O Dia Nacional do Teatro é comemorado em 19 de setembro. O Teatro é uma das mais antigas manifestações artísticas da Humanidade, tendo sua origem em manifestações religiosas. Mas foi na Grécia Antiga que o Teatro se consolidou como forma artística. Por isso, a palavra Teatro vem do grego, theaomai, que significa olhar com atenção, perceber, contemplar.
No Brasil, o Teatro chegou no século XVI, e tinha como objetivo espalhar a crença religiosa. Mas a forma artística do Teatro no Brasil só chegou séculos depois, no Século XIX, após a chegada da Família Real Portuguesa, em 1808. Naquela época, o Rei costumava convidar companhias de teatro estrangeiras para fazer as suas apresentações para a nobreza.
No entanto, em meados do século XIX, começam a surgir os primeiros grupos de teatro nacionais, principalmente no gênero cômico. Mais tarde, na segunda metade do século XX, essa manifestação artística sofreu um retrocesso significativo, por causa da censura imposta pela ditadura Vargas, de 1937 a 1945 e pela Ditadura Militar, a partir de 1964. O fim da ditadura militar significou um novo fôlego e uma nova relevância para os artistas e para o teatro.
O Brasil comemora também, no dia 20 de março, o Dia Nacional do Teatro para a Infância e Juventude. Já o Dia Mundial do Teatro é celebrado no dia 27 de março. A data foi criada em 1961, pelo Instituto Internacional do Teatro.
Teatro, uma tradição mineira
Com forte tradição no Teatro, Minas Gerais sempre revelou grandes artistas no cenário nacional. Uma dessa escolas faz parte do CEFART – Centro de Formação Artística e Tecnológica da Fundação Clóvis Salgado, que oferece o Curso Técnico em Arte Dramática, voltado exclusivamente para a formação de atores. Criado formalmente em 1986, o Curso Técnico em Arte Dramática é reconhecido pela Secretaria de Estado de Educação.
O curso de teatro também oferece aos alunos atividades extracurriculares de treinamento e pesquisa em técnicas específicas – alguns também abertos a coletivos e ex-alunos ligados ao CEFART, nas áreas de Trilha Sonora, Projetos Culturais, Teatro Físico e Performance, Máscaras, Técnica Vocal e Leitura Dramática, ministrados por seu corpo docente.
Com duração de três anos, o curso é ministrado de segunda a sexta-feira, e aos sábados com aulas eventuais.
Alunos do CEFART tem atuação constante em festivais nacionais e internacionais de teatro, nas programações de TV, no cinema (curtas e longas-metragens) e na formação de novos grupos. Além disso, o curso proporciona o desenvolvimento de diversas áreas do campo das artes cênicas, como direção, cenografia, dramaturgia, iluminação e figurino.
Todas as informações sobre os processos seletivos das Escolas do CEFART são publicados na página de Editais neste site, localizada no menu Institucional.
O Teatro brasileiro
A história do teatro no Brasil mudou por conta da independência, em 1822. A partir disso, Dom Pedro I elaborou medidas para criação do primeiro elenco de teatro brasileiro, em 1833, bem como a primeira regulamentação teatral. Logo, o teatro no Brasil deu um salto.
A partir disso, o teatro assumiu forma e se diversificava entre vários gêneros. Dentre eles estava a comédia, o drama, a tragédia, sendo Gonçalves Alves um dos principais nomes do teatro nacional. Além do mais, todas as técnicas teatrais voltavam-se para a nacionalização, deixando os aspectos portugueses de lado. Um dos atores mais importantes do período foi João Caetano.
Em seguida, já em 1850, mais autores foram surgindo, como José de Alencar e Joaquim Manual de Macedo. Os autores românticos escreviam peças teatrais e disputavam lugar com a escrita portuguesa que, cada vez mais, ia perdendo força no país. Os escritos brasileiros possuíam características nacionais e a estética conquistava o espírito brasileiro.
Evolução do Teatro no Brasil
Em síntese, até 1900, a história do teatro no Brasil havia sofrido fortes crises por conta da política. Contudo, os ideais populistas e o teatro de revista se fortificaram dando à história do teatro a liberdade e a oficialização do teatro brasileiro. Entre os anos de 1937 e 1945, as primeiras companhias de teatro brasileiras começam a surgir e a se consolidar no país.
Dentre os principais nomes, responsáveis pela oficialização do teatro no Brasil, estão Eva Tudor, Odilson Azevedo, Procópio Ferreira, Jaime Costa, Dulcina Moraes, entre vários outros. Nesse sentido, as peças teatrais começam a ganhar novos formatos com os escritos de Oswald de Andrade. Nesse sentido, o escritor brasileiro escreveu peças, como O Rei da Vela (1933), O Homem e o Cavalo (1934) e A Morta (1937) no período da ditadura de Getúlio Vargas.
Em seguida, em 1938, a encenação moderna se inicia no país. Dentre os responsáveis pela evolução teatral estava Paschoal Carlos Magno. Isso porque Paschoal foi o mentor da fundação do Teatro do Estudante. A partir disso, diversas companhias de teatro se fortificam, mostrando, cada vez mais, aspectos no nacionalismo. Portanto, em 1948, Franco Zampari funda o teatro brasileiro de comédia, conhecido como TBC.
Após alguns anos, em 1957, inaugurou-se o Teatro de Arena de São Paulo. Com isso, a inauguração do Teatro de Arena foi a porta de entrada para que diversos artistas amadores pudessem iniciar a carreira no teatro profissional. Contudo, todas as evoluções adquiridas até então, sofreram forte repressão com o golpe militar de 64.
Muitos artistas e diretores de teatro tiveram que buscar exílio em outros países por conta da censura. Dessa forma, o teatro no Brasil só sobreviveu por conta das gerações que sucederam os artistas que deram início à teatralização brasileira.
O Teatro Mineiro
Com a construção de Belo Horizonte, a produção artística e o teatro vão se deslocar, pouco a pouco, para o novo centro.
Os primeiros movimentos do teatro mineiro apontam para a circulação de companhias, artistas e produções que vinham do Rio de Janeiro, ou que por lá passavam, e que entravam em turnê nacional. Um movimento cultural local vai se avolumar até resultar em nova fase a partir da década de 1950, quando se destaca, por exemplo, a atuação de João Ceschiatti.
Na Universidade de Minas Gerais, recém federalizada, têm início em 1953 as primeiras tentativas de formação de um Teatro Universitário, que se institucionaliza em 1956, em consonância com o movimento nacional comandado por Paschoal Carlos Magno, ganha corpo definitivo a partir de 1961, quando tem início o período de Haydée Bittencourt, diretora e professora paulista, à frente da escola.
A geração de estudantes que impulsionou o projeto nos seus primeiros anos tornou-se referência do teatro mineiro, destacando-se o nome de Jota Dangelo. Em seus primeiros momentos, diretores convidados marcaram a cena local, como o italiano Giustino Marzano e sua impactante encenação de O Crime na Catedral. Em 1959, o núcleo original de estudantes que formou o Teatro Universitário criou um dos principais grupos da cena moderna mineira, o Teatro Experimental.
A atuação do Teatro Universitário foi fundamental para a renovação da cena teatral belo-horizontina. Modernização, profissionalização, formação técnica, repertório dramatúrgico de excelência e encenações bem produzidas foram as características que o Teatro Universitário imprimiu à cena local com o passar dos anos.
Foram alunos do TU artistas de teatro fundamentais para as décadas de 60, 70 e 80 do teatro em Minas. Podemos citar, entre eles, Maria Olivia, Jonas Bloch, Wilma Henriques, Eid Ribeiro, Neusa Rocha, Paulo Cesar Bicalho, Pedro Paulo Cava, Priscila Freire, Rogerio Falabella.
Os anos 80 vão marcar o início de um novo ciclo na cena belo-horizontina e mineira. A abertura política que tinha início levou uma geração de jovens artistas a buscar o reencontro com o público. O teatro de rua será uma das formas encontradas para alcançar as plateias distantes do espaço teatral e participar de forma efetiva de uma reconquista do espaço público.
Soma-se a isso a conexão dos artistas locais com o movimento de teatro de grupo latino-americano e nacional e com o movimento internacional denominado “terceiro teatro”, cuja referência maior será o diretor italiano Eugenio Barba.
Pioneiros de um movimento novo, o de Teatro de Grupo, o Grupo Galpão, a Cia Sonho e Drama e a Cia Absurda irão se tornar a referência de um novo modo de produzir e criar, pautado por uma correlação entre ética, estética e técnica. Ao se organizarem sob a forma de cooperativas, os grupos ganhavam autonomia e inauguravam novas formas de relação tanto na produção quanto nos processos criativos. Em consonância com um movimento nacional, os grupos se articularam em redes associativas, como o Movimento Teatro de Grupos de Minas Gerais (pertencente à rede nacional). O MTG teve protagonismo em vários momentos na constituição de uma política cultural para o setor desde o início dos anos 80 e hoje reúne 40 companhias, sendo 22 do interior do Estado.
Teatro, palco das artes
O primeiro teatro no Brasil foi o Real Theatro São João, inaugurado no Rio de Janeiro, em 1813. Entretanto, antes mesmo da inauguração do grande teatro, outros teatros menores já existiam no país. Como exemplo temos a Casa da Ópera em Ouro Preto (MG), o Teatro União, em São Luís (MA) e Teatro São João em Salvador (BA).
Entre os séculos XVIII e XX, a construção de vários teatros marcaram Minas. Muitos deles existem até hoje e alguns ainda estão em funcionamento, além de serem considerados importantes pontos turísticos das cidades. São prédios com arquitetura exuberante, que conservam as características originais e seculares.