DIA MUNDIAL DA ÓPERA: DOCUMENTÁRIO HOMENAGEIA O CORAL LÍRICO DE MINAS GERAIS

Com estreia marcada para o dia 25 de outubro, produção trata da retomada das atividades do corpo artístico após a pandemia, em meio à montagem da ópera Aleijadinho, e conta com entrevistas de cantores, regentes e equipe técnica do CLMG, além de solistas e outros envolvidos nas apresentações

A Fundação Clóvis Salgado (FCS) lança, no Dia Mundial da Ópera (25 de outubro), o documentário Melodia do Encontro, que aborda a retomada das atividades do Coral Lírico de Minas Gerais (CLMG) após a pandemia de COVID-19, em meio à montagem da ópera Aleijadinho, nos meses de abril e maio de 2022. A produção traz entrevistas com cantores, regentes, equipe técnica, solistas e outros envolvidos nas apresentações, além de cenas dos ensaios e trechos das récitas em Ouro Preto e Belo Horizonte. O lançamento acontece às 19h, na página no YouTube da Fundação Clóvis Salgado. Para quem não puder acompanhar no momento da estreia, a obra seguirá disponível na plataforma. A classificação é livre.

O documentário Melodia do Encontro explora os desafios enfrentados pelo Coral Lírico no retorno às atividades presenciais, como por exemplo a dificuldade de cantar usando máscaras, a retomada da resistência física e vocal, e as limitações decorrentes do coronavírus, entre outras questões. Além disso, mostra também um pouco dos processos de preparação e do cotidiano artístico e humano no interior do grupo, com suas alegrias, peculiaridades e contrastes.

Ministério do TurismoGoverno de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam o lançamento do documentário Melodia do Encontro,que tem correalização da APPA – Arte e Cultura, patrocínio master da CemigArcellorMittalAngloGold Ashanti e Usiminas, por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura.

Canto que acolhe – Melodia do Encontro traz, a partir de uma série de entrevistas, um olhar diferente daquele ao qual o público está acostumado. Para além da potência e da sofisticação que vêm com o resultado final, a produção se concentra também nas relações humanas e em como uma parte importante das apresentações vêm não só da técnica, mas dos laços criados entre os coralistas ao longo dos anos. Lara Tanaka, regente associada ao Coral Lírico de Minas Gerais desde 2016, reforça esta dimensão interna do corpo artístico que o vídeo põe em evidência: “Além de ver esse trabalho artístico, quem assistir ao documentário vai ter a oportunidade de ver o dia-a-dia, o convívio e os bastidores, que é uma dinâmica interessante. Essa produção mostra um pouco como funciona a preparação, o aquecimento, e o relacionamento entre eles também. Existem momentos de uma boa convivência, e óbvio que também tem algum atrito. As cenas que aparecem ali trazem um pouco de humanidade. Acima de sermos artistas, somos humanos”, destaca a maestrina.

A soprano Marta Nichthauser, que integra o CLMG há 33 anos, ressalta que o documentário mostra o nível de desenvolvimento do Coral Lírico: “Geralmente não se tem a dimensão do que é cantar num coro profissional, que ensaia todos os dias, canta em várias línguas, com uma diversidade enorme de repertório. Minas é o celeiro do canto coral em Minas Gerais. Cantar é natural para o ser humano. Mas o nosso coro é muito específico, porque é o único da cidade que canta ópera. E a ópera agrega música, dança, teatro. Esse documentário mostra justamente como o coro se especializou. Temos que ficar inseridos na sociedade. A gente partilha arte. Beethoven já falava, lá nos séculos XVIII e XIX, que a música é o refrigério da alma. Quando cantamos, estamos levando um remédio para o público. A gente tem perdas ao longo da vida, mas quando você chega aqui às 08h30 da manhã para ensaiar, você renasce como uma fênix”, relata.

O tenor Wellington Vilaça, há 25 anos membro titular do Coral Lírico de Minas Gerais, relembra que o momento de gravação do documentário foi o ápice da retomada das atividades do CLMG. Ele recorda que, durante a temporada da ópera Aleijadinho, a recepção foi muito calorosa, mesmo com os coralistas ainda tendo que se adaptar à tarefa de cantar usando a máscara de proteção contra a COVID-19. E, para além do carinho do público, o trabalho do Coral é potencializado pela união de seus integrantes: “O CLMG é minha segunda casa. É onde eu tenho um círculo de amizades grande. E é onde a gente se esforça para levar o melhor da gente para o público. Um grupo altamente qualificado, e um conjunto performático de grande potencial e polivalente, porque apesar da grande maioria ter uma formação erudita, a gente ainda consegue transitar entre o clássico e o popular. Quando a gente faz ópera é um êxtase total, mas a gente tem essa habilidade de passar também por outros gêneros e estilos”, afirma Wellington Vilaça.

A regente Lara Tanaka destaca que o Coral Lírico de Minas Gerais é um dos principais grupos corais do Brasil. “Estar à frente desse conjunto é uma honra muito grande, mas é um desafio enorme também”, confidencia. Ela relata que o documentário Melodia do Encontro chega logo após um período de intensa criação de vídeos, quando os eventos presenciais estavam impossibilitados pela pandemia. “A gente veio de um momento de muita produção audiovisual, e esses vídeos da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, da Cia. de Dança Palácio das Artes e agora do Coral Lírico de Minas Gerais vêm também para coroar essa grande produção. E para que as pessoas vejam o amor que os artistas têm pela profissão de cantor, que é também um trabalho, com muito estudo. O coralista não pode parar de fazer os exercícios, de praticar, é muito investimento. É uma retomada, que ainda estamos construindo, para colocar a voz no lugar, o corpo no lugar. E essa alegria de fazer música juntos. No Coral Lírico eles trabalham juntos. Essa alegria do reencontro foi muito tocante”, afirma.

Outra faceta do CLMG que o documentário expõe é a dedicação ao público. Mesmo com os desafios impostos pela pandemia, os profissionais se reuniram com o objetivo de levar a maior qualidade possível às apresentações, o que se confirmou no sucesso da ópera Aleijadinho, tanto em Ouro Preto quanto em Belo Horizonte. O músico Wellington Vilaça destaca essa paixão que o Coral tem pelo canto e pela audiência: “O maior patrimônio que o CLMG tem é a nossa arte, a nossa vivência dentro do palco. O que a gente faz é para as pessoas, em função delas. O público faz parte da nossa vida. Nós fazemos parte do circuito artístico da cidade. E é isso que a gente quer, é levar para todas as classes de pessoas a nossa produção. Apesar de todas as dificuldades, o Coral sempre dá a volta por cima e sempre está pronto para oferecer o que nós temos de melhor”, salienta.

Além de ser uma oportunidade de acompanhar os bastidores do trabalho desenvolvido pelo Coral Lírico de Minas Gerais, o documentário Melodia do Encontro é também, ele mesmo, um convite para o público conhecer e seguir marcando presença nos concertos, óperas e saraus que contam com as vozes marcantes do CLMG. “Para quem ainda não teve essa oportunidade de ver o Coral Lírico se apresentando, eu convido a todos para virem aqui assistir os concertos, assistir ao coro, nos ver ao vivo. Esse grupo é da sociedade, e serve à sociedade mineira”, afirma a maestrina Lara Tanaka. A soprano Marta Nichthauser vai na mesma direção: “A gente se reinventa a cada ensaio, a cada concerto, a cada aplauso. Nossa função é oferecer beleza, conforto da alma e mostrar que a arte é para todos os estratos da sociedade. Eu gostaria de convidar a todos para acompanharem o trabalho do Coral Lírico de Minas Gerais, para se deliciarem com a nossa arte e prestigiarem os cantores de Minas. A arte é acessível e é possível a todos”.

Coral Lírico de Minas Gerais – Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais recebeu o título de Patrimônio Histórico e Cultural do Estado em janeiro de 2019. Interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Além de integrar as temporadas de óperas da FCS, participa das séries Lírico ao Meio-dia, Lírico em Concerto, Lírico Sacro e Sarau Lírico. O Coral Lírico de Minas Gerais teve como regentes os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu Miranda Gomes, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes e Lincoln Andrade, sendo Lara Tanaka sua atual regente.

Lara Tanaka – Nascida em Belo Horizonte, Lara Tanaka estudou piano no Conservatório Mineiro de Música e Regência na Escola de Música, instituições da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estudou com Sérgio Magnani, Roberto Tibiriçá, Cláudio Ribeiro, Per Brevig (EUA), Mogens Dahl (Dinamarca) e Nelson Niremberg (EUA). Em 2000 regeu a ópera Le Nozze di Figaro, de W. A. Mozart, com a Orquestra Sinfônica da Escola de Música da UFMG. Ministrou aulas de Regência no 33º Festival de Inverno da UFMG e, em 2001, dirigiu a oficina de coral infantil no Festival Nacional de Música de Câmara na Paraíba. Em 2003, gravou o CD Villa-Lobos e os Brinquedos de Roda, com o Coral Infantojuvenil Palácio das Artes e o Grupo de Percussão da UFMG.A obra foi finalista do Prêmio TIM da Música de 2004, na categoria de melhor CD infantil. Em 2007, trabalhou na direção vocal do CD Os Cocos, também finalista do Prêmio TIM da música de 2007 nas categorias de melhor CD regional e melhor grupo regional. Atua como cravista continuísta em diversos grupos de música antiga e com as orquestras da Musicoop, Orquestra da Universidade Federal de Ouro Preto e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. De 2008 a 2012 atuou como cravista na Oficina de Música de Curitiba. Em 2013, foi pianista do Coral Ars Nova da Universidade Federal de Minas Gerais. Foi regente titular do Coral Infantojuvenil Palácio das Artes de 2001 a 2015. É regente titular do Coral Lírico de Minas Gerais.

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