cinema. “A ideia da mostra é levantar o debate sobre os filmes, e tornar possível a todos discutir essas obras, inclusive aquelas que pertencem ao cânone. É direito das pessoas com deficiência ter acesso a esses filmes formadores, que estão na gênese da cinefilia, do estudo e da própria história do cinema”, reforça a curadora.

A curadoria dá protagonismo, claro, também aos filmes realizados e/ou protagonizados por profissionais com deficiência, começando com o curta-metragem brasileiro “Pagar 4 nunca mai$” (2018), em que a cineasta Leide Jacob narra a discriminação e a luta por direitos de sua mãe, a poeta Leide Moreira. Também em evidência a sessão legendada do curta nacional “Elos” (2022), de Cíntia Soares, com comentário da diretora e intérprete de Libras. Já “La Hemi” (2024), de Estela Lapponi, e “Zagêro” (2024), de Victor Di Marco e Márcio Picoli, recorrem à performance e à experimentação para questionar os estereótipos ligados às pessoas com deficiência, em sessões também com recursos de acessibilidade; os dois filmes ficarão disponíveis na plataforma CineHumbertoMauroMais durante o período da mostra. Ao reunir essas obras cinematográficas, a mostra destaca a relevância de se permitir que as próprias pessoas com deficiência ocupem o centro da narrativa, compartilhando suas histórias e perspectivas, em um gesto que desafia não apenas a representação convencional, mas também ressalta a autenticidade e a riqueza das experiências pessoais. Sara Paoliello sintetiza a iniciativa. “Esses filmes não são apenas sobre as pessoas com deficiência, mas são, em essência, feitos por elas”, explica.

João, o maestro

Além do cinema de repertório e das histórias contadas por pessoas com deficiência, o público terá a oportunidade de assistir a uma multiplicidade de outras obras, indo desde os filmes biográficos que destacam as jornadas individuais até a celebração da criatividade na interseção de deficiência, artes e ciências. “Os espectadores serão convidados a compreender as diversas manifestações da neurodiversidade, acompanhar as trajetórias cinematográficas de personagens reais e fictícios e embarcar em jornadas de fantasia, em filmes como ‘O Jardim Secreto’ (1993), ‘Uma mente brilhante’ (2001), ‘Frida’ (2002) e ‘Vida, animada’ (2016), entre outros”, adianta Sara Paoliello. O tradicional “Cineclube Acessível” traz o longa-metragem “Meu amigo Lorenzo” (2024), de André Luiz Oliveira, em sessão com intérprete de Libras e comentário de Renato Algarves.

E a programação não termina por aí. Em parceria com o Festival ACESSA BH, evento anual que promove a arte inclusiva, serão realizadas três sessões especiais. No dia 07/08, será exibido o longa “João, O Maestro” de Mauro Lima, sobre mundialmente aclamado pianista e regente brasileiro João Carlos Martins. Já em 08/08, o premiado “As Linhas da Minha Mão”, dirigido por João Dumans, será seguido de uma sessão comentada com o cineasta e a atriz principal, Viviane de Cassia Ferreira, com mediação de Sara Paoliello. Por fim, no dia 10/08 ocorre a sessão dos curtas-metragens que destacam a produção audiovisual da cultura surda e as reflexões de pessoas pertencentes a esta comunidade: “Da Janela, quem é a namoradeira”, de Ademar Alves Junior, “Lapso” e “Tinnitus”, ambos de Caroline Cavalcanti, terão comentários dos diretores e dos atores Tales Douglas e Tayanne Reis (parte do elenco dos filmes), com mediação de Sara Paoliello. Todos os filmes têm legenda descritiva, janela de Libras e audiodescrição. Os debates contam com intérpretes de Libras.

Leide Moreira (Crédito: Claudio Belli)

PROGRAMAÇÃO

05/09 QUI

16h30 “Os Melhores Anos de Nossas Vidas” (The Best Years of Our Lives, William Wyler, EUA, 1946) | Livre | 2h52

20h “O Gato de Nove Caudas” (Il gatto a nove code, Dario Argento, Itália-França-Alemanha, 1971) | 16 anos | 1h52

06/09 SEX

16h30 SESSÃO DEFICIÊNCIA EM TELA I | 2h27

“Pagar 4 nunca mai$” (Leide Jacob, BRA, 2018) | Livre | 15min

“Uma Lição de Amor” (I Am Sam, Jessie Nelson, EUA, 2001) | 12 anos | 2h12

07/09 SAB

20h ACESSABH “João, O Maestro” (Mauro Lima, BRA, 2017) | 14 anos | 1h57

Sessão com audiodescrição, legenda descritiva, janela de Libras, portas abertas e adequação de luz e volume sonoro

08/09 DOM

17h30 ACESSABH “As Linhas da Minha Mão” (João Dumans, BRA/MG, 2023) | Livre | 1h20

Sessão com audiodescrição, legenda descritiva, janela de Libras, portas abertas e adequação de luz e volume sonoro

Sessão seguida de debate com o diretor do filme, João Dumans, e a protagonista, Viviane de Cássia Ferreira, com mediação de Sara Paoliello

20h SESSÃO DEFICIÊNCIA EM TELA II | 1h38 

Exibição comentada por Cíntia Soares, assessora de comunicação, pesquisadora, diretora e roteirista

Sessão com intérprete de Libras, portas abertas e adequação de luz e volume sonoro

“Elos” (Cíntia Soares, Brasil, 2022) | Livre | 30min

Filme legendado

“O Garoto” (The Kid, Charlie Chaplin, EUA, 1921) | Livre | 1h8

Filme com audiodescrição, legenda descritiva e janela de Libras

09/09 SEG

17h “Uma mente brilhante” (A Beautiful Mind, Ron Howard, EUA, 2001) | 14 anos | 2h15

19h30 SESSÃO DEFICIÊNCIA EM TELA III | 2h15

“La hemi” (Estela Lapponi, BRA, 2024) | 12 anos | 12min

Filme com audiodescrição e legenda descritiva

“Frida” (Julie Taymor, EUA, 2002) | 14 anos | 2h03

Filme dublado com legendas em português

10/09 TER

16h “Sempre Amigos” (The Mighty, Peter Chelsom, EUA, 1998) | Livre | 1h40

18h “O Jardim Secreto” (The Secret Garden, Agnieszka Holland, EUA, 1993) | Livre | 1h41

Sessão dublada e com legendas

19h30 SESSÃO DE CURTAS ACESSA BH | 36min

Exibição comentada por Ademar Alves Jr e Caroline Cavalcanti, diretores, e por Tales Douglas e Tayanne Reis, atores dos filmes, com mediação de Sara Paoliello

Sessão com audiodescrição, legenda descritiva, janela de Libras, portas abertas e adequação de luz e volume sonoro

“Da Janela, quem é a Namoradeira” (Ademar Alves Junior, BRA/MG, 2023) | Livre | 10min

“Lapso” (Caroline Cavalcanti, BRA/MG, 2023) | 10 anos | 12min

“Tinnitus” (Caroline Cavalcanti, BRA/MG, 2022) | Livre | 14min

11/09 QUA

17h30 “Vida, animada” (Life, Animated, Roger Ross Williams, EUA, 2016) | Livre | 1h32

Sessão com audiodescrição, legenda descritiva, janela de Libras, portas abertas e adequação de luz e volume sonoro

19h30 CINECLUBE ACESSÍVEL “Meu Amigo Lorenzo” (André Luiz Oliveira, BRA, 2024 | Livre | 1h30

Exibição comentada por Renato Algarves, licenciado em Música pela UFOP

Sessão com intérprete de Libras

12/09 QUI

15h30 “Forrest Gump” (Robert Zemeckis, EUA, 1994) | Livre | 2h22

18h “O Homem Elefante” (The Elephant Man, David Lynch, EUA, 1980) | 14 anos | 2h04

20h30 SESSÃO DEFICIÊNCIA EM TELA IV | 1h48

“Zagêro” (Victor Di Marco e Márcio Piccoli, BRA, 2024) | Livre | 16min

“Festim Diabólico” (Rope, Alfred Hitchcock, EUA, 1948) | 14 anos | 1h32

Sessão com audiodescrição, legenda descritiva, janela de Libras, portas abertas e adequação de luz e volume sonoro

O garoto

Acessibilidade estrutural – O Palácio das Artes conta com rampas na entrada, elevador no hall e banheiro acessível. Já o Cine Humberto Mauro dispõe de rampa na entrada, corrimão nas laterais e dois assentos acessíveis na parte esquerda – um para pessoas obesas e outro para espectadores com mobilidade reduzida –, além de quatro vagas para cadeiras de rodas na parte traseira do cinema. O público com deficiência pode também utilizar as vagas exclusivas do estacionamento do Palácio das Artes, com entrada pela avenida Carandaí, bastando apresentar a credencial para estacionamento especial/reservado emitida pela prefeitura da cidade (ou do estado, caso a prefeitura não ofereça este serviço) onde a pessoa reside.

CINE HUMBERTO MAURO – Um dos mais tradicionais cinemas de Belo Horizonte, foi inaugurado em 1978. Seu nome homenageia um dos pioneiros do cinema brasileiro, o mineiro Humberto Mauro (1897-1983), grande realizador cinematográfico. Com 129 lugares, possui equipamentos de som Dolby Digital e para exibição de filmes em 3D e 4K. Nestes mais de 45 anos de existência, a Fundação Clóvis Salgado tem investido na consolidação do espaço como um local de formação de novos públicos a partir de programação diversificada, bem como através da criação de mecanismos de estímulo à produção audiovisual, com a realização do tradicional FestCurtasBH – Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, e o Prêmio Estímulo ao Curta-Metragem de Baixo Orçamento. O Cine Humberto Mauro também é um importante difusor do conhecimento ao promover cursos, seminários, debates e palestras. Sessões permanentes e comentadas também têm espaço cativo a partir das mostras História Permanente do Cinema, Cinema e Psicanálise, Curta no Almoço, entre outros. Todas as atividades do Cine Humberto Mauro são gratuitas.

FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS.  A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes e a CâmeraSete. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.


Texto: Fundação Clóvis Salgado


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