No dia 21 de abril, comemora-se o dia do Patrono Cívico da Nação Brasileira, o inconfidente Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes
Tiradentes é também o patrono da Polícia Militar de Minas Gerais. Mas não há, até os dias de hoje, uma única imagem reconhecida oficialmente como autêntica desse grande brasileiro.
Estudiosos, pesquisadores e historiadores já rodaram o mundo atrás de uma única imagem do grande inconfidente, mas sem sucesso. Por tudo isso, paira no ar a grande dúvida de como era realmente o rosto de Tiradentes.
Em 1992, quando das comemorações do bicentenário do martírio de Tiradentes, a Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais solicitou ao Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais a definição da efígie de Tiradentes para fins de reprodução.
O Instituto constituiu Comissão Especial, da qual fez parte o saudoso historiador Herbert Sardinha Pinto, com o objetivo de estudar e emitir parecer definindo qual era o rosto do herói nacional. O trabalho concluiu que Tiradentes possuía navalhas de barbear como objetos de uso pessoal, costume geral masculino da época e não incluía o uso de barba entre os homens e até excluía, como sendo o uso de barba uma característica de pessoas rústicas e de serviços braçais.
Crédito: Poly Acerbi
Os militares, oficiais e soldados da época não usavam barba, como provam os retratos de contemporâneos de outros países como a França e os Estados Unidos, e como provam os primeiros desenhos feitos pelos integrantes da Missão Artística Francesa trazidos por Dom João VI. Não há qualquer referência ao uso da barba com relação a dezenas de Inconfidentes – civis, militares e clérigos – ouvidos na Devassa
A história das primeiras imagens de Tiradentes feitas na segunda metade do século XIX mostra que a sua retração com barba atendia a interesses republicanos de identificar o herói com os ideais de sofrimento, estoicismo e idealismo, como um Cristo martirizado pelos ideais de seu povo. Essa imagem cristianizada de Tiradentes ajudou muito na aceitação de sua figura como um herói nacional.
Crédito: Poly Acerbi
Sardinha Pinto e o Instituto e Geográfico de Minas Gerais concluíram em parecer que Tiradentes, a partir de 1775, quando ingressou na carreira militar, nunca usou barba, seja durante a conspiração, seja durante os anos de prisão, seja durante o ato de enforcamento.
Sendo assim, uma das imagens mais aceitas para ilustrar a figura do provável Tiradentes, é a pintura de um jovem com uniforme militar da época, sendo até chamada de Tiradentes Alferes.
