DIA DO PATRIMÔNIO/AFROMINEIRIDADES FOI UM SUCESSO

Durante cinco dias, Minas Gerais celebrou duas datas importantes e refletiu sobre a importância de valorização e proteção de nossas raízes e matrizes africanas

Promovido pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), em parceria com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e com correalização da APPA — Arte Cultura, as comemorações do “Dia do Patrimônio — Afromineiridades: diversidade e cultura negra em Minas Gerais” foi um sucesso.

Segundo Raphael Hallack, da diretoria de Proteção e Memória do Iepha-MG, desde março deste ano, a Secult, por meio do Iepha, estruturou um importante programa chamado Afromineiridades. Para além das ações já executadas, como o cadastro dos espaços sagrados de fé e axé, e o registro dos Congados, Reinados e Quilombos em contexto urbano, ele possibilitará diversas outras frentes para a difusão e valorização da cultura afro em Minas Gerais.

Em suas redes sociais, o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, exaltou as comemorações. “Novembro é o mês da consciência negra. O governo de Minas realizou diversas reflexões sobre a consciência negra, convidando a todos a pensarmos juntos sobre temas fundamentais que precisamos combater: o racismo e a injustiça social. No domingo, Dia da Consciência Negra, a companhia Baobá de Dança fez uma apresentação no Palácio da Liberdade junto ao Coral (MG); no BDMG tivemos uma feira de artesanato. Mas o que fica (e sempre deve ficar) em nossos corações é de que restrições à cor, à raça, às opções todas do ser, à liberdade, fere a cultura da paz”.

Durante cinco dias, de 16 a 20 de novembro, palestras e mesas temáticas, rodas de conversa e apresentações culturais ocuparam oito espaços do Circuito Liberdade. A programação buscou compreender e reconhecer a complexidade das contribuições dos grupos de matriz africana no Estado e celebrou, concomitantemente, duas datas importantes: o Dia do Patrimônio (17 de agosto), excepcionalmente neste ano em novembro por causa das eleições, e o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), comemorado na data em que foi morto o líder Zumbi dos Palmares.

Entre os temas do seminário estavam “O Pensamento Banto em Minas Gerais: Os Reinados”, “Performance e Musicalidade Negra em Minas Gerais”, “Patrimônio Cultural e Perspectivas Contra-hegemônicas”, “Museus, Patrimônio Cultural e Representações Negras”, “Mulheres Negras e Saberes Tradicionais” e “Imagens Negras: Artes Visuais, Cinema e Fotografia”. Em resumo: Minas se destaca pela presença da cultura afro em várias áreas, como a culinária e a cultura.

Débora Silva, gerente de Patrimônio Cultural Imaterial do Iepha-MG, uma das responsáveis pela organização do evento, afirmou que a intenção da programação do seminário foi exatamente fugir da ideia consolidada hoje no Brasil do tripé das três raças e pensar em uma cultura africana como centralidade das manifestações das matrizes afro-religiosas. “É, de fato, uma perspectiva afro centrada, pensando nas diásporas africanas, dos negros que vieram forçadamente para o Brasil, essa virada de chave, para compreender nosso patrimônio cultural sob uma perspectiva contra-hegemônica”, acrescentou,

Para Xavier Vieira, presidente da APPA – Arte e Cultura, correalizadora do eventos umas das principais organizações sociais incentivadoras da cultura em Minas Gerais, a valorização e a proteção das nossas raízes e matrizes africanas é um imperativo não só para quem trabalha com arte e cultura, mas para toda a sociedade. “A diversidade das manifestações afro formaram a nossa identidade enquanto cidadãs e cidadãos, enquanto Estado, enquanto nação. Fortalecer e dar ênfase a essas raízes é solidificar o que nos singulariza como povo brasileiro”, destacou.

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