Pouco prestigiado pelas letras nacionais, um dos mais importantes escritores brasileiros tem neste ano o centenário de morte. Baixe seu livro mais famoso aqui.
Escritor e jornalista, Lima Barreto faleceu precocemente, aos 41 anos de idade, no dia primeiro de novembro de 1922, no Rio de Janeiro. Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no dia 13 de maio de 1881. Negro e de origem humilde, Lima Barreto sofreu preconceito a vida toda.
Em 1905, ingressou no jornalismo com uma série de reportagens que escreveu para o jornal carioca Correio da Manhã. Em 1907, fundou a revista “Floreal”, que publicou apenas quatro números.
Em 1909, Lima Barreto estreou na literatura com a publicação do romance Recordações do Escrivão Isaías Caminha. O texto acompanha a trajetória de um jovem mulato que vindo do interior sofre sérios preconceitos raciais.
Só em 1915, Lima Barreto passa a ter o devido reconhecimento, com a publicação de sua obra-prima, o livro Triste Fim de Policarpo Quaresma. Nesse romance, o autor descreve a vida política no Brasil após a Proclamação da República. Você pode baixar o livro aqui.
Com várias adaptações para cinema e TV, a obra narra os ideais e as frustrações do funcionário público, Policarpo Quaresma, homem metódico e nacionalista fanático. Sonhador e ingênuo, Policarpo dedica a vida a estudar as riquezas do país. Além da descrição política do final do século XIX, a obra traça um rico painel social e humano dos subúrbios cariocas na virada do século.
Polivalente, Lima Barreto publicou romances, sátiras, contos, crônicas e uma vasta obra em periódicos, principalmente em revistas populares ilustradas e periódicos anarquistas do início do século XX.
A maior parte de sua obra foi redescoberta e publicada em livro após sua morte, levando-o a ser considerado um dos mais importantes escritores brasileiros. Monteiro Lobato foi um dos primeiros a reconhecer a qualidade literária de Lima Barreto, como escreve na carta destinada ao escritor Godofredo Rangel: “Conheces Lima Barreto? Li dele, na Águia, dois contos, e pelos jornais soube do triunfo do Policarpo Quaresma, cuja segunda edição já lá se foi. A ajuizar pelo que li, este sujeito me é romancista de deitar sombras em todos os seus colegas coevos e coelhos, inclusive o Neto. Facílimo na língua, engenhoso, fino, dá impressão de escrever sem torturamento – ao modo das torneiras que fluem uniformemente a sua corda-d’água”.
Após 100 anos de sua morte, Lima Barreto ainda é desconhecido por muitos dos brasileiros e muito pouco festejado e lembrando no meio literário nacional..