VIRAMUNDO – UMA ÓPERA CONTEMPORÂNEA

 Montagem inspirada em aclamado romance de Fernando Sabino conta com orquestra Sinfônica e Coral Lírico de Minas Gerais

A partir de uma proposta que busca desenvolver uma tradição operística genuinamente brasileira e conectada com o mundo atual, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) e o Instituto Unimed-BH apresentam VIRAMUNDO – UMA ÓPERA CONTEMPORÂNEA, espetáculo inspirado na obra do escritor mineiro Fernando Sabino. Concebida pela FCS em parceria com nomes consagrados da música, da literatura e do teatro, além de pesquisadores e jornalistas, a montagem é resultado da criação de libretos (textos em português) e de composições musicais elaborados por diversos artistas brasileiros durante o Ateliê de Criação: Dramaturgia e Processos Criativos da Academia de Ópera, realizado pela Temporada de Ópera On-line em 2021.

Trata-se de uma iniciativa inédita no país sobre formação e criação em dramaturgia operística que contou com a curadoria do maestro Gabriel Rhein-Schirato – diretor musical e regente do espetáculo – e da encenadora Livia Sabag, além da orientação do poeta e letrista membro da Academia Brasileira de Letras, Geraldo Carneiro. Já a direção cênica da montagem ficou a cargo da atriz e dramaturga Rita Clemente, que em 2022 conta com a assistência do experiente diretor de ópera Ronaldo Zero.

Durante o processo criativo, como integrantes do Ateliê de Criação, os dramaturgos Ricardo Severo (As três mortes de Geraldo Viramundo), Djalma Thürler (Não gosto de corpo acostumado), Julliano Mendes (Viramundo, Viraflor), Luiz Eduardo Frin (Circunvagantes) e Bruna Tameirão (O Julgamento) escreveram libretos que foram musicados pelos compositores André Mehmari, Denise Garcia, Antonio Ribeiro, Maurício de Bonis e Thais Montanari, artistas também participantes do Ateliê.

VIRAMUNDO – UMA ÓPERA CONTEMPORÂNEA é um espetáculo com cinco breves óperas inspiradas no livro O Grande Mentecapto, de Fernando Sabino (1923-2004), lançado em 1979 e tido como umdos grandes romances da literatura nacional. As obras tratam de diferentes temas, seja por meio do circo-teatro, como um acontecimento carnavalesco, ou utilizando-se do humor para chegar ao trágico. A partir da obra de Sabino, são pontuadas metáforas de todas as ordens e o ponto que une todos os libretos é a literatura mineira e a mineiridade. Um espetáculo com sotaques de Minas Gerais, com citações à cultura do estado, mas de forma universal.

O espetáculo contempla tanto as pessoas ávidas por novidades, por propostas contemporâneas e por uma discussão atual sobre o mercado de ópera, quanto o público tradicional, amante de voz. “Nessa montagem, nós mantivemos os princípios tradicionais da ópera, ou seja, Orquestra Sinfônica no fosso, Coral Lírico no palco, as melhores vozes líricas de Minas e do Brasil. Então, o público tradicional que gosta dessa mistura de teatro e música, de vozes líricas, também será contemplado, a partir de uma grande homenagem à mineiridade”, comenta o maestro Gabriel Rhein-Schirato.

O livro que serviu de base para a livre criação dos libretos e das composições, O Grande Mentecapto, do escritor mineiro Fernando Sabino, narra as peripécias de Geraldo Boaventura, vulgo Viramundo, em suas andanças pelas Minas Gerais. A obra de Sabino traz um olhar cômico às aventuras e desventuras desse ‘Dom Quixote’ mineiro que, desde a infância, precisou se virar para sobreviver. Para Bernardo Sabino, filho do escritor, o livro tem aspectos biográficos da vida de Fernando e destaca “meu pai incorporou à obra algumas situações que ele próprio enfrentou e entendo que o personagem criado por ele foi para ironizar certas hipocrisias da sociedade”. E completa: “Viramundo é um ser puro, mas não ingênuo e muito menos burro”.

Para Rita Clemente, muito além de um recorte regionalista, a encenação acolhe as diferentes facetas dos libretos com uma abordagem expandida, onde épocas se misturam, geometrias criam ambientes para que a grandeza de uma obra cênica, fundada na linguagem operística, possa ganhar humanidade e driblar o arremedo, para instaurar interlocuções cheias de organicidade, cheias de vida.

VIRAMUNDO – UMA ÓPERA CONTEMPORÂNEA

Data: 21 e 22 de dezembro (quarta e quinta-feira)

Horário: 20h

Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes

Endereço: Av. Afonso Pena, 1.537 – Centro – Belo Horizonte

Ingressos: R$50 (inteira) e R$25 (meia-entrada)

Podem ser adquiridos na bilheteria do Palácio das Artes ou pelo site eventim.com.br

Informações para o público:

(31) 3236-7400

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